FILHAS DAS VOZES ANCESTRAIS

A MATERNIDADE E ANCESTRALIDADE NA POESIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Autores

Palavras-chave:

Feminismo, Interseccionalidade, Maternidade da Mulher Negra, Ancestralidade, Literatura Brasileira

Resumo

Este ensaio explora a importância da ancestralidade e da maternidade na poesia de mulheres negras, destacando como esses temas se entrelaçam para fortalecer a identidade e a resistência feminina. Através da análise das obras de Conceição Evaristo (2017) e Ryane Leão (2019), evidencia-se a continuidade das vozes ancestrais e a transmissão de sabedoria entre gerações. Conceição Evaristo, em Vozes-mulheres, tece uma narrativa intergeracional que dá voz às suas antepassadas e enfatiza a conexão profunda entre passado, presente e futuro. Ryane Leão, em poemas como sankofa, reflete e expande os temas apresentados por Evaristo, reforçando a importância de contar histórias e de honrar as experiências das mulheres que vieram antes. O ensaio também aborda as contribuições teóricas de Luce Irigaray (1974), bell hooks (1981) e Djamila Ribeiro (2017) para o feminismo negro, ressaltando a interseccionalidade como ferramenta essencial para compreender as múltiplas opressões que afetam as mulheres negras. A integração das perspectivas teóricas com as expressões poéticas demonstra como a literatura atua como um espaço de resistência e empoderamento. Ao reconhecer e celebrar a ancestralidade e a maternidade, as poetas fortalecem a identidade coletiva e promovem a continuidade das lutas por justiça e igualdade. Assim, o ensaio destaca a importância de dar voz às experiências silenciadas e de valorizar as contribuições das mulheres negras na construção de uma sociedade mais inclusiva.

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Referências

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Publicado

2025-06-04

Como Citar

Ildefonso de Oliveira, J. . (2025). FILHAS DAS VOZES ANCESTRAIS: A MATERNIDADE E ANCESTRALIDADE NA POESIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA. Inventário, (36), 75–90. Recuperado de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/64759