NOTAS SOBRE A PERFORMATIZAÇÃO DA PEQUENA ÁFRICA COMO TERRITÓRIO NEGRO NO CENTRO DO RIO DE JANEIRO

Autores

Palavras-chave:

Territórios-negros, patrimônio, Memória, Branqueamento

Resumo

Este artigo propõe uma leitura do repertório espacial de ação protagonizado por sujeitos subalternizados, na porção central do Rio de Janeiro reivindicada como “Pequena África”. Da Zona Portuária, Praça Onze, Morro da Providência, Estácio à região do Campo de Santana e partes do centro da cidade, esta área vem sendo performatizada como “território negro”, a partir de uma agência negra que faz frente à implantação de intervenções urbanísticas locais, sobretudo o Projeto Porto Maravilha (2009). Na tônica da renovação, revitalização e etc. são incorporados também outros sinônimos para legitimar rearranjos da estrutura urbana local, onde o ideal do “city-marketing” vai reforçar padrões de segregação socioespacial já existentes como processos de remoção, gentrificação e “branqueamento do território”. (SANTOS et. al., 2018). Como contraponto a isto, grafagens e referenciais espaciais negros são reivindicados em uma série de iniciativas e ativismos de grupos vinculados ao Movimento Negro e à luta antirracista, alguns predecessores à chegada dos “grandes projetos” de transformação urbana. Exemplos desta atuação vão desde o tombamento da Pedra do Sal (1987) pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) ao pedido de salvaguarda e redescoberta do Cais do Valongo (2011), hoje Patrimônio da Humanidade reconhecido pela UNESCO. Aqui, se estabelecem “disputas de lugar” ancoradas na história, cultura e memória negra do território em questão, cujas políticas de memória vão mobilizar “retóricas de identidade, pertencimento combinadas com a reconstituição historiográfica da presença, criações, resistências e também violências sofridas pelas populações negras” (SANTOS, 2021).

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Publicado

2025-01-18

Como Citar

VIEIRA, H. C., & MATTOS, L. G. (2025). NOTAS SOBRE A PERFORMATIZAÇÃO DA PEQUENA ÁFRICA COMO TERRITÓRIO NEGRO NO CENTRO DO RIO DE JANEIRO. Salvador E Suas Cores, 1(8). Recuperado de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/ssc/article/view/65534