(In)egurança alimentar/nutricional e disponibilidade intrafamiliar de alimentos em tempos de COVID-19

Resumen

Objetivo: conhecer os impactos da pandemia pela COVID-19 na (in)segurança alimentar, nutricional e na disponibilidade intrafamiliar de alimentos no Brasil. Metodologia: Conduzido por meio de uma abordagem de websurvey no período de outubro de 2021 a abril de 2022, este estudo utilizou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar para mensurar a insegurança alimentar. A avaliação da disponibilidade intrafamiliar de alimentos foi realizada por meio de um questionário que investigou a frequência domiciliar de grupos alimentares nos últimos sete dias. Diversos domínios, abrangendo aspectos sociais, econômicos e nutricionais, foram incorporados à análise. A análise estatística envolveu o uso de estatísticas descritivas, assim como o teste Mann-Whitney para avaliar discrepâncias entre valores quantitativos em relação à classificação binária da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, e o teste exato de Fisher para a associação entre variáveis qualitativas. Resultados: a prevalência de insegurança alimentar foi identificada em 46,6% dos 671 participantes. Indivíduos nessa condição reportaram uma redução na disponibilidade de alimentos, especialmente aqueles classificados como saudáveis. Observou-se uma correlação estatisticamente significativa (p <0,05) entre insegurança alimentar e fatores socioeconômicos, tais como menor escolaridade, perda de emprego e/ou redução de renda durante a pandemia, além de uma menor disponibilidade intrafamiliar de alimentos saudáveis. Conclusão: os índices de insegurança alimentar e a escassez intrafamiliar de alimentos, elucidados neste estudo, provavelmente refletem a diminuição de renda e poder de compra dos indivíduos brasileiros, consequência direta da pandemia de COVID-19.