O Destino Turístico Inteligente (DTI) como espacialização do modelo smart city em Florianópolis/SC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/geo.v0i1.65590

Palavras-chave:

neoliberalismo

Resumo

Nas últimas décadas, as cidades têm adotado políticas neoliberais com ênfase em competitividade, marketing, parcerias público-privadas e concentração de investimentos em espaços seletivos. Um modelo que se destaca nesse contexto é o de smart city, que utiliza Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para otimizar a gestão urbana. Cidades como Rio de Janeiro/RJ e Curitiba/PR aplicam esse modelo em suas gestões. Florianópolis também adota o modelo smart, sendo a certificação Destino Turístico Inteligente (DTI) um desdobramento desse processo. Este artigo, com abordagem qualitativa e exploratória, tem como objetivo investigar o impacto do eixo “promoção e marketing” da certificação DTI, focando no uso de tecnologias como aplicativos, placas interativas com QR Codes e formulários de pesquisa. Observou-se que essas ferramentas são voltadas para a coleta de dados, com o objetivo de gerar tendências de mercado. A utilização destas tecnologias demonstrou-se focada principalmente em gerar tendências de mercado, além da certificação ser divulgada para promover a cidade como moderna, eficiente e estruturada para atrair investimentos, destacando-se como um diferencial competitivo aos negócios.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jamile Maia Younes, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduada em Geografia, modalidade Licenciatura, pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), mestranda em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Maria Helena Lenzi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutorado em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP), professora adjunta do Departamento de Geociências e dos Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Desastres Naturais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Referências

BRASIL. Ministério do Turismo. Processo de transformação de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI). Brasília: Ministério do Turismo, 2022.

BRENNER, N.; PECK, J.; THEODORE, N. After neoliberalization? Globalizations, v. 7, n. 3, p. 327-345, 2010.

COMPANS. R. Empreendedorismo Urbano: entre o discurso e a prática. São Paulo: UNESP, 2005.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.

DIRKS, S.; KEELING, M. A vision of smarter cities: how cities can lead the way into a prosperous and sustainable future. New York: IBM Institute for Business Value, 2009.

FRASE, P. A dialética da tecnologia. Revista Jacobin. Disponível em: https://jacobin.com.br/2023/05/a-dialetica-da-tecnologia/. Acesso em 30 mai. 2023.

FREIRE-MEDEIROS, B; FREITAS, J. Rio, Cidade Inteligente? Mobilidade de políticas e políticas de mobilidade no contexto dos megaeventos. Interseções: Revista de Estudos Interdisciplinares, v. 22, n. 2, p. 201-224, set. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.12957/irei.2020.54461. Acesso em 05 jan. 2024.

HARVEY, D. A Produção Capitalista do Espaço. São Paulo: Annablume, 2005.

HOLLANDS, R. Will the real smart city please stand up? Intelligent, progressive or entrepreneurial? City, v. 12, n. 3, p. 303-320, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1080/13604810802479126. Acesso em 05 jan. 2024.

ISRAEL, C. Smart city: a digitalização do espaço urbano como governo algorítmico. In: MOURA, R.; FREITAS, O. L. C. de (Org.). Reforma urbana e direito à cidade. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2022. p. 35-51.

MOROZOV, E; BRIA, F. A Cidade Inteligente: Tecnologias Urbanas e Democracia. São Paulo: UBU/Fundação Rosa Luxemburgo, 2019.

NOW BOARDING. Rota Turística Inteligente interage com turistas em Florianópolis. Disponível em: https://nowboarding.com.br/rota-turistica-inteligente-florianopolis/. Acesso em 01 abr. 2024.

OLIVEIRA, F. L et al. Métricas para uma Rio Smart: uma iniciativa piloto para um plano nacional. In: KRAUS, L. et al. (Org.) Cidades inteligentes e contradições urbanas: reflexões para a garantia do direito à cidade. Rio de Janeiro: Garamond, 2023. p. 153-172.

SÁNCHEZ, F. A reinvenção das cidades para um mercado mundial. Chapecó: Argos, 2003.

SIQUEIRA, M; LUCAS, A. Nem tudo o que reluz é ouro: Florianópolis e o urbanismo competitivo. Cadernos Metrópole, v. 25, n. 57, Mai./Ago. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2236-9996.2023-5703 Acesso em 05 jan. 2024.

TOURQUAL. Plano de Ações para atendimento aos requisitos de autoavaliação Destino Turístico Inteligente - DTI. Florianópolis/SC, 2021

VAINER, C. B. Pátria, empresa e mercadoria. Notas sobre a estratégia discursiva do Planejamento Estratégico Urbano. In: ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. (Org.). A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Editora Vozes, 2002. p. 75-103.

Downloads

Publicado

2025-07-22

Como Citar

Maia Younes, J., & Lenzi, M. H. (2025). O Destino Turístico Inteligente (DTI) como espacialização do modelo smart city em Florianópolis/SC. GeoTextos, 21(1). https://doi.org/10.9771/geo.v0i1.65590

Edição

Seção

Artigos