Antilíngua: as línguas ciganas e o segredo como política linguística

Autores

  • Leila Martins dos Santos Lima Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.9771/rfd.v7i0.65204

Palavras-chave:

antilíngua, línguas ciganas, política linguística, identidade cultural

Resumo

Este trabalho explora as línguas ciganas no Brasil como formas de resistência cultural e política linguística, com base no conceito de antilíngua, conforme proposto por Mester (1992) e Halliday (1976). A pesquisa qualitativa utiliza revisão bibliográfica e depoimentos coletados por Nascimento e Severo (2023) para analisar como essas línguas, transmitidas predominantemente pela oralidade, reforçam a identidade cultural das comunidades ciganas. O estudo destaca o segredo linguístico como estratégia de preservação e coesão interna, enfrentando a hegemonia do português como língua oficial e as políticas linguísticas excludentes do Brasil. As línguas ciganas, além de resistirem à assimilação cultural, funcionam como símbolos de identidade e pertencimento, criando uma contracultura frente à marginalização social e histórica. A pesquisa conclui que é essencial implementar políticas linguísticas inclusivas que valorizem a diversidade cultural e promovam os direitos humanos, reconhecendo as línguas ciganas como patrimônio cultural e ferramenta de resistência.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leila Martins dos Santos Lima, Universidade Federal de Sergipe

Mestranda em Linguística Aplicada e graduada em Letras - Português e Inglês pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Referências

ABREU, Ricardo Nascimento. Um caminho para novas políticas linguísticas das variedades do português brasileiro. In: LOPES, N. da S.; ARAÚJO, S. S. de F. (Orgs.). Políticas linguísticas no Brasil. São Paulo: Cortez, 2016. p. 123-135.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Orientador para a Atenção Integral à Saúde do Povo Cigano. Brasília-DF: Ministério da Saúde, 2022.

COUTO, Hildo Honório do; COUTO, Elza Kioko Nakayama Nenoki. A questão do segredo nas antilínguas: Uma visão ecolinguística. Confluência, v. 10, p. 92-110, 2010.

HALLIDAY, Michael A. K. Anti-languages. American Anthropologist, v. 78, n. 3, p. 570-584, 1976.

LETRAS DE HOJE. Letras de hoje, v. 58, n. 1, p. e43500–e43500, abril de 2023. Disponível em: https://doi.org/10.15448/1984-7726.2023.1.43500. Acesso em: 12 dez. 2023.

MAKONI, Sinfree; PENNYCOOK, Alastair. Desinventando e (re)constituindo línguas. Working Papers em Linguística, v. 16, n. 2, p. 9-34, 2015.

MESTER, Arnoldo. Da língua tupi-guarani: Apropriação em Caminha e Anchieta. Mester, v. 21, n. 2, 1992.

NASCIMENTO, Josefa Felix do; SEVERO, Cristine Gorski. Políticas linguísticas de uma comunidade cigana Calón em Sergipe: Protagonismo e desconstrução de estereótipos. Letras de Hoje, [S. l.], v. 58, n. 1, p. e43500, 2023. DOI: 10.15448/1984-7726.2023.1.43500. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/fale/article/view/43500. Acesso em: 27 jan. 2024.

PORTAL EMBAIXADA CIGANA. Etnicidades ciganas no Brasil. Disponível em: https://www.embaixadacigana.org.br/etnicidades_ciganas_no_brasil.html. Acesso em: 12 dez. 2023.

SEVERO, Cristine Gorski. Oralidade, prática social e política linguística. Letra Magna, v. 15, p. 465-484, 2019.

Downloads

Publicado

2024-12-27

Como Citar

LIMA, L. M. dos S. Antilíngua: as línguas ciganas e o segredo como política linguística. Revista Fontes Documentais, [S. l.], v. 7, n. 1, p. e71247, 2024. DOI: 10.9771/rfd.v7i0.65204. Disponível em: https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/RFD/article/view/65204. Acesso em: 3 fev. 2025.