Veredas da História

Editorial

Marcelo Pereira Lima — 2025-02-16

Editorial da Veredas da História, v.17, n. 2.2024.2

Revista Veredas da História, v. 17 n. 2 (2024)

Marcelo Pereira Lima — 2025-02-16

Edição completa do dossiê "Entre o visível e o invísivel: crenças, o sobrenatural e a construção do sagrado", na Revista Veredas da História, v. 17, n.2, 2024.

Entre o visível e o invisível: crenças, o sobrenatural e a construção do Sagrado (Apresentação do Dossiê)

Thiago de Almeida Lourenço Cardoso Pires — 2025-08-16

Apresentação do dossiê Entre o visível e o invisível: crenças, o sobrenatural e a construção do Sagrado (Revista Veredas da História, v. 17, n. 2, 2024)

A construção visual do invisível: representações imagéticas das Erínias na Atenas clássica (V-IV A.E.C)

Gabrielle Fabrício e Silva — 2025-02-16

Por meio de documentações textuais produzidas pelos helenos durante o Período Arcaico, é possível observar a importância de uma divindade associada à vingança: as Erínias. Nascidas do ardil tramado por Gaia contra Cronos, essas deidades passaram a simbolizar a vingança familiar e a justiça ancestral para os gregos, especialmente no que se refere à incidência ou à iminência de retaliação materna. Neste artigo, aspiro identificar os procedimentos empregados por Ésquilo e por ceramistas do Período Clássico (V-IV A.E.C) para personificar a temida vingança materna, analisando os artifícios utilizados para representar criaturas horríficas sem um rosto anteriormente definido, evocando um profundo temor em relação à represália materna.

O antiheroismo de jasão masculinidade e areté em apolônio de rhodes (III A.E.C.)

Thiago de Almeida Lourenço Cardoso Pires — 2025-02-16

Na Hélade do sec. III A.E.C, Apolônio de Rhodes apresentou ao mundo um novo modelo de herói em seu poema épico ‘As Argonáuticas’. Os cânticos abordavam a história de Jasão e seus companheiros, que cruzavam o mediterrâneo em busca do Velo de Ouro, a pedido do Rei Pelias. Entre competições, desentendimentos e uma temporalidade mítica, o autor tingia com características mais humanas heróis famosos, como Hércules e os filhos de Hermes, enquanto construía o protagonismo de seu próprio herói Jasão com traços antagônicos a esses. Esse tipo de narrativa e esse segundo tipo de herói estão associados, nos ajudando a compreender as mudanças sociais e culturais no mundo helênico após a morte de Alexandre.

Bosques subterrâneos: representação de plantas em pinturas parietais funerárias etruscas

Ninna Koritzky Falconiere Lopes — 2025-02-16

A pintura mural funerária etrusca passa por um momento de transformação na segunda metade do VI século A.E.C. Novas cores e técnicas são introduzidas, e os pintores etruscos começam a experimentar diferentes temáticas. Uma marca desse momento são as pinturas muito coloridas, repletas de vegetação e criaturas fantásticas. O objetivo do presente artigo é apresentar uma análise dos signos vegetais presente nas pinturas parietais da Tumba dos Touros e da Tumba da Caça e da Pesca. Ambas localizadas na necrópole de Monterozzi e datadas desse período. Ao longo de nossa análise, buscamos compreender como as imagens de plantas se harmonizam com as demais imagens nas paredes do hipogeu, a fim de propor algumas interpretações para a presença de uma representação tão cheia de vida em um espaço mortuário.

A proibição da tatuagem no Antigo Israel

Juvan Vieira da Silva — 2025-02-16

Sem dar explicação, o livro bíblico de Levíticos 19.28 traz uma proíbe a prática da tatuagem. Por estar em um contexto em que se trada das práticas de luto pagãs (vide Lev. 19.27; 28), acredita-se que a razão de se proibir a tatuagem esteja associada com aquelas práticas. Ainda que não haja uma explicação para a proibição da tatuagem, crê-se existir uma explicação implícita, não no texto, mas em seu contexto sócio-histórico. O propósito deste artigo é trazer a luz as razões que levaram o autor bíblico a imprimir essa proibição. A hipótese é de que se proibiu a tatuagem tendo em vista o fato de esta prática estar associada a escravidão. Isto é, a tatuagem era a marca usada para identificação dos escravos nos povos vizinhos a Israel.

Reflexões sobre a Natividade: debates historiográficos sobre os relatos do nascimento de Jesus nos Evangelhos Canônicos

Luiz Salgado Neto — 2025-02-16

Desde a renovação das pesquisas sobre o Jesus histórico, em meados do século XX, os relatos do nascimento de Jesus contidos nos evangelhos canônicos têm recebido grande atenção de historiadores. A narrativa amplamente conhecida como “Natividade” tem ensejado profícuos debates sobre sua historicidade e sobre sua relevância para conhecermos as crenças e tradições que circulavam entre os primeiros cristãos. Este artigo tem os objetivos de examinar a Natividade sob a perspectiva dos debates historiográficos e discutir a historicidade dos eventos relacionados ao nascimento de Jesus como narrados nos evangelhos canônicos.

Religiosidade africana e arte de cura na Bahia oitocentista: um estudo acerca dos aspectos sociais e históricos (1808-1829)

Osnar da Costa — 2025-02-16

O Nordeste como um todo apresenta-se por suas diversidades de estado para estado, quanto de regiões a realidades locais. Pensando nisto, como em outros fatores, este trabalho constrói uma reflexão acerca da Bahia, e em especial às suas características fortemente ligadas a religiosidade africana e suas manifestações com práticas de cura no século XIX. Para tanto, e por se tratar de um trabalho com delineamento simples, o método parte de uma revisão sistemática da literatura, possibilitando análise contextual da bibliografia sobre o tema. Os instrumentos de pesquisa utilizados partiram da pesquisa em bancos de dados digitais, artigos, livros, dissertações e teses.

A Inquisição Medieval: uma disputa entre cátaros e católicos à luz das bulas "Ad abolendam" e "Vergentis in senium"

Victor Rocha — 2025-08-16

No decorrer do século XII, uma heresia oriunda do maniqueísmo oriental começou a se espalhar pela Europa, conquistando muitos adeptos e criticando, abertamente, a conjuntura católica do período. Seus seguidores, conhecidos como cátaros ou albigenses, passaram a disputar espaço com a Igreja Católica, gerando grandes embates entre as duas correntes teológicas. Nesse sentido, a fim de conter o avanço do catarismo e assumir o ofício de julgar os casos relacionados às heresias, vê-se o despontar da Inquisição medieval. Esse trabalho tem como finalidade analisar o contexto de surgimento do Tribunal do Santo Ofício a partir da promulgação das bulas: Ad Abolendam, do Papa Lúcio III; e Vergentis in Senium, do Papa Inocêncio III.

Representações do divino: Uma análise do mural “A Criação do Mundo” de Emeric Marcier

Ilton José de Cerqueira Filho — 2025-02-16

No presente artigo pretendo abordar a relação entre Arte Moderna e Cristianismo no Brasil do século XX, através da criação artística de Emeric Marcier. Para tanto, selecionei; a partir do inventário do artista, a obra mural denominada como “A Criação do Mundo”, também conhecida como “Gênesis”. A partir das representações ali contidas e da análise de seu repertório iconográfico, tenho como propósito, caracterizar como as experiências pessoais de nosso pesquisado se integram na ordem das narrativas religiosas católicas e servem como temas para sua criação artística.

Arte e Antiguidade na coleção egípcia de Eva Klabin: reflexões sobre práticas colecionistas e representações sociais

Mariana Pinheiro da Costa Chaves — 2025-02-16

O presente artigo pretende discutir como as práticas colecionistas foram um importante vetor de destaque e de representação social nas elites eruditas nos séculos XIX e XX. Para tanto, serão levantadas algumas reflexões em torno da coleção de Eva Klabin Rapaport (1903 - 1991), com destaque para as peças do Antigo Egito, pois essa colecionadora construiu uma extensa coleção de objetos históricos de arte de diversas partes do mundo e tornou essa coleção pública. Com esse intuito, será mobilizada as teorias sobre recepção da Antiguidade no mundo contemporâneo e a relação desta com o colecionismo, compreendendo que as coleções são pontos de contato entre o indivíduo, a sociedade e as cadeias de significados e valoração em torno de objetos e sociedades de onde vieram.