A FAVELA BRASILEIRA E O GUETO SUL-AFRICANO: A ARQUITETURA DA EXCLUSÃO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO DA IDENTIDADE E DA RESISTÊNCIA EM CONTEXTOS PÓS-COLONIAIS

Autores

  • NATÁLIA FERNANDA FRANCISCO DUARTE
  • CELINA DE OLIVEIRA BARBOSA GOMES

Palavras-chave:

Favelas brasileiras; guetos sul-africanos; negritude e exclusão; identificação; resistência.

Resumo

A estereotipação atrelada aos moradores das favelas brasileiras e dos guetos sul-africanos está diretamente relacionada com o histórico processo de segregação sociocultural e étnico perpetrado pelo colonialismo, o qual incorreu em uma organização particular de cada um desses espaços. Essa organização se deu em diferentes áreas, inclusive na parte estrutural, caracterizando tipos peculiares de construções que, de certa forma, refletem os efeitos da ação discriminatória ainda existente nas sociedades modernas. Essa arquitetura da exclusão configura-se um incômodo para muitos dos moradores das ditas cidades formais (e para seus governantes), os quais veem nelas uma mácula em seu projeto urbanístico desenvolvimentista, desejando mesmo seu pronto desparecimento. Mas o que eles não sabem é que tais aglomerações são o efeito colateral desse mesmo intento progressista há muito instanciado pelo colonizador; e que longe de sentirem a favela e o gueto como espaços de subalternação, muitos de seus moradores os tomam como reduto de empoderamento. Este trabalho pretendeu mostrar, de modo breve, como se constituem as estruturas físicas das favelas brasileiras em geral e dos guetos sul- africanos, de modo a configurarem a arquitetura da exclusão; isto, em função de destacar as similaridades históricas que esses territórios possuem, no que se refere ao seu passado de sujeição colonial. Este artigo buscou também evidenciar como a arquitetura peculiar dessas habitações caracteriza-se como uma das múltiplas manifestações da identidade e da resistência de seus moradores à constante tentativa de apagamento e minimização de sua presença e participação social. Para tanto, procedeu-se à revisão bibliográfica dos estudos de Araújo (2003), Goodwin (2011), Meirelles e Athayde (2014), Queiroz Filho (2015) e outros.

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Publicado

2024-10-18

Como Citar

DUARTE, N. F. F. ., & GOMES, C. D. O. B. (2024). A FAVELA BRASILEIRA E O GUETO SUL-AFRICANO: A ARQUITETURA DA EXCLUSÃO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO DA IDENTIDADE E DA RESISTÊNCIA EM CONTEXTOS PÓS-COLONIAIS. Salvador E Suas Cores, (2). Recuperado de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63752