Salvador e Suas Cores https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc <p>A revista “Salvador e Suas Cores” se apresenta em dossies temáticos compostos por trabalhos selecionados em evento homônimo. É publicada pelo ao grupo de pesquisa EtniCidades vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Objetiva dar visibilidade às pesquisas e experiencias acadêmicas (ensino e extensão) e contribuir ao debate mais amplo e qualificado sobre os nexos entre arquitetura, urbanismo e cidade e os atravessamentos com questões étnicos-raciais.<br />Área do conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas<br />ISSN (online): 2966-4322 - Periodicidade: Anual </p> Universidade Federal da Bahia pt-BR Salvador e Suas Cores 2966-4322 Salvador e suas Cores 2024 Circulações e Produções Culturais Negras nas Cidades Afro-diaspóricas no Atlantico Sul Hoje e Ontem https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65533 <p>O&nbsp;<strong>10º Seminário&nbsp;Salvador e Suas Cores: Circulações e Produções Culturais Negras Afro-Diaspóricas no Atlântico Sul, ontem e hoje&nbsp;</strong>propõe uma reflexão profunda sobre o patrimônio cultural negro na região do Atlântico Sul,&nbsp;com um olhar especial para as relações entre Brasil e Benin,&nbsp;através de uma abordagem multidisciplinar,&nbsp;reunindo historiadores,&nbsp;antropólogos,&nbsp;arquitetos e outros especialistas.</p> <p>A ocorrer presencialmente entre os dias 19 a 22 de novembro de 2024 na&nbsp;Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUFBA) e no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), ambos na Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Seminário está vinculado ao Projeto de pesquisa intitulado ‘’<em>Circulations et Productions culturelles dans/de l'Atlantique Sud hier et aujourd’hui’</em>’, desenvolvido entre a FAUFBA, o CEAO, a UFRB, o Instituto dos Mundo Africanos (IMAF) do IRD, EHESS, Universidade de Paris I, e a&nbsp;Université Abomey-Cavali, do Benin,&nbsp;visando desenvolver uma abordagem multidisciplinar e crítica dos processos patrimoniais contemporâneos das populações negras que ocorrem na área do Atlântico Sul.&nbsp;</p> Fábio Macedo VELAME Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 ENTRE PREGOS E MARTELOS A CASA DO MEU AVÔ COMO PATRIMÔNIO DA CARPINTARIA https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65547 <p>Este artigo busca uma nova perspectiva sobre a importância da carpintaria na arquitetura, destacando sua relevância histórica e como auxilia&nbsp; na valorização do patrimônio cultural material e imaterial no Brasil, uma vez que, atualmente, é assunto pouco explorado como objeto acadêmico. Com esse propósito, o objeto de estudo para aprofundamento é a casa que meu avô, Valdemar, localizada em Castro Alves - BA como uma obra de arte da carpintaria, que era seu ofício, destacando a influência africana na construção, além da oralidade na transmissão e prática do desenvolvimento da carpintaria. Complementarmente, esse trabalho visa manter viva a memória de tantos carpinteiros que, como meu avô, que atuaram na formação das cidades que compõem o interior baiano</p> Gabriela Santiago XAVIER Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 DESAFIOS PARA UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: NARRATIVAS DOCENTES SOBRE ESTUDANTES QUILOMBOLAS EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS-BA https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65563 <p>No que tange à questão racial no campo da Educação, ao longo dos séculos movimentos negros e antirracistas reivindicaram a inclusão das populações negras na escola, contudo somente no século XXI com as leis 10.639/03 e a 11.645/08, que se tornou obrigatório, trabalhar a história e cultura africana, afrobrasileira e indígena, no currículo escolar. É preconizado por essas leis que, é de responsabilidade dos docentes, desenvolver uma educação atenta as vivências históricas e culturais desses grupos, de forma a englobar nos conteúdos curriculares suas existências sociais e históricas. Assim, o presente trabalho, teve como objetivo conhecer as narrativas docentes sobre os estudantes oriundos da comunidade quilombola. Em relação à questão metodológica, trata-se de uma pesquisa de campo, de abordagem qualitativa, do tipo descritiva. Foi possível inferir com a pesquisa que ainda existe uma carência muito grande, referente à inclusão dos estudantes oriundos de comunidades quilombolas, no processo de ensino e aprendizagem, na prática docente. Uma educação escolar que contemple as vivências dos alunos quilombolas, é um tema urgente e necessário na agenda da Educação Básica. A questão racial precisa ser discutida na escola, o racismo precisa ser combatido, principalmente, nas séries dos anos iniciais pela sua repercussão no espaço social e familiar, desse modo, a escola poderá colaborara de forma significativa para que se possa desenvolver uma educação séria e antirracista.</p> Dilvana Souza Santos Silvia Karla Almeida Santos Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 10.9771/ssc8202465563 NOHEAD PHONE DO MEU IRMÃO NECROPOLÍTICA E TRABALHO NO VIDEO PERFORMANCE ONTHEHEADPHONESFROMMYBROTHER https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65562 <p>Em 2021, ao participar de um curso de imagem e som pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vivenciei essa intersecção de maneira intensa, enquanto explorava as possibilidades criativas dentro de um ambiente estudantil. O impacto da tragédia do menino Miguel Otávio Santana da Silva, que expôs as fragilidades da segurança infantil e as condições de trabalho das empregadas domésticas, serviu como um catalisador para a minha prática artística e a reflexão crítica sobre a memória. Ao me deparar com as ideias de Achille Mbembe sobre "outrificação" e necropolítica, e ao incorporar o pensamento afrofuturista em meu trabalho, busquei não apenas representar essas realidades, mas também imaginar futuros possíveis em um contexto marcado por desigualdades</p> Evelyn da Silva Santos Isaque Santos Pinheiro Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 10.9771/ssc8202465562 Regularização Fundiária e Reconhecimento Institucional: Desafios para o reconhecimento institucional dos templos religiosos de matrizes africanas como patrimônios culturais e religiosos https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65560 <p>O Ponto de partida deste artigo foi pensar os muitos desafios que as religiões de matriz africana vem enfrentando no que diz respeito a posse de terras, durante muitos anos o acesso a terra no Brasil so se dava por meio de doação vinda do estado,&nbsp; com a criação da Lei de terras em 1850 isso se modifica e acesso a terras passa a se dar por meio da compra, ação que apesar de regular o acesso a terras no Brasil exclui os mais pobres e neste caso a população negra recém liberta que havia sido deixada ao Deus dará sem local para trabalhar muito menos dinheiro em mão para adquirir terras ou outros bens, a maioria dessa população conseguia acesso por meio de terras pelas tinham que pagar uma quantia aos seus donos originais e muitos terreiros na cidade de salvador nascem e são implantados em terras arrendadas o que mais a frente vai ser empecilho para que este espaços tenham a cesso a proteção , a regularização fundiária aparece como um caminho a ser seguido porem a falta de conhecimento sobre Leis e as dificuldades em conseguir os documentos necessários tornam essa jornada uma grande desafio, para a patrimonialização desses espaços que tanto contribuíram com a formação da cidade de Salvador</p> Sônia M. R. NASCIMENTO Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS: MAGNO PATRIMÔNIO CULTURAL DA POPULAÇÃO NEGRA DE PETRÓPOLIS https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65559 <p>O presente trabalho tem como objetivo apresentar a Igreja do Rosário dos Pretos, em Petrópolis/RJ. Idealizada por seis ex-escravizados – que formaram inicialmente a Irmandade do Rosário e de São Benedicto – o grupo angariou fundos para construir uma capela, em 1883, num importante terreno do centro histórico da cidade. A comunidade paroquial se tornou tão grande que chegou a incomodar os líderes da Catedral de Petrópolis. Buscamos apresentar as principais características atuais e do passado que envolvem a história da Igreja do Rosário e, ao mesmo tempo, questionar os motivos que levaram a destruição da capela original; o misterioso fim da Irmandade nos anos 70 e a consequente ocultação da memória negra petropolitana, sobre esse imponente patrimônio religioso e histórico da cidade.&nbsp;</p> Roberta dos Santos Gregório NEVES Henrique CUNHA-JUNIOR Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 A RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA NA OBRA DE LINA BO BARDI: UMA ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO BAHIA NO IBIRAPUERA, 1959 https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65558 <p>A exposição "Bahia no Ibirapuera" (1959), organizada por Lina Bo Bardi, marcou um momento crucial na valorização da cultura afro-brasileira no cenário artístico nacional. Realizada em São Paulo, a exposição trouxe para o público do sudeste brasileiro a complexidade cultural da Bahia, com destaque para a religiosidade de matriz africana. Este artigo analisa como a curadoria de Lina Bo Bardi conseguiu capturar e transpor o espírito das práticas religiosas afro-brasileiras, especialmente do Candomblé, para o espaço expositivo. Através de uma cuidadosa disposição de objetos litúrgicos, esculturas e elementos simbólicos, Lina criou uma narrativa espacial imersiva que refletia os valores espirituais e estéticos dessas tradições. Além disso, a exposição estabeleceu conexões entre os conceitos de espaço sagrado afro-brasileiro e a arquitetura expositiva, mostrando o profundo respeito da curadora pela cultura popular. A importância da exposição reside em seu impacto cultural e na forma como ela desafiou as hegemonias artísticas dominantes, ao colocar em evidência a cultura afro-brasileira como parte essencial da identidade nacional. O legado de "Bahia no Ibirapuera" permanece como um exemplo de como a arte e a arquitetura podem atuar como mediadores entre diferentes expressões culturais</p> Andre Felipe Batistella SOUZA Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO E DAS TERRITORIALIDADES NO QUILOMBO CAFUNDÁ ASTROGILDA (Rio de Janeiro - RJ) https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65557 <p>Este artigo trata da produção do território e das territorialidades negras do Quilombo Cafundá Astrogilda, situado no Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), no Rio de Janeiro, RJ. Como objetivo, investiga os processos de ocupação, resistência e luta pela posse do seu território, a partir de revisão bibliográfica e incursões ao território. Foram utilizados levantamentos fotográficos, cartografias sociais e etnografia, além de discussões na disciplina acadêmica “Território e territorialidades negras” da PUC-Rio e do Grupo de Pesquisa BAOBÁ. O quilombo originou-se em terras de antigos engenhos de Jacarepaguá, onde exescravizados preservaram práticas culturais e tradições. A comunidade é estruturada por núcleos familiares, com destaque para a matriarca Astrogilda, benzedeira de origem Banto. A agricultura familiar e o turismo ecológico são as principais atividades econômicas, mesmo após a criação do PEPB em 1974. A comunidade permanece com sua luta pelo reconhecimento territorial gente ao avanço imobiliário e o risco de perda de sua cultura e ancestralidade.</p> Tatiana ALCANTARA Amaro MARQUES Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 A REPRESENTAÇÃO DOS TERREIROS E ORIXÁS – a importância da patrimonialização do Axé Ilê Obá https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65556 <p>A realidade histórica e as imagens reais e mentais que produzimos da cidade se configuram como fatos de direito a cidade. Direito enquanto jurídico, direito enquanto fato social das relações entre os grupos sociais. Religiões de matriz africana, os terreiros de candomblé e umbanda são fatos da realidade urbana da cidade de São Paulo que não se encontram impresso nas imagens da cidade. As identidades sociais e a cidadania se formam através das imagens produzidas. Os patrimônios culturais exercem um papel importante na formação das identidades individuais, coletivas e urbanas, sendo esse um fator importante para a educação e para produção da cidadania. O artigo retoma a discussão da representação e da inclusão dos terreiros de candomblé na imagem da cidade de São Paulo tendo como exemplo o terreiro Axé Ilê Obá, no período de 1984 à 2014, quando da gestão da Ialorixá Mãe Sylvia de Oxalá. Sendo parte do trabalho de mestrado em andamento e tendo como recorte a diáspora negra e a produção das cidades brasileiras</p> Eunice Gonçalves QUEIROZ Henrique CUNHA-JUNIOR Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 ENTRE O TEMPO E A MEMÓRIA: A preservação da memória ancestral da nação Angola a partir da bandeira de Kitembo https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65550 <p>O patrimônio cultural afrodiaspórico no Brasil constitui um campo significativo de intersecção entre memória, identidade e território. Nesse contexto, o espaço dos terreiros de Candomblé desempenha um papel crucial na preservação das tradições afro-brasileiras, transmitindo conhecimentos e valores entre seus praticantes. Nos terreiros da nação Angola, elementos simbólicos como a bandeira de Tempo, associada ao nkisi Kitembo, destacam-se na manutenção da memória e da identidade do grupo. A bandeira transcende sua materialidade, carregando significados profundos que conectam os praticantes à sua herança ancestral. Este artigo propõe uma reflexão sobre a bandeira de Tempo como elemento central na preservação da memória ancestral da nação Angola. A partir da espacialidade do terreiro Omariô de Jurema, situado na cidade de Barra Mansa/RJ, é realizada uma análise deste elemento presente no espaço do terreiro e as dinâmicas envolvidas, explorando o papel da bandeira como sustentáculo da memória do grupo étnico em questão.&nbsp;</p> Pedro CABRAL Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 ARUAEOPATRIMÔNIO https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65549 <p>No presente artigo, analiso como as relações sociais entre os pixadores baianos afetam o espaço urbano da cidade de Salvador (BA), e vice-versa. A partir de uma breve historiografia sobre as gangues e os sistemas, como são denominadas as instâncias de organização social entre os pixadores, discorro sobre como a memória coletiva dos pixadores é perpetuada através da oralidade e das inscrições gráficas do Letrado Baiano. Discorro sobre as categorias Rua e Patrimônio como conceitos basilares para compreensão das imbricações entre as relações sociais entre os pixadores e o espaço urbano.</p> Pedro MAIA Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 AS ENCRUZILHADAS DO QUILOMBO: EMPONDERAR GENTE PRETA É DAR OUSADIA https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65548 <p>O presente texto se propõe a pensar as encruzilhadas que atravessam as comunidades quilombos reflexões propostas a partir de conceitos trazidos por Beatriz Nascimento, Abdias do Nascimento, Nilma Lino Gomes, Kabengele Munganga entre outros. A discussão busca dar ênfase a aspectos como a educação escolar quilombolas assim como se dispondo a pensar os corpos-territórios que ocupam esses espaços. É importante frisar que os quilombos desempenharam um papel fundamental na história do Brasil, oferecendo não apenas um refúgio físico, mas também um espaço para a manutenção e desenvolvimento de culturas africanas, em contraste com o processo de aculturação imposto pelos colonizadores europeus. A presente produção textual se propõe a pensar de que modo os corpos- territórios quilombolas forjam os seus próprios corpos como estratégia para a manutenção do quilombo buscando compreender como os corpos-territórios quilombolas narram suas vivencias nesses espaços.</p> Sâmara Santos CONCEIÇÃO Eduardo Oliveira MIRANDA Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 Estudo de Contribuições Africanas na Arquitetura Brasileira: Caso do Elemento Arquitetônico ``Adinkra´´ dos Povos Akan nas Arquiteturas do Centro Histórico de Belém do Pará. https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65544 Pérès Ricardo Ametonou SONGBE Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 A Lacuna no Conhecimento de Pós-Graduandos sobre o Continente Africano: Caminhos para um ensino comprometido com a justiça social https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65543 <p>O presente artigo analisa uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (PPG-AU/UFBA), que explora história e cultura africana por meio dos patrimônios culturais africanos listados pela UNESCO. O estudo destaca a lacuna de conhecimento dos alunos de pós-graduação sobre o continente africano, com base na experiência em sala e na posterior análise do plano de ensino, do conteúdo, das referências, da abordagem pedagógica, do perfil e da participação das estudantes, além das dificuldades observadas ao longo do semestre.</p> Manuela Rodrigues KULLMANN Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 Pensar a paisagem a partir do pensamento de terreiro: Uma introdução ontológica sobre o ‘paisagismo afro-brasileiro https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65542 <p>O artigo visa compreender a cosmovisão dos adeptos e praticantes de religiões de matriz africana e indígena, e como isto influencia a formação da paisagem brasileira e o pensamento teórico sobre ela. Entretanto, como referência na história do paisagismo, essa matriz está ausente ou ocupa uma posição residual, em parte, devido aos desdobramentos dos processos socioeconômicos da colonização, e da colonialidade que excluem os povos marginalizados pelas perspectivas hegemônicas e pelo capitalismo global, do quadro civilizatório. De modo introdutório é abordado, como de maneira ontológica os povos africanos e seus descendentes fizeram esse translado, ou <em>travessia, </em>do <em>modus vivendi </em>e a sua concepção entre cultura e natureza, e a relação entre homem, espaço e paisagem. Das casas de religiões de matriz africana, provêm um pensamento da paisagem próprio, que se afastando do desígnio pictórico, centra-se num complexo de saberes e práticas em torno da vegetação, do respeito à natureza e da cultura de cura. Neste contexto argumenta-se que o espaço é crucial para as populações afrobrasileiras, indígenas e comunidades de terreiro, pela relação inata com a terra e o território. Assim será debatido e levantado a importância destas casas, para o pensamento teórico e crítico da paisagem sob um ponto de vista de um ‘paisagismo afro-brasileiro’.</p> Daniel Dos Santos Valadares AMAZONAS Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 RE-UNIR AXÉ: PRÁTICAS DE LEMBRANÇA EM COMUNIDADES-TERREIRO https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65541 <p>A presente comunicação tem por objetivo refletir sobre a patrimonialização de terreiros de candomblé e sobre os usos de suas heranças culturais, com base em comunidades e cultos que foram desmantelados. Para tanto, retoma-se a experiência de produção do podcast Terreiros da Memória que, a partir dos procedimentos metodológicos da pesquisa biblioiconográfica e de entrevistas semi-estruturadas, buscou recuperar a arquitetura física e simbólica do culto a Baba Igunukô e dos terreiros Língua de Vaca (Ijexá), Tuumba do Mar (Angola), Ilê Ogunjá (Ijexá/Ketu) e Ile Axé Ibá Ogum (Ketu). Assim, o cerne da questão a ser perseguida reside nos usos da perda e do aparente desaparecimento das forças vitais plantadas em cada comunidade. Em outras palavras, se é possível aprender de ambientes que tem resistido às intempéries do tempo, também é possível aprender de memórias que já não estão ancoradas em um local erigido, se não nos corpos-arquivos de quem viveu a realidade empírica ou foi parte da cadeia de transmissão de informações. De modo que ‘perda’, ‘desaparecimento’ adquirem nuances particulares de gatilhos de memória sobre afetos: pessoas, lugares, ritos, entidades, paisagens, estratégias — que pairam sobre nós à espera da reunião.</p> Lucas Brasil Vaz AMORIM Rogério Wesley Reis FELIX Jéssica Oliveira da SILVA Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 ASPECTOS DA DIÁSPORA NEGRA E SUAS IMPLICAÇÕES NO SISTEMA RELIGIOSO AFRO-BRASILEIRO https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65538 <p>O presente trabalho tem como objetivo discutir perspectivas de estudo com base no conceito de diáspora que se populariza pelo deslocamento das populações pelo mundo. Em vista disso, toma-se como base a compreensão do processo diaspórico que se instaura pela dispersão das massas populacionais africanas, bem como seus significados socioculturais e religiosos com ênfase para o cenário religioso afro-brasileiro. Para tanto, foi compilada uma bibliografia que se ocupou em abordar os movimentos que entretêm, que informam e interveem no contexto da vida social e religiosa de africanos e afro-descendentes. Problematizando a sua relação com a modernidade, considerando a diversidade das etnias juntamente com suas formas de religiosidade e levando em consideração os segmentos religiosos que instalaram-se na Bahia identificados como elementos da cultura africana no Brasil, emanando de maneira clara sua realidade histórica e sociológica. Por fim, entendemos que o contexto atual traz como desafio compreender que as práticas culturais e religiosas provenientes de diferentes territórios africanos em alguns momentos da história afrobrasileira se reinventaram, já em outros momentos elas mantiveram seu legado sociocultural ou até mesmo influenciaram nos desdobramentos decorrentes da convivência com outros ambientes religiosos.</p> Carlos Ferreira da SILVA-FILHO Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 SANEAMENTO PARA QUEM? ASPECTOS DA RACIALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO EM MACEIÓ – AL À LUZ DOS PRINCÍPIOS DO MARCO LEGAL https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65537 <p>O presente estudo teve como motivação discutir as desigualdades no acesso ao saneamento básico em Maceió, Alagoas, à luz das modificações no Marco Legal do Saneamento, especialmente a Lei nº 14.026/2020. A análise realizada destaca como as políticas de saneamento frequentemente ignoram as disparidades raciais e sociais, resultando em um acesso desigual aos serviços de água e esgoto. O Plano Nacional apresenta como meta para essa universalização do acesso aos serviços de saneamento básico o ano de 2033, mas a implementação das diretrizes do marco legal alterado, como a regionalização dos serviços e a entrada do setor privado, levanta questões sobre sua eficácia em atender populações marginalizadas. Argumentou-se aqui que a abordagem predominantemente econômica da legislação não considera adequadamente a vulnerabilidade social e racial das comunidades mais afetadas. Além disso, o artigo examina a relação histórica entre raça e acesso à água em Maceió, ressaltando que as populações racializadas frequentemente enfrentam maiores dificuldades no acesso a serviços essenciais. A falta de infraestrutura adequada nas áreas periféricas e a marginalização dessas populações são evidentes, refletindo um racismo estrutural que perpetua desigualdades. Conclui-se que para uma verdadeira universalização do acesso ao saneamento, é necessário considerar as complexidades sociais e raciais que permeiam a questão, propondo uma abordagem mais inclusiva e equitativa nas políticas públicas de saneamento.</p> Fernando Antônio de Barros NASCIMENTO Naiah Caroline Rodrigues SOUZA Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 ENTRE RITUAIS E RESISTÊNCIAS: A PRESENÇA UMBANDISTA NOS ESPAÇOS PÚBLICOS DE CAMPOS DOS GOYTACAZES https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65536 <p>O presente artigo aborda a territorialização das Umbandas em Campos dos Goytacazes, destacando a ocupação de espaços públicos como praias, cachoeiras e encruzilhadas, que são ressignificados como locais sagrados. No entanto, essas práticas enfrentam desafios significativos, como a violência e o racismo religioso, principalmente de facções criminosas e grupos neopentecostais. Entre 2017 e 2020, quatorze terreiros foram fechados e líderes religiosos assassinados, refletindo a marginalização das religiões afrobrasileiras. A territorialização, nesse contexto, não é apenas uma ocupação física, mas uma forma de resistência cultural e política, onde a presença umbandista nos espaços públicos representa uma reterritorialização e afirmação de identidades afro-brasileiras. Os ataques e pressões enfrentadas pelas Comunidades Tradicionais de Terreiro (CTTs) são analisados à luz de entrevistas com lideranças religiosas, que evidenciam estratégias de resistência para assegurar a continuidade dessas tradições. O artigo propõe que a luta pela ocupação desses territórios sagrados revela uma disputa simbólica e política, que desafia estruturas de poder e marginalização. Conclui-se que a territorialização da Umbanda em Campos dos Goytacazes é um ato de preservação cultural e resistência frente à violência, além de uma afirmação identitária em uma sociedade que continua a tentar silenciar essas expressões religiosas.</p> Paulo Henrique Prado SILVA Natália Rodrigues Codeço RIBEIRO Letícia Gonçalves MATTOS Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 OS IMPACTOS DA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA ACERCA DAS MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS E CULTURAIS BAIANAS: O CASO DA FESTA DE IEMANJÁ EM BURAQUINHO-LAURO DE FREITASBAHIA https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65535 <p>O texto, que tem como cenário a Praia de Buraquinho em Lauro de Freitas na Bahia, surge a partir da tese: “<em>As (re)significações que a Festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: Cultura e religião Afrobrasileiras como vetores de (trans)formação urbana” </em>defendida em 2023 e que versou sobre a Festa de Iemanjá soteropolitana. A partir disso tem-se a intenção de realizar um estudo comparativo entre uma das maiores festas de Iemanjá do Brasil (Rio Vermelho) e outra de menor escala (Buraquinho) e tentar confirmar/refutar, a hipótese de que existe, ou não, influencia do capital onde acontecem festividades populares religiosas.&nbsp; A pergunta que se tenta responder é se em longo prazo, a Festa de Buraquinho irá se mercantilizar (por conta da especulação imobiliária) como foi o caso da Festa do Rio Vermelho?</p> Flávio Cardoso dos SANTOS-JÚNIOR Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8 NOTAS SOBRE A PERFORMATIZAÇÃO DA PEQUENA ÁFRICA COMO TERRITÓRIO NEGRO NO CENTRO DO RIO DE JANEIRO https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65534 <p>Este artigo propõe uma leitura do repertório espacial de ação protagonizado por sujeitos subalternizados, na porção central do Rio de Janeiro reivindicada como “Pequena África”. Da Zona Portuária, Praça Onze, Morro da Providência, Estácio à região do Campo de Santana e partes do centro da cidade, esta área vem sendo performatizada como “território negro”, a partir de uma agência negra que faz frente à implantação de intervenções urbanísticas locais, sobretudo o Projeto Porto Maravilha (2009). Na tônica da renovação, revitalização e etc. são incorporados também outros sinônimos para legitimar rearranjos da estrutura urbana local, onde o ideal do “city-marketing” vai reforçar padrões de segregação socioespacial já existentes como processos de remoção, gentrificação e “branqueamento do território”. (SANTOS et. al., 2018). Como contraponto a isto, grafagens e referenciais espaciais negros são reivindicados em uma série de iniciativas e ativismos de grupos vinculados ao Movimento Negro e à luta antirracista, alguns predecessores à chegada dos “grandes projetos” de transformação urbana. Exemplos desta atuação vão desde o tombamento da Pedra do Sal (1987) pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) ao pedido de salvaguarda e redescoberta do Cais do Valongo (2011), hoje Patrimônio da Humanidade reconhecido pela UNESCO. Aqui, se estabelecem “disputas de lugar” ancoradas na história, cultura e memória negra do território em questão, cujas políticas de memória vão mobilizar “retóricas de identidade, pertencimento combinadas com a reconstituição historiográfica da presença, criações, resistências e também violências sofridas pelas populações negras” (SANTOS, 2021).</p> Helissan Cavalcante VIEIRA Letícia Gonçalves MATTOS Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-01-18 2025-01-18 1 8