A SAGA DA SAMARCO: AS REVELAÇÕES DO RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO APÓS O DESASTRE DE MARIANA
DOI:
https://doi.org/10.9771/rc-ufba.v11i2.24958Palavras-chave:
Evidenciação voluntária, Teoria da Legitimidade, Samarco S.A., Desastre de Mariana.Resumo
O rompimento da barragem de Fundão, conhecido como o “Desastre de Mariana”, que ocorreu em novembro de 2015, foi um dos maiores desastres ambientais já registrados no Brasil sendo considerado o maior desastre ambiental da história mundial dos últimos 100 anos. Por conta de tamanha magnitude, a presente pesquisa buscou investigar o volume de disclosure de ações sociais e ambientais divulgadas nos relatórios contábil-financeiro e de sustentabilidade da Samarco S.A. e suas controladoras, após o desastre de Mariana, período de 2014, 2015. Esta investigação foi realizada sob a lente da teoria da legitimidade, porque estudos anteriores demonstram que após a ocorrência de acidentes existe um aumento no disclosure socioambiental (Deegan, Rankin e Voght, 2000; Blacconiere e Patten, 1994; Patten, 1992), pois a corporação procura de alguma forma minimizar os potenciais efeitos negativos advindos de grandes acidentes ambientais ou sociais, na tentativa de manter, recuperar ou ganhar a legitimidade perante os stakeholders. Para tanto optou-se por fazer um estudo de natureza descritiva e documental, utilizando como técnica de coleta de dados a análise de conteúdo. Ficou constatado que a Samarco S.A. apresentou o maior nível de disclosure (59,78%) nos relatórios contábil-financeiro, seguida pela Vale (36,42%) e, por último, a BHP Billiton (3,80%). Estes achados são explicados pela teoria da legitimidade, pois, a Samarco S.A., por ser a principal responsável pelo desastre ambiental, apresentou um volume de divulgação maior que suas controladoras – Vale e BHP – na busca de atenuar as tensões sociais, midiáticas e governamentais e retomar sua imagem diante a sociedade.
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