ENTRE RITUAIS E RESISTÊNCIAS: A PRESENÇA UMBANDISTA NOS ESPAÇOS PÚBLICOS DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
Palavras-chave:
Umbandas, Violência-religiosa, Espaços-públicos, Campos-dos-GoytacazesResumo
O presente artigo aborda a territorialização das Umbandas em Campos dos Goytacazes, destacando a ocupação de espaços públicos como praias, cachoeiras e encruzilhadas, que são ressignificados como locais sagrados. No entanto, essas práticas enfrentam desafios significativos, como a violência e o racismo religioso, principalmente de facções criminosas e grupos neopentecostais. Entre 2017 e 2020, quatorze terreiros foram fechados e líderes religiosos assassinados, refletindo a marginalização das religiões afrobrasileiras. A territorialização, nesse contexto, não é apenas uma ocupação física, mas uma forma de resistência cultural e política, onde a presença umbandista nos espaços públicos representa uma reterritorialização e afirmação de identidades afro-brasileiras. Os ataques e pressões enfrentadas pelas Comunidades Tradicionais de Terreiro (CTTs) são analisados à luz de entrevistas com lideranças religiosas, que evidenciam estratégias de resistência para assegurar a continuidade dessas tradições. O artigo propõe que a luta pela ocupação desses territórios sagrados revela uma disputa simbólica e política, que desafia estruturas de poder e marginalização. Conclui-se que a territorialização da Umbanda em Campos dos Goytacazes é um ato de preservação cultural e resistência frente à violência, além de uma afirmação identitária em uma sociedade que continua a tentar silenciar essas expressões religiosas.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Salvador e Suas Cores

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.