POTENCIAL DE REÚSO DE ÁGUA EM POLOS DE IRRIGAÇÃO DA BAHIA: UMA ANÁLISE PRELIMINAR

Resumo

Atento às mudanças climáticas e escassez hídrica, o setor agrícola busca tecnologias sustentáveis para sua manutenção e subsistência. O presente estudo analisou o potencial de uso de água oriunda de Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) na irrigação nos Polos Nacionais de Agricultura Irrigada do Oeste Baiano e de Mucugê-Ibicoara. Para isso, foram criados dois cenários distintos: I) a oferta de água de reúso foi calculada com base no volume de esgoto coletado e tratado, em 2013, nos municípios dos dois polos; II) considerou-se que 100% do esgoto gerado nesses municípios fosse coletado e tratado com qualidade para reúso, representando a capacidade máxima. A metodologia incluiu a delimitação da área de estudo, o levantamento das demandas e ofertas em cada cenário e a análise espacial para a criação de mapas informativos. No Cenário I, o potencial de geração de água de reúso no Polo do Oeste Baiano foi de 0,15 m³/s, enquanto no Polo de Mucugê-Ibicoara foi de 0,01 m³/s, equivalentes a 0,30% e 0,26% da demanda hídrica para irrigação, respectivamente. No Cenário II, a produção de água de reúso foi de 0,70 m³/s e 0,07 m³/s, para os polos do Oeste Baiano, e de Mucugê-Ibicoara, respectivamente, correspondendo a 1,42% e 1,75% da demanda hídrica para irrigação nos locais, respectivamente. Concluiu-se que em ambos os cenários, a vazão de água de reúso não é suficiente para suprir a demanda hídrica para a agricultura em nenhum dos municípios avaliados. No Cenário II, os municípios de Baianópolis e Santa Maria da Vitória poderiam atender 38% e 24% de suas demandas hídricas para irrigação, respectivamente, com água de reúso. Isso mostra que, para avaliar a viabilidade do reúso como fonte complementar de água, é preciso analisar individualmente a situação sanitária e a demanda agrícola de cada município.