Família, insurgências e contravenções
memória e história de Luiz Gama na Bahia
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i71.66332Palavras-chave:
Luiz Gama, Luiza Mahin , Memória Afro-Brasileira, Biografia, AbolicionismoResumo
Um dos personagens mais celebrados na memória afro-brasileira é o poeta, abolicionista e rábula baiano Luiz Gama. Sua obra e trajetória profissional têm sido tema de inúmeros trabalhos acadêmicos, mas até agora as únicas informações sobre sua infância vieram de uma carta autobiográfica escrita em 1880, dois anos antes da sua morte. O presente texto rompe o silêncio documental sobre seu tempo na Bahia, apresentando dados levantados por meio de extensiva pesquisa documental, em diálogo com as memórias apresentadas na sua carta e as narrativas que surgiram depois da sua morte. Começamos com a chegada ao Brasil de sua mãe, a legendária Luiza Mahin, arrancada de sua terra natal pelo tráfico ilegal. Em seguida, analisamos a família paterna, mostrando que as raízes se estendiam à Santo Amaro da Purificação e Itaparica. As experiências de infância de Gama são examinadas no contexto político da Cidade da Bahia na década de 1830, e a proximidade física da família aos acontecimentos da Revolta dos Malês e da Sabinada. O texto se encerra com a análise de documentos que confirmam as lembranças do futuro abolicionista sobre o envolvimento do progenitor em jogos de azar e a consequente liquidação de bens, o que culminou, em novembro de 1840, na redução do próprio filho à escravidão. Ao oferecer a primeira base empírica sobre as experiências de Luiz Gama na Bahia, matizamos suas lembranças, além de problematizar a relação nem sempre estável entre a história e memória de nossos tempos sobre personagens negros do tempo da escravidão.
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