REPENSANDO O FAZER TECNOLÓGICO: A CONSTRUÇÃO DE UMA REDE COMUNITÁRIA FEMINISTA NO QUILOMBO RIBEIRÃO GRANDE/TERRA SECA
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.13.1%20e%202.63009Palavras-chave:
redes comunitárias, quilombos, feminismos, branquitude, tecnologiaResumo
Entre 2019 e 2022, através da articulação de mulheres ativistas em tecnologias autônomas, um grupo de agricultoras quilombolas e a Sempreviva Organização Feminista, com apoio editorial e financeiro da Rede de Pesquisa em Internet Feminista (FIRN), da Association for Progressive Communications (APC), foi realizado o projeto de pesquisa-ação da rede comunitária no quilombo de Ribeirão Grande/Terra Seca, que segue ativa provendo internet para 15 famílias. Neste artigo, refletimos sobre comunicação e tecnologia, desde um olhar feminista, ocupado de pensar como gênero, raça e colonialidade são partes constitutivas do fazer tecnológico e suas implicações na construção e sustentabilidade em redes comunitárias. Alegamos, que mesmo em projetos críticos ao modelo hegemônico se veem refletidas lógicas sexistas e colonialistas. O artigo também reflete sobre quais tensionamentos estas experiências feministas com redes comunitárias em comunidades tradicionais trazem para repensar o fazer tecnológico (alternativo) e o próprio conceito de tecnologia.
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