O Árbitro Não é Empregado, mas Ele tem Todas as Relações de Subordinação: O Trabalho Precarizado do Árbitro no Futebol Brasileiro
Palavras-chave:
precarização do trabalho, árbitro de futebol, análise de narrativasResumo
Ainda que dotado de importante função na execução do futebol, os árbitros não são reconhecidos e valorizados como categoria profissional. Nesse sentido, o objetivo do presente artigo é compreender a precarização do trabalho do árbitro de futebol brasileiro a partir de relatos de ex- árbitros mineiros que estiveram vinculados à Federação Mineira de Futebol (FMF). Para tanto, buscamos suporte teórico nas discussões sobre precarização do trabalho, considerando-a, conforme Druck (2011), como condição enfrentada pelo trabalhador, envolvendo mudanças tecnológicas, reestruturação, legislação e insegurança nas relações de trabalho. Em termos metodológicos, nos embasamos nas convergências entre as metodologias histórica e qualitativa para a realização de um trabalho memorialístico. Realizamos o total de 21 entrevistas narrativas semiestruturadas, trianguladas por documentos históricos que obtivemos acesso durante o trabalho de campo em conjunto com nossas anotações do caderno destinado a este estudo. Os resultados, que foram discutidos a partir da análise temática de narrativas, indicam que a precarização da atividade é destacada por sete categorias: falta de preparo, desarticulação de classe, hegemonia de entidades, falta de estrutura, dupla jornada, retaliação e vulnerabilidade à violência. O artigo contribui para as discussões que visem compreender as incoerências das relações de trabalho que não possuem vínculo empregatício, destacando a forma de ser e de se trabalhar no mundo a partir do caso dos ex-árbitros do futebol mineiro que atuaram no futebol brasileiro. Por fim, o artigo busca contribuir para visibilizar o trabalho de sujeitos de menor poder nas relações sociais
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Attribution 4.0.
A O&S adota a Licença de Atribuição do Creative Commons 4.0 em todos os trabalhos publicados, exceto, quando houver indicação específica de detentores de direitos autorais.



