MODERNIDADE/COLONIALIDADE, IDEOLOGIA E DIFERENCIAÇÃO

APROXIMAÇÕES ENTRE ASPECTOS TEÓRICOS DA LITERATURA DECOLONIAL E A SEMIÓTICA DE SUSAN GAL E JUDITH T. IRVINE

Autores

Palavras-chave:

processos semióticos, direrenciação, (de)colonialidade, ideologia, Semiotic processes, differentiation, (de)coloniality, ideology

Resumo

Este estudo examina a interseção entre a abordagem inovadora de Susan Gal e Judith T. Irvine em semiótica e antropologia linguística, e os princípios teóricos da virada decolonial (CASTRO-GÓMEZ; GROSFOGUEL, 2007). Ambas as acadêmicas, conhecidas por sua pesquisa pioneira, introduziram uma perspectiva que vai além do logicismo inerente à semiótica peirceana, incorporando elementos sociais, valores em constante (re)negociação e a ideologia como parte fundamental de sua análise. Essa abertura conceitual converge com as críticas decoloniais, desafiando concepções inertes sobre a realidade e enxergando processos semióticos como situados em um mundo de dissensos, desentendimentos e construções contínuas, marcado por projetos localizados em campos sociolinguísticos específicos e regimes interpretativos parciais. O estudo não busca estabelecer uma equivalência rígida entre as análises de Gal e Irvine (2000, 2019) e as teorias decoloniais, mas destaca como podem complementar-se mutuamente, promovendo oportunidades para interconexões e para posicionamentos possíveis dentro das parcialidades existentes. O trabalho de Gal e Irvine levanta questões pertinentes sobre como a compreensão tradicional da semiose foi e vem sendo atravessada pela modernidade/colonialidade.
Palavras-chave: Processos semióticos; diferenciação; (de)colonialidade; ideologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luís Frederico Dornelas Conti, Universidade de São Paulo

Doutorando do Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo (USP), no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês (com início em 2021). Professor de Língua Estrangeira Moderna - Inglês na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) (atualmente em licença). Licenciado em Letras - Inglês pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade de Brasília (UnB), foi bolsista CAPES-PrInt (2022/23), atuando como pesquisador visitante na University of British Columbia (UBC), no Departamento de Estudos Educacionais. É interessado pelos temas do letramento crítico, da (de)colonialidade e da formação crítica de professores de línguas.

Referências

ALDRETE, B. J. Del origen y principio de la lengua castellana o romance que oi se usa en España. In: GIMÉNEZ, N. L. (Ed.) Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Madrid, 1972.

BHAMBRA, G. K. Rethinking modernity: Postcolonialism and the sociological imagination. New York: Palgrave Macmillan, 2007.

BHAMBRA, G. K.; HOLMWOOD, J. Colonialism and modern social theory. Cambridge: Polity, 2021.

BORAH, W. The historical demography of aboriginal and colonial America: An attempt at perspective. In: DENEVAN, W. M. (Ed.) The native population of the Americas in 1492. Madison: University of Winsconsin, p. 13-34, 1992.

BORDA et al. Rapport fait à l'Académie des Sciences, le 11 Juillet 1792, sur la nomenclature des mesures linéaires et superficielles. Annales de chimie ou recueil de mémoires concernant la chimie et les arts qui en dépendent et spécialement la pharmacie. Tome 16e, 1793. Disponível em <https://play.google.com/store/books/details?id=gzRQAAAAcAAJ>, acesso em 12 jul. 2024.

CASTRO-GÓMEZ, S. La hybris del punto cero: Ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada (1750-1816). Bogotá: Editorial Pontificia Universidad Javeriana, 2005.

CASTRO-GÓMEZ, S. Decolonizar la universidad. La hybris del punto cero y el diálogo de saberes. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Eds.) El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, p. 79-92, 2007.

CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Eds.) El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, p. 9-24, 2007.

CHAKRABARTY, D. Provincializing Europe: Postcolonial thought and historical difference. Princeton: Princeton University, 2000.

DOBYNS, H. F. Estimating Aboriginal American population: An appraisal of techniques with a new hemispheric estimate. Current anthropology, v. 7, p. 395-416, 1966.

DUSSEL, E. 1492: el encubrimiento del otro: hacia el origen del ‘mito de la modernidad’. La Paz: Plural Editores, 1994.

GAL, S.; IRVINE, J. T. Signs of difference: Language and ideology in social life. Cambridge: Cambridge University, 2019.

IRVINE, J. T.; GAL, S. Language ideology and linguistic differentiation. In: KROSKRITY, P. V. (Ed.) Regimes of language: Ideologies, polities and identities. Santa Fe: School of American Research, p. 35-84, 2000.

LUGONES, M. On Borderlands/La Frontera: An interpretive essay. Hypatia, Vol. 7, No. 4, Lesbian philosophy, p. 31-37, 1992.

LUGONES, M. Pilgrimages/Pelegrinajes: Theorizing coalition against multiple oppressions. Rowman and Littlefield: Lanham, 2003.

LUGONES, M. Heterosexualism and the colonial/modern gender system. Hypatia, vol. 22, n. 1, p. 186-209, 2007.

LUGONES, M. Radical multiculturalism and women of color feminisms. Journal for cultural and religious theory, vol 13, n. 1, p. 68-80, 2014.

MIGNOLO, W. The darker side of the Renaissance: Literacy, territoriality, and colonization. Michigan: University of Michigan, 1995.

MIGNOLO, W. Local histories/Global designs: Coloniality, subaltern knowledges, and border thinking. New Jersey: Princeton University, 2000.

MIGNOLO, W. The idea of Latin America. Oxford: Blackwell, 2005.

MIGNOLO, W. The decolonial option. In: MIGNOLO, W.; WALSH, C. On decoloniality: Concepts, analytics, praxis. Durham: Duke University, p. 103-244, 2018.

QUIJANO, A. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú Indígena, 13(29), p. 11-20, 1992.

QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina, In: LANDER, E. (Org.) La colonialidad del saber: Eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas, Buenos Aires: CLACSO/UNESCO, p. 201-46, 2000.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (Orgs.) Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, p. 73-118, 2009.

SANTOS, B. de S. Para além do pensamento abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos Estudos. CEBRAP, p. 71-94, 2007.

SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2010.

SOUZA, L. M. T. M. de. Remapping writing: Indigenous writing and cultural conflict in Brazil. ESC: English Studies in Canada, v. 30, n. 3, p. 4-16, 2004.

TOCQUEVILLE, A. de. Democracy in America. New York: Penguin Random House, 2004.

VERONELLI, G. A. Sobre la colonialidad del lenguaje. Universitas humanística, n. 81, p. 33-58, 2015.

Downloads

Publicado

2025-04-30

Como Citar

Dornelas Conti, L. F. (2025). MODERNIDADE/COLONIALIDADE, IDEOLOGIA E DIFERENCIAÇÃO: APROXIMAÇÕES ENTRE ASPECTOS TEÓRICOS DA LITERATURA DECOLONIAL E A SEMIÓTICA DE SUSAN GAL E JUDITH T. IRVINE. Inventário, (35), 42–61. Recuperado de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/62538

Edição

Seção

Artigos