https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/issue/feed Inventário 2025-04-30T21:12:30+00:00 Editoria inventar@ufba.br Open Journal Systems <p>A Inventário é editada pelo corpo discente dos Programas de Pós-Graduação do Instituto de Letras. Tem por política editorial publicar, semestralmente, artigos científicos, ensaios, resenhas e relatos de experiência, produzidos no âmbito dos estudos linguísticos e/ou literários cujos originais tenham obtido parecer positivo de pelo menos dois avaliadores especializados na área específica do trabalho submetido.<br />Área do conhecimento: Linguística e Literatura<br />ISSN (online): 1679-1347 - Periodicidade: Semestral - Qualis: B3</p> https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62320 VIVÊNCIA E EXPERIÊNCIA NA LITERATURA KAFKIANA 2025-03-22T17:47:05+00:00 Kévia Daniele da Silva keviads15@gmail.com <p>Neste texto, realizo algumas interpretações do realismo de Franz Kafka a partir de dois leitores do romancista, Theodor Adorno e Walter Benjamin. A partir da leitura de <em>Diante da lei</em> e <em>Um relatório para uma academia</em>, desenvolvo uma reflexão sobre como o realismo do autor, aparentemente absurdo, paradoxal e fragmentário, corresponde a um exercício escritural de apr(e)ender a realidade ao converter vivências (<em>Erlebnis</em>) em experiências refletidas (<em>Erfahrung</em>). Por meio do estranhamento que suas narrativas produzem, Kafka metaforiza experiências humanas de deslocamento, desabrigo, impotência e desespero em um início de século XX que já prenunciava barbáries por vir. Apesar disso, ressalto que, longe de um pessimista e fatalista, se seus personagens são “kafkianos” – muitas vezes enredados em um cenário de ausência de liberdade –, sua escrita revela uma atitude positiva de desmistificar ideologias e encontrar saídas possíveis por meio da escrita literária. Todavia, esta escrita já não pode reproduzir um realismo da transparência, altamente descritivo, mas um realismo caleidoscópico, que adentre nos meandros de subjetividades atuantes em um mundo burocratizado e administrado. Esta é uma lição que tanto Adorno, com sua noção de mimesis na arte, quanto Benjamin, com as relações entre experiência e narrativa, nos ensinam por meio de Kafka.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62392 IRMÃOS KARAMÁZOV E O ENSINO MÉDICO 2025-03-29T16:53:10+00:00 Iêda Maria Barbosa Aleluia imbarbosa@uneb.br <p>Estudos trazem a importância da inclusão das artes, especialmente da literatura no currículo médico, a fim de aprofundar competências atitudinais tais como a empatia, a compaixão, a escuta do outro e o autocuidado. Pensar o ser médico, nessa reflexão que proponho equivale a estar no mundo, afetado por tudo o que nos é apresentado no caminho, reconhecer o desconforto que sentimos ao presenciar a dor do outro (e a nossa), e, a partir daí, agir na justa medida, para além do exercício da técnica biomédica. Trata-se de um estudo qualitativo, tendo como base uma análise das personagens do livro <em>Os Irmãos Karamazov</em>, de Fiódor Dostoievski, e do perfil esperado do egresso dos cursos de medicina, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), de 2014. Para este estudo, escolhi três situações da narrativa que nos permitem abordar os temas de formação humanista: escuta atenta, o acolhimento, a empatia, a reflexão sobre o papel estendido do médico e o conceito de cuidado.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62368 ENSAIO SOBRE O COTIDIANO 2025-03-15T17:08:03+00:00 Júlia Carolina Arantes j.arantes91@gmail.com <p>Este ensaio pretende investigar obras artísticas, como a literatura de Marília Garcia e de Virginia Woolf e os cinemas de Yasujiro Ozu, Jim Jarmusch e Hou Hsiao-hsien, que se debruçam sobre a banalidade da vida, a fim de teorizar o cotidiano. Nessas obras que retratam o infraordinário, como nomeia Georges Perec a vida pequena que não é noticiada ou propagandeada, percebe-se uma tentativa de revalorizar a sutileza e a delicadeza das experiências corriqueiras que têm se tornado invisíveis. Investiga-se também o aspecto da coleção e da repetição, como forma de se evitar o esquecimento de eventos sutis que, apesar de se reiterarem diuturnamente, podem ser ignorados e passar despercebidos. Atravessado pelo pensamento teórico de Georges Didi-Huberman, Denilson Lopes e Peter Pál Pelbart e em contraposição à monumentalidade da grande história, interessa-se como a vida anônima de homens comuns, com suas histórias medianas, nem épicas, nem trágicas, é retratada na literatura e no cinema.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/67178 EDITORIAL 35 2025-04-30T21:05:03+00:00 Naiara Santana Pita naiara.pita@ufba.br Bruno Ferreira Vicente brnfvicente@gmail.com 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62971 LITERATURA DE AUTORIA INDÍGENA E LETRAMENTO LITERÁRIO NO ENSINO BÁSICO 2025-03-15T16:53:04+00:00 Rochelle da Fonseca Oliveira rochelle.oliveira@acad.ufsm.br Liane Batistela Kist liane.kist@ufsm.br <p><span style="font-weight: 400;">No presente relato de experiência, busco, além de relatar, refletir acerca da prática pedagógica, no contexto de formação inicial de professores do curso de licenciatura em Letras Português, em especial no âmbito do estágio supervisionado em literatura, com vistas a contribuir com projeções para a experiência docente. As atividades desenvolvidas no estágio foram elaboradas a partir da definição de objetivos e estratégias de ensino e de aprendizagem com vistas à construção e promoção de uma educação intercultural, que oportunizasse aos alunos o desenvolvimento de uma compreensão mais ampla do Brasil e de sua diversidade. Para isso, utilizou-se da abordagem teórico-metodológica do Letramento Literário (COSSON, 2006) em&nbsp; consonância com a prática de leitura do gênero literário mito (JESUS; BRANDÃO, 2011), como um instrumento mediador para o conhecimento da literatura e da cultura indígena no contexto de sala de aula. Ao final das atividades desenvolvidas no estágio, verificou-se, por meio de uma atividade de automonitoramento da aprendizagem (PIMENTEL; OMAR; DE FRANÇA, 2005), que os alunos apreenderam os conhecimentos trabalhados ao longo da proposta didática, uma vez que demonstraram, em suas respostas, entendimento acerca da importância da cultura, da língua e literatura dos povos indígenas, reconhecendo a diversidade e as especificidades de cada povo e sua cultura.</span></p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62900 GÊNEROS TEXTUAIS EM LÍNGUA INGLESA 2025-04-15T17:51:39+00:00 Isabelly Oliveira Fernandes de Sousa isabellyfernandes2002@hotmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Exploramos a importância dos gêneros textuais, em especial das fábulas, na disciplina de língua inglesa no ensino fundamental. Nossa motivação é compartilhar as práticas pedagógicas eficazes no desenvolvimento das habilidades linguísticas dos alunos. Utilizamos o interacionismo sociodiscursivo (ISD) e aliamos com os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998), Diretrizes Curriculares da Educação Básica (Paraná, 2008), Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018) e Currículo da Rede Estadual Paranaense (Paraná, 2020); e também, Fiorin (2001); Bronckart (2006); Marcuschi (2008); Schneuwly (2004) e Dolz, Noverraz, Schneuwly (2004). Seguindo os passos sugeridos pelo ISD, foram realizadas atividades práticas e avaliações que permitiram a integração da abordagem com a prática pedagógica. A fábula, com sua estrutura narrativa simples e moral explícita, revelou-se uma ferramenta valiosa para engajar os estudantes, facilitando a compreensão e a produção de textos em língua inglesa. Nossa experiência mostrou que além de melhorar as competências linguísticas dos alunos, também desenvolve habilidades críticas e criativas, colaborando de forma ativa e entusiástica nas atividades propostas. Esse relato busca, portanto, contribuir com outros educadores, oferecendo um panorama das estratégias e resultados obtidos, e incentivar a utilização de gêneros textuais no ensino de línguas estrangeiras.</span></p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62933 DUAS FUGAS PARA UM FADO 2024-12-26T19:57:05+00:00 Guilherme Mateus Maniçoba Formiga guimmf@hotmail.com Fernando Filgueira Barbosa Júnior fdojunior1@hotmail.com <p>A emancipação feminina é um tema muito explorado nos estudos literários, especialmente em textos contemporâneos. Clarice Lispector, escritora modernista, inaugurou na literatura brasileira um formato intimista para o trato de suas narrativas, comumente conduzidas através do fluxo de consciência, em que a perspectiva é apresentada por um narrador descortinando questões internas, refletidas nos aspectos da memória e da linguagem. Maria Teresa Horta, escritora portuguesa, também percorre vertentes similares no nível estético e, especialmente, no temático. Nos contos “A fuga” e “Lídia”, das escritoras supracitadas, os narradores em ambos os textos acompanham duas mulheres e seus dilemas conjugais: a primeira devaneia, durante o banho, uma possibilidade de escape da rotina que violenta sua caótica condição existencial; a segunda desenvolve um processo de metamorfose similar a um quadro delirante. Ao aproximarmos os contos, propomos uma leitura sem o efetivo compromisso militante, ainda que a perspectiva delineie contornos combativos. Nomes como o de Boris Tomachevski (1971), Benedito Nunes (1992), Nobert Elias (1994) e Tzvetan Todorov (2003), entre outros ressignificam o nosso pensamento dentro da crítica literária, de modo possível a se verificar que conflitos internos provocados por inflamações nos casamentos atuam como um ponto de intercessão entre as personagens.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62344 ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM YOSHIO, EM "BLANCO NOCTURNO", DE RICARDO PIGLIA 2025-03-08T22:05:46+00:00 Normando Ferreira Leite Junior profnormandolinguagens@gmail.com <p>O romance "Blanco Nocturno", de Ricardo Piglia (2010), oferece um retrato dos pampas argentinos no período pós-ditatorial, explorando como a sociedade marginaliza e estigmatiza certos indivíduos. Yoshio, um personagem homossexual oriental, é injustamente condenado pelo assassinato de Tony Durán, refletindo uma condenação social baseada no preconceito. A análise da construção desse personagem na obra utiliza as teorias de Connell (2020), Goffman (1988) e Hocquenghem (2020) para entender as dinâmicas internas das acusações. Yoshio não é apenas um personagem preso, mas uma representação dos corpos homossexuais masculinos na sociedade interiorana argentina. O romance destaca as rígidas construções de gênero e sexualidade presentes na cultura local, revelando como esses estigmas sociais são impostos e perpetuados, e como a identidade de Yoshio é moldada e condenada por essas normas sociais inflexíveis. Assim, Piglia expõe a complexa interação entre identidade, estigma e marginalização em um cenário específico, ampliando a discussão sobre preconceito e exclusão social.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62939 O TEMPO CRONOLÓGICO E PSICOLÓGICO NA ADAPTAÇÃO AUDIOVISUAL DE "INCIDENTE EM ANTARES", DE ÉRICO VERÍSSIMO 2025-02-02T18:27:58+00:00 Francisco Marcelino da Silva marcelino.jr06@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O presente trabalho foca em como o elemento temporal – tanto o cronológico quanto o psicológico – é abordado em </span><em><span style="font-weight: 400;">Incidente em Antares</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Érico Veríssimo, e na adaptação fílmica homônima. O tempo é um dos componentes basilares na obra literária acima referida, tendo em vista que a primeira parte do livro, Antares, dedica-se a contar desde a fundação do “Povinho da Caveira” até o estabelecimento da cidade de Antares. A segunda parte do livro, Incidente em Antares, diferentemente da primeira, que transpõe séculos, decorre em apenas três dias – de 12 a 14 de dezembro de 1963, com ênfase na sexta-feira treze do referido mês. Busca-se analisar como a percepção do tempo cronológico se dá em relação aos instrumentos de mensuração do tempo (Elias, 1998) – relógios, fenômenos naturais etc. – e do “psicológico ou tempo vivido” (Nunes, 1995), que se entrecruza com um futuro almejado, são experimentados pelas sete personagens principais. Para a análise da adaptação fílmica (obra de chegada), valeu-se do conceito de tradução intersemiótica (Plaza,2003) e da teoria da adaptação (Stam, 2006/2008) a fim de entender como os elementos cinematográficos foram utilizados para representar a passagem temporal e, consequentemente, como os protagonistas, os defuntos, experienciam o tempo do aquém-túmulo por estarem inseridos na cronologia de Antares, tratando-se, portanto, de uma análise qualitativa. Ao fim, espera-se entender melhor as escolhas e as estratégias tradutórias empregadas e a eficácia obtida através delas, levando em consideração a obra fonte e a obra de chegada.&nbsp;</span></p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62538 MODERNIDADE/COLONIALIDADE, IDEOLOGIA E DIFERENCIAÇÃO 2025-03-08T18:02:22+00:00 Luís Frederico Dornelas Conti luisfdconti@usp.br <p><span style="font-weight: 400;">Este estudo examina a interseção entre a abordagem inovadora de Susan Gal e Judith T. Irvine em semiótica e antropologia linguística, e os princípios teóricos da virada decolonial (CASTRO-GÓMEZ; GROSFOGUEL, 2007). Ambas as acadêmicas, conhecidas por sua pesquisa pioneira, introduziram uma perspectiva que vai além do logicismo inerente à semiótica peirceana, incorporando elementos sociais, valores em constante (re)negociação e a ideologia como parte fundamental de sua análise. Essa abertura conceitual converge com as críticas decoloniais, desafiando concepções inertes sobre a realidade e enxergando processos semióticos como situados em um mundo de dissensos, desentendimentos e construções contínuas, marcado por projetos localizados em campos sociolinguísticos específicos e regimes interpretativos parciais. O estudo não busca estabelecer uma equivalência rígida entre as análises de Gal e Irvine (2000, 2019) e as teorias decoloniais, mas destaca como podem complementar-se mutuamente, promovendo oportunidades para interconexões e para posicionamentos possíveis dentro das parcialidades existentes. O trabalho de Gal e Irvine levanta questões pertinentes sobre como a compreensão tradicional da semiose foi e vem sendo atravessada pela modernidade/colonialidade.<br>Palavras-chave: Processos semióticos; diferenciação; (de)colonialidade; ideologia.<br></span></p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62892 REPRESENTAÇÃO NEGRA NA LITERATURA BRASILEIRA 2025-02-24T16:41:09+00:00 Gabriel Wirz gabrielwirz451@gmail.com <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Este trabalho faz uma revisão da fortuna crítica que trata das problemáticas representações feitas de pessoas negras na literatura brasileira oitocentista até contemporâneas produções desenvolvidas sob a categoria do afrofuturismo. Também é criticado o processo de constituição de uma literatura e cânone brasileiros calcados em um projeto de construção nacional excludente e artificial, que elencou pretensos retratos de indígenas enquanto heróis nacionais e excluiu pessoas negras deste processo </span></span><span style="color: #4d5156;"><span style="font-size: small;">—</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> assim como características associadas às culturas de matriz africana. Para conceituar o Afrofuturismo, foi utilizado um texto de Kodwo Eshun. Além deste, foram utilizados textos de Waldson Souza e Anne Quiangala. Diante das reflexões aqui desenvolvidas, o movimento Afrofuturista é pensado enquanto uma manifestação multimídia e intelectual afrodiaspórica, com o potencial de questionar os discursos colonialistas, epistemicidas e racistas.</span></span></p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62400 DO QUARTO DE DESPESJO À SALA DE VISITAS 2025-02-15T18:38:03+00:00 Eunice Pereira da Silva epnicedasilva@gmail.com Silvaney Vieira da Silva silvaneyvsilva@gmail.com Nilsoncley Borges de Souza borgesnilson15@gmail.com <p>Este estudo pretende discutir sobre o teor testemunhal e as experiências do deslocamento do sujeito nas obras <em>Quarto de despejo</em> (1960) e <em>Casa de alvenaria</em> (1961) da escritora Carolina Maria de Jesus. O propósito deste trabalho é de apresentar a relação do não pertencimento da escritora ao ambiente da favela a qual foi inserida, no sentido de refletir sobre o que esse (lugar), resultante de um processo migratório forçado, representou para a autora. A presente pesquisa propôs a analisar e discutir sobre a denúncia da escritora quanto às questões de desigualdades e exclusão social que foram evidenciados em seus diários, durante o seu período de vivência no espaço da favela do Canindé na cidade de São Paulo, durante as décadas de (1950 a 1960). Outro ponto deste estudo é de discutir acerca do sentimento de estranhamento da autora ao se deslocar para a casa de alvenaria em um bairro nobre da cidade de São Paulo, o que a leva conhecer e frequentar outros ambientes, dos quais são territórios demarcados pela classe média alta e branca. Para atingir os objetivos propostos, partimos dos estudos e análises dos recortes de (1955 a 1961) segundo o sentimento de deslocamento da escritora-personagem. Para tanto, nos referenciamos nos pressupostos teóricos dos pesquisadores Anselmo Peres Alós (2009), Seligmann-Silva (2003), Stuart Hall (2015) e dentre outros estudiosos.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62298 METÁFORA 2025-03-05T18:06:51+00:00 Raimundo Farias de Lima raimundo.tucapereira@gmail.com <p>O presente trabalho objetiva apresentar, panoramicamente, um referencial teórico que problematiza a leitura como uma maneira de expandir conhecimentos, estimular a mente e explorar perspectivas enriquecedoras que podem proporcionar entretenimento, aprendizado e desenvolvimento pessoal e por ser fundamental para a comunicação, ao entendimento do mundo e ao crescimento intelectual. Além disso, evidencia-se que a leitura metafórica, quer seja de um diálogo ou de um conto, envolve a interpretação simbólica de elementos para além do significado literal. Assim sendo, este trabalho de pesquisa, de cunho bibliográfico e documental, pretende enfatizar a importância do entendimento das metáforas presentes no conto “O primeiro beijo”, de Clarice Lispector, já que as metáforas em contos, muitas vezes, aprofundam a compreensão emocional ou temática, permitindo uma conexão mais profunda com o texto. Após as considerações teóricas, será apresentada uma proposta de atividade, focalizando o uso de metáforas no conto em questão. Quanto à estrutura, este artigo está organizado da seguinte forma: introdução/justificativa; referencial teórico; procedimentos metodológicos, referentes às três etapas de desenvolvimento da atividade sobre a compreensão das metáforas no conto supracitado; por fim, são apresentadas as considerações finais.</p> <p> </p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62878 METAMORFOSES DO MELODRAMA NO PERIODISMO BRASILEIRO DA DÉCADA DE 1930 2025-03-16T18:09:12+00:00 Camila Soares Borges camisborges2017@gmail.com George Luiz França franca.george@ufsc.br <p>Nascido da busca por mecanismos capazes de restabelecer a ordem no contexto da Revolução Francesa e da ascensão da burguesia, o melodrama extrapola a condição de gênero textual e corresponde a um modo de imaginação cultural atrelado à construção das identidades nacionais modernas. O gênero sobrevive e excede o contexto francês e o século XIX, fazendo-se presente no Brasil desde aquele período, sendo discutido em revistas e jornais ao passo que transformou-se em outros objetos culturais. Este artigo avalia os usos do termo “melodrama”, os problemas e as valorações a ele associadas entre os anos de 1930 a 1939 em periódicos brasileiros disponibilizados pela Fundação Biblioteca Nacional na Hemeroteca Digital. A metodologia adotada foi a construção de um <em>corpus </em>a partir da catalogação de resenhas, artigos de opinião, fragmentos de folhetins, anúncios e notícias presentes em periódicos brasileiros que continham o termo “melodrama”. Em conjunto com as catalogações foram estudadas teorizações de Martín-Barbero, Thomasseau e Brooks. Como resultado, é possível compreender as diversas valorações associadas ao termo melodrama, estabelecer padrões presentes nos dados catalogados, estabelecer intersecções entre o melodrama e questões raciais e de gênero, além de visualizar mudanças no cenário artístico que culminaram em diferentes recepções da imprensa brasileira perante as metamorfoses do melodrama. Ademais, é possível verificar como os ideais moralizantes difundidos por esse fazer artístico impactam a sociedade, de que maneira o melodrama compõe produções das mais variadas vertentes e como o melodramático influenciou na construção de nosso imaginário moderno.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62860 "MEU CORAÇÃO DE CADELA" 2025-02-07T16:37:56+00:00 Júlio César de Araújo Cadó julioccado@gmail.com Maria Regina Soares Azevedo de Andrade regina0azevedo@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo investiga a presença do desejo erótico na dicção poética de Adélia Prado. A obra da poeta mineira despontou na paisagem da poesia brasileira na década de 1970, recebendo atenção da crítica literária, tanto nesse momento inicial, quanto reconhecimento posterior. Como </span><em><span style="font-weight: 400;">corpus </span></em><span style="font-weight: 400;">de leitura, elege-se o poema “Bairro”, publicado em </span><em><span style="font-weight: 400;">O coração disparado</span></em><span style="font-weight: 400;">, segundo livro da autora, lançado em 1977. Nele, destacam-se, entre os aspectos recorrentes, o erotismo e o desejo como vetores constitutivos dos poemas, sendo, por vezes, associados à configuração de vozes poéticas identificadas com o feminino. Para compreender as categorias de análise, são utilizadas as seguintes contribuições teóricas: de Octavio Paz (1994) e Eliane Robert Moraes (2021) sobre o erotismo, Guilherme Gontijo Flores (2020) e Roland Barthes (2015) sobre o desejo, e Dominique Combe (2010) sobre o eu lírico. Com o estudo detido do poema, percebe-se a inscrição da experiência do sujeito feminino como sujeito desejante, que assume suas vontades e anseios, no corpo do texto. Desse modo, a escrita de Adélia Prado vai de encontro a preceitos sociais moralmente legitimados, assim como de paradigmas da tradição lírica.&nbsp;</span></p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62941 A RESISTÊNCIA DE O REI DA VELA AO SEU “ENGAVETAMENTO” DE 1933 E À REPRESSÃO DE 1968 2025-03-12T21:26:04+00:00 Joyce Galon da Silva Moronari galonjoyce@yahoo.com.br <p>Este artigo investiga a peça <em>O rei da vela</em> de Oswald de Andrade, escrita em 1933, focando no "engavetamento" até 1967 e na censura durante a ditadura militar de 1968. O estudo analisa como esses eventos refletem a resistência da peça às normas teatrais estabelecidas e sua contribuição para a inovação modernista no teatro brasileiro. A pesquisa contextualiza o ambiente histórico e teatral das décadas de 1930 e 1960, destacando a importância da dramaturgia de Andrade para o modernismo. A repressão ideológica do Estado Novo e a censura militar são discutidas como respostas às propostas audaciosas da peça, evidenciando a resistência enfrentada por <em>O rei da vela</em>. A análise crítica revela que a trajetória da peça sublinha a contribuição significativa de Andrade para a ruptura com convenções e o avanço do teatro moderno no Brasil. O estudo também mostra que o veto e a incompreensão que a peça enfrentou refletem sua relevância e inovação artística, confirmando a importância de <em>O rei da vela</em> como uma investida fundamental para a renovação do teatro brasileiro.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62821 OS GUARDIÕES DA FLORESTA 2025-03-26T01:36:57+00:00 Franck Wirlen Quadros dos Santos franckwirlen@ymail.com <p>O estudo aborda como o imaginário amazônico é representado e discutido no Twitter, uma plataforma de mídia social conhecida por suas tendências dinâmicas e capacidade de moldar a opinião pública. O foco está na análise discursiva das tendências (trends) relacionadas à Amazônia, examinando como diferentes narrativas e representações surgem e se propagam. A pesquisa utiliza métodos de análise de discurso e análise de redes sociais para investigar tweets sobre a Amazônia que se tornam trends. Os resultados indicam que a Amazônia é frequentemente representada de duas maneiras principais: como um paraíso natural e como um espaço de diversidade cultural, influenciados por narrativas imaginárias. Existem discursos conflitantes, especialmente em relação às políticas ambientais e à exploração econômica da Amazônia. Enquanto alguns tweets defendem a preservação ambiental, outros apoiam o desenvolvimento econômico, refletindo divisões políticas e ideológicas. Ativistas ambientais e influenciadores digitais desempenham um papel crucial na moldagem das tendências. A análise revela que o Twitter funciona como um espaço discursivo permeado de diferentes visões sobre a Amazônia que são debatidas e difundidas. A plataforma permite a emergência de narrativas hegemônicas e contra-hegemônicas, influenciando percepções e ações em relação à região amazônica. Percebe-se por meio das trends que atua como um reflexo das preocupações globais sobre a Amazônia e um canal de mobilização social, logo a complexidade das representações discursivas na plataforma destaca a importância das mídias sociais na construção e disseminação do imaginário amazônico contemporâneo.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62919 A INSUBMISSÃO DA MULHER NEGRA DIANTE O SISTEMA PATRIARCAL E HETERONORMATIVO NO CONTO "ISALTINA CAMPO BELO", DE CONCEIÇÃO EVARISTO 2025-03-22T18:27:32+00:00 Frederico Loiola Viana fredyloy@hotmail.com Isa Rocha Bonfim rochaaisa@gmail.com <p>A presente pesquisa tem como <em>corpus</em> de análise o conto “Isaltina Campo Belo”. O conto é uma das histórias que está presente na obra de <em>Insubmissas lágrimas de mulheres </em>de Conceição Evaristo. Para auxiliar no estudo de gênero cita-se Butler (2020), que faz um estudo dos problemas de gênero causados pela influência social e tem como uma das sequelas a heterossexualidade compulsória. Lerner (2019), que em sua obra pesquisa a criação histórica do patriarcado e as consequências desse sistema sobre as mulheres. Hall (2011) faz um estudo de identidade que tem como suporte analisar a crise identitária da personagem protagonista. hooks (2020), Gonzalez (2020) e Lorde (2011) enriquecem a pesquisa com os estudos de luta e desafios das mulheres negras nos âmbitos sociais e no feminismo. A protagonista de Evaristo perpassa por dilemas de aceitação do gênero e sexualidade diante a sua realidade como uma mulher negra. Contudo, a Isaltina Campo Belo se torna insubmissa a opressão da social heteronormativa. Sendo assim, segundo Rich (1993), a “heterossexualidade compulsória” refere-se à ideia de que a heterossexualidade não é apenas uma orientação sexual entre muitas, mas a única orientação aceitável na sociedade patriarcal. A autora argumenta que por diversas instituições sociais, culturais, religiosas e políticas que promovem e mantêm a heterossexualidade como padrão normativo. A busca da heroína do conto em entender sua existência como mulher lésbica demonstra como a sociedade padrão silencia a existência de mulheres lésbicas. A história revela a angústia causada pelo apagamento social das mulheres negras que se descobrem lésbicas. Dessa forma, o presente estudo investiga como os problemas sociais estão envolta da personagem Campo Belo interferem em seu processo de identidade, aceitação e o reconhecimento de si mesma diante o enfrentamento do sistema patriarcado que por sua vez oprime com mais veemência as mulheres negas, e que como sintoma desse sistema, a personagem protagonista atravessa a heterossexualidade compulsória diante os dilemas de sua sexualidade.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62921 FANFICTION COMO FERRAMENTA DE ENSINO 2025-03-29T16:30:19+00:00 Tatiane Lopes Moreira tatiane.moreira@braganca.ufpa.br Rafael Timmermann rafaeltimmermann@ufpa.br <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho visa sugerir uma sequência didática (SD) envolvendo o uso de </span><em><span style="font-weight: 400;">fanfictions</span></em><span style="font-weight: 400;"> no ensino de língua inglesa com base na proposta de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), a qual compreende apresentação da situação e produção inicial; módulos; e produção final do gênero textual </span><em><span style="font-weight: 400;">fanfiction</span></em><span style="font-weight: 400;">. Para isso, este trabalho está dividido em em uma seção de referencial teórico - a qual apresenta conceitos de gênero textual envolvendo as perspectivas de Bakhtin (2003) e Marcuschi (2002), composição do gênero </span><em><span style="font-weight: 400;">fanfiction</span></em><span style="font-weight: 400;"> fundamentado por Massunaga (2013) e Clemente (2013) e estrutura da sequência didática embasado na proposta de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) -, metodologia, proposta de sequência didática e considerações finais. Espera-se que a SD proposta possa oferecer aos alunos uma abordagem envolvente e contextualizada para a prática das habilidades linguísticas e melhora na proficiência do idioma, através da exploração e criação de histórias em inglês dentro de universos ficcionais, na esperança de contribuir para uma aprendizagem mais significativa e duradoura da língua.</span></p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62678 A TEORIA DA COMUNICAÇÃO E O ENSINO 2025-03-06T16:54:46+00:00 Karina Torres Machado ka_torresm@yahoo.com.br Eunice Prudenciano de Souza euniceprus@gmail.com <p>O presente artigo visa apresentar uma alternativa metodológica de ensino que entrelace a Teoria da Comunicação, de Roman Jakobson, aos tipos e gêneros textuais, com vistas a uma escolarização mais efetiva do texto literário. Embasado pela teoria comunicativa de Roman Jakobson, utilizando as ideias sobre ensino de literatura de Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar (1993) e da tipologia e dos gêneros textuais de Luiz Antônio Marcuschi (2008), apresentamos uma prática de ensino que relaciona a intencionalidade comunicativa, presente nos mais variados textos que circulam na sociedade, à leitura interpretativa do poema “O caso do vestido”, de Carlos Drummond de Andrade, com vistas a formação de leitores. Dessa maneira, a alternativa metodológica delineada parte de um trabalho de investigação das intencionalidades comunicativas do texto literário, com objetivos previamente definidos e discutidos, para a construção coletiva e expositiva dos conhecimentos apreendidos por meio da leitura literária, expostos na produção de diferentes gêneros textuais.</p> 2025-04-30T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Inventário