DA PSICOLOGIA ANALÍTICA AO TIKTOK: O QUE PERFIS QUE PROMOVEM E SE APROPRIAM DO CONCEITO DE ARQUÉTIPO SUGEREM SOBRE A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.9771/contemporanea.v21i3.58345Palabras clave:
comunicação e consumo, identidade, arquétipo, mercado esotérico e de autoajuda, plataformas de redes sociaisResumen
Cunhado originalmente pelo psicanalista Carl Jung, o conceito de arquétipo tem sido apropriado por coaches e criadores de conteúdos relacionados ao mercado esotérico e de autoajuda para vender cursos, consultorias e produtos midiáticos com foco em desenvolvimento pessoal. Em passos simples, se ensina como ativar arquétipos que, segundo se acredita, podem influenciar nosso modo de ser e de agir, favorecendo a obtenção de ganhos pessoais e profissionais. Neste artigo, temos como objetivo entender como tais profissionais promovem, por meio da apropriação comercial do conceito de arquétipo, rituais de consumo e formas de apresentação do self em plataformas de redes sociais. Para isso, realizamos um estudo exploratório com base em 21 vídeos a respeito de arquétipos publicados no TikTok. Observamos que o fenômeno inspira representações de si nas plataformas e combina duas disposições: a promessa de que podemos ser nossa melhor versão e de que podemos ser tudo o que quisermos.
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