Ópera e febre amarela no Rio de Janeiro Imperial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ictus.v14i1.36006

Palavras-chave:

Ópera. Rio de Janeiro. Império. Companhias liricas. Febre amarela.

Resumo

A música, particularmente a ópera, foi atividade importante no Rio de Janeiro do século XIX e na política de aproximação da ex-colônia à Europa. A falta de forças locais suficientes, entretanto, fazia a Itália, principalmente, o local de busca por companhias líricas que viessem suprir essa demanda. Nesse contexto, este estudo pretende discutir as relações da vida operística da capital do império, notadamente as companhias líricas italianas, com a epidemia de febre amarela que assolou o Rio entre 1849 e 1853 e suas repercussões na Europa. Mesmo com a morte de muitos integrantes das companhias, os músicos continuavam a participar das temporadas líricas no Rio. Ida Edelvira, Angelo Brunacci, Giuseppina Zecchini e Rosilde Stoltz são alguns dos importantes nomes da lírica italiana que continuaram a frequentar a cena local, mesmo com a vigência da epidemia amarílica. Descreve-se os detalhes desses agenciamentos, o repertório empreendido no Rio, sua repercussão local, o acometimento progressivo de vários membros das companhias pela doença, muitos deles com êxito letal e a percepção da imprensa italiana especializada em teatro sobre esta situação. Conclui-se que o desconsolo com a situação política e social da Itália naquele momento, os ganhos monetários substanciais e a possibilidade de extensas viagens para outros centros da América do Sul prevaleciam sobre o receio da febre amarela.

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Biografia do Autor

Marcos Virmond, IA-UNICAMP

Bacharel em música pela USC-Bauru, Doutor em Música pela UNICAMP, é professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Música do IA-UNICAMP. Foi regente da Orquestra de Câmara da USC (Bauru-SP) e da Orquesetra Sinfônica Municipal de Botucatu-SP. Seu principal tópico de estúdo na musicologia é a ópera italiana do século XIX e suas relações transatlânticas com o Brasil e a América, tend publilcado um livro sobre a ópera Condord e A. Carlos Gomes. Membro da Sociedade Brasileira de Musicologia, da ARLAC e da International Musicological Society.

Lenita Waldige Mendes Nogueira, IA- UNICAMP

Lenita W. M. Nogueira é docente do Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp, onde leciona as disciplinas História da Música, História da Música Brasileira e Apreciação Musical, além de atuar na Pós-Graduação, orientando dissertações e teses. Bacharel em Música pela mesma universidade, mestre em Artes pela Universidade de São Paulo (USP) e doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP, tem como foco principal de suas pesquisas a música brasileira, em especial dos séculos XVIII e XIX. Publicou os livros Maneco Músico, pai e mestre de Carlos Gomes; A Lanterna Mágica e o Burrico de Pau: Memórias e Histórias de Carlos Gomes; Museu Carlos Gomes: Catálogo de Manuscritos Musicais, Música em Campinas nos últimos anos do Império e Todas as Notas: Comentários para os programas da Orquestra Sinfônica da Campinas 2003-2016, além de ter colaborado em diversas publicações. Atua também como curadora do Museu Carlos Gomes em Campinas.

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Publicado

2020-07-31

Edição

Seção

Artigos