PERFORMANCES DA NEGAÇÃO E DA RECUSA:
CASA T* AQUÉM E ALÉM DA NEUROSE REPRESENTATIVA COLONIAL
DOI:
https://doi.org/10.9771/contemporanea.v19i3.47915Palabras clave:
negação, recusa, performanceResumen
Este artigo discute o princípio da negação que caracteriza e sustenta o cistema colonial e busca pensar possibilidades de escape. O estopim desta reflexão foi a interdição sofrida em 2021 pela Casa T* (espaço de acolhimento de pessoas travestigeneres, racializades e imigrantes em Lisboa) na organização da marcha LGBTQI+ da cidade, sem que houvesse qualquer tipo de pleiteamento prévio de participação no evento de sua parte. Considerando as dimensões físicas e simbólicas da recusa antecipada de um desejo que nem veio a ser. As questões que impulsionaram a escrita foram: quais as bases do pensamento representacional que nega e performa o abandono de corpes e pessoas e desconsidera seus desejos e existências? Como pensar rotas de fuga que permitam construções plurais fora da neurose representativa colonial? Episteme-mundos derivadas do pensamento radical negro e trans* nos auxiliaram a rascunhar respostas para tais questões que tangenciam o episódio trazido e, ao mesmo tempo, abarcam querelas fundamentais da representação política fora do Sujeito moderno.
Descargas
Citas
ARISTÓTELES. Partes dos Animais. In: ARISTÓTELES. Obras Completas. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa; Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010. p. 87
BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo II: A Experiência Vivida. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
BONA, Dénètem Touam. A arte da fuga: dos escravos fugidos aos refugiados. São Paulo: Oficina de Imaginação Política, 2017.
BONA, Dénètem Touam. Cosmopoéticas do refúgio. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2020.
CASA T. Nota de escurecimento. Lisboa. 20 jun. 2021. Instagram. casa_t_lisboa. Disponível em: https://bit.ly/3MEt5O9. Acesso em: 22 jul. 2021.
CRARY, Jonathan. Técnicas do observador: visão e modernidade no século XIX. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
ELIS, Carolina. Meu posicionamento não é barganha para minha humanidade. Medium, [s.l.], 8 jul. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3vM9eXe. Acesso em: 27 jul. 2021.
ESQREVER. Casa T, Casa de abrigo para pessoas trans imigrantes em Lisboa, teve reportagem no Channel 4 News. Esqrever, [S.l.], 1 abr. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3vPD9xy. Acesso em: 15 jul. 2021.
FANON, Frantz. Les Damnés de la Terre. Paris: François Maspero, 1961.
FANON, Frantz. Pele negras, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008.
GLISSANT, Édouard. Pela opacidade. Revista Criação & Crítica, São Paulo, n. 1, p. 53-55, 2008.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Rio de Janeiro, p. 223-244, 1984.
HARNEY, Stefano; MOTEN, Fred. The undercommons: fugitive planning & black study. New York: Minor Compositions, 2013.
HARNEY, Stefano; MOTEN, Fred. Pretitude e governança. Revista Arte e Ensaios, Rio de Janeiro, n. 37, p. 113-121, 2019.
HOLANDA, Luisa Severo Buarque de. Sobre a Mímesis em Aristóteles. Reflexão, Campinas, v. 31, n. 90, p. 53-61, 2006.
JONES, Ernest. La vie et l'œuvre de Sigmund Freud. 2. v. Paris: PUF, 1953.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LEAL, Abigail Campos. Aqueerlombamentos: as novas políticas do comunitarismo y da deserção LGBTQIA preta. São Paulo: n-1 Edições, 2020.
MARTINS, Henrique; VENTURA, Diogo. Lisboa vai ter uma casa para pessoas trans imigrantes. Público, Lisboa, 2 set. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3Kok0XK. Acesso em: 15 jul. 2021.
MBEMBE, Achille. A crítica da razão negra. São Paulo: n-1 Edições, 2018.
MOMBAÇA, Jota. [Parte 1] Autodefinição. Youtube, 2 out. 2018. Disponível em: https://youtu.be/vztLJfJYPYs. Acesso em: 29 jul. 2021.
MOMBAÇA, Jota. Não vão nos matar agora. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.
MOTEN, Fred. In the break: the aesthesis of the Black radical tradition. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2003.
MOTEN, Fred. A resistência do objeto: o grito de Tia Hester. Revista Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, p. 14-43, 2020.
MOTEN, Fred. Stefano Harney, Fred Moten, and Michael Sawyer: "On Fugitive Aesthetics". Youtube, 11 mar. 2021. Disponível em: https://youtu.be/c57GDe2a6lc. Acesso em: 28 jul. 2021.
NASCIMENTO, Beatriz. O conceito de quilombo e a resistência cultural negra. In: RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de Beatriz Nascimento. São Paulo: Kuaza Produções e Imprensa Oficial, 2006.
NASCIMENTO, Tatiana. Da palavra queerlombo ao cuíerlombo da palavra. Palavra Preta, [S.l.], 12 mar. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3MKtAq3. Acesso em: 15 jul. 2021.
NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. São Paulo: Perspectiva, 2019.
PELAEZ, Marina Watson. Brasileira junta dinheiro com vaquinha online e monta casa para artistas trans em Portugal. Folha de S.Paulo, São Paulo, 23 fev. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3vPV8UF. Acesso em: 15 jul. 2021.
PORTUGAL’S first shelter for trans migrants produces winner of Brazilian music video award. The Rio Times, Rio de Janeiro, 19 fev. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3vLiFpT. Acesso em: 15 jul. 2021.
PROFANA, Ventura. PIPA 2021 | Ventura Profana. Youtube, 19 jul. 2021. Disponível em: https://youtu.be/c57GDe2a6lc. Acesso em: 22 jul. 2021.
SARTRE, Jean-Paul. A questão judaica. São Paulo: Ática, 1995.
SILVA, Denise Ferreira da. A dívida impagável. São Paulo: Oficina de Imaginação Política e Living Commons, 2019.
SILVA, Denise Ferreira da. Ler a arte como confronto. Logos, Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 290-296, 2020.
SILVA, Mariah Rafaela. Éticas de vida, políticas de morte, racismo (trans)genderizado e o (con)fim do mundo. In: SEMINÁRIO A DÉCADA DA IGUALDADE RACIAL NO BRASIL: TRAJETÓRIAS E PERCURSOS DAS POLÍTICAS DE IGUALDADE RACIAL, 2021, Rio de Janeiro. Anais […]. Rio de Janeiro: Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente (NIREMA), 2021. No prelo.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Pollyane Belo, Fernando Gonçalves
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-CompartirIgual 4.0.
Os autores que publicam nessa revista devem concordar com os seguintes termos relativos aos Direitos Autorais:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Contemporanea e à Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
