Investigando uma Tecnologia Social pela Perspectiva da Teoria Ator-Rede e Depois

Autores

  • Bernardo Bignetti Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Maira Petrini Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0002-3914-2589

Palavras-chave:

tecnologia social, teoria ator-rede, educação empreendedora

Resumo

O objetivo desta pesquisa é identificar e analisar as readequações sociotécnicas locais e a rede heterogênea envolvida na aproximação de uma tecnologia para o social a uma Tecnologia Social (TS) como construção social. Tecnologias como fundamento social, retratadas por meio de tecnologias sociais, evidenciam um modo de criar, desenvolver e implementar uma tecnologia voltada para resolução de problemas sociais. Observa-se, na América Latina, em especial no Brasil, duas visões usadas para caracterizar uma tecnologia social: (i) TS como construção social, em que a tecnologia é construída e/ou readequada mediante adequações sociotécnicas com a participação da comunidade local e (ii) tecnologia para o social, em que a tecnologia é transferida via programas, artefatos ou metodologias que melhoram a vida da comunidade auxiliada. Investigamos uma replicação de um programa de educação empreendedora para jovens em vulnerabilidade visto como uma tecnologia para o social, uma vez que o programa possui metodologia própria e não foi desenvolvido com a participação da comunidade envolvida. Adotamos como base teóricametodológica a Teoria Ator-Rede (TAR), na sua versão TAR e Depois (Actor Network Theory and After), baseada em três elementos: enactment, hinterland e ontologia política. Nossos resultados evidenciam pistas de como uma tecnologia para o social de educação empreendedora pode ser aproximada a uma TS como construção social, permitindo-nos a elaboração de dois pontos de discussão. Esses pontos constituem uma contribuição tanto para a teoria, pensando em agendas de pesquisas futuras, como para a prática de programas de tecnologia para o social, oferecendo oportunidades de adequações sociotécnicas que consideram o conhecimento local, o que promove uma transformação social. Além disso, outra contribuição teórica é ilustrar o uso de conceitos da TAR e Depois aos estudos de TS, atendendo a demandas de não empregar a TAR de maneira simplista, como uma mera ferramenta para estudar um artefato.

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Biografia do Autor

Bernardo Bignetti, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutor em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Atua no setor privado como engenheiro e gestor no setor de Óleo e Gás. Desenvolve pesquisas na área de Administração, com foco em tecnologias sociais, inovações sociais, sustentabilidade, empreendedorismo, intenção empreendedora e a Teoria Ator-Rede. Possui publicações em periódicos acadêmicos e participação em eventos científicos, contribuindo para o avanço dos estudos sobre reaplicação de tecnologias sociais e metodologias de pesquisa qualitativa.

Maira Petrini, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutora em Administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), com pós-doutorado em Administração pela HEC Montréal. Professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Desenvolve pesquisas na área de Administração, com foco em sustentabilidade e sua adoção estratégica nas empresas. Suas investigações atuais incluem novas economias, negócios de impacto socioambiental, empreendedorismo social e organizações híbridas. Líder do nodo de Impacto e Coordenadora do Farol Hub Social do Tecnopuc, Parque Tecnológico da PUCRS. Possui experiência profissional na área de Sistemas e Tecnologia da Informação, tendo atuado em empresas como Procergs, Hospital Israelita Albert Einstein e IBM. Atualmente, também realiza consultorias ad hoc em sustentabilidade.

Publicado

2025-08-14

Como Citar

1.
Bignetti B, Petrini M. Investigando uma Tecnologia Social pela Perspectiva da Teoria Ator-Rede e Depois. Organ. Soc. [Internet]. 14º de agosto de 2025 [citado 27º de setembro de 2025];32(112). Disponível em: https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/57167

Edição

Seção

Artigos