Nós, Mulheres da Periferia: jornalismo de beirada como contra-pedagogia da crueldade
DOI:
https://doi.org/10.9771/contemporanea.v23i0.66205Palavras-chave:
jornalismo de beirada, narrativas, periferia, contra-pedagogiaResumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre o “jornalismo de beirada” do coletivo fundado por mulheres negras das periferias Nós, Mulheres da Periferia, como intenção de se repensar narrativas jornalísticas e experiências comunicacionais a partir de uma proposição anticolonial. Como lente teórica-metodológica, o conceito de “contra-pedagogia da crueldade” nos auxilia a pensar as colonialidades que circundam a historiografia e disputas simbólicas para se narrar o mundo institucionalmente e jornalisticamente. Como resultados da pesquisa, concluiu-se que o jornalismo de beirada se constitui como um espaço seguro para as mulheres negras e moradoras de periferias, à medida em que parte de experiências localizadas na construção dos sentidos propostos, bem como atua para fortalecimento simbólico de vínculo entre essa parcela da população.
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