DA ENERGIA RENOVÁVEL À PROTEÇÃO DA FAUNA SILVESTRE: A NECESSIDADE DE MINIMIZAR OS IMPACTOS DOS PARQUES EÓLICOS SOBRE OS MORCEGOS
DOI:
https://doi.org/10.9771/rbda.v20i0.67343Palavras-chave:
ENERGIAS, ENERGIA EÓLICA, IMPACTO SOCIOAMBIENTAL, MATRIZ ENERGÉTICA, MORCEGOSResumo
Atualmente, mais de oito bilhões de pessoas dividem o espaço terrestre, conforme levantamento da ONU de 2024, e essa expansão populacional gera uma crescente demanda por produção de energia, a qual precisa ocorrer de forma limpa e renovável para garantir um futuro possível. Os parques eólicos desempenham um papel importante na transição energética, mas ainda exigem pesquisas e aprimoramentos, especialmente no que diz respeito à fauna silvestre. Por essa razão, este artigo demonstra o impacto dos parques eólicos sobre a vida dos morcegos, com foco na eficácia e na necessidade de implantar um arcabouço legislativo protecionista em âmbito nacional. Para isso, o estudo analisa as premissas da energia eólica e seus efeitos sobre os morcegos, abordando, em seguida, possíveis soluções técnicas e a urgência de um marco legal voltado à proteção desses animais. O trabalho adota o método indutivo, utilizando a técnica de análise bibliográfica, com refinamento na busca por categorias científicas específicas. Concluímos que é possível minimizar os danos que os parques eólicos causam aos morcegos, sendo plenamente viável compatibilizar a produção dessa matriz energética com a preservação da vida animal, desde que se adote um licenciamento ambiental coeso, fundamentado em uma legislação técnica e direcionada à proteção da fauna.
Downloads
Referências
ALVAREZ-CASTANEDA, Sergio Ticul; LIDICKER, William Z. Managing coexistence for bats and wind turbines. Therya, La Paz, v. 6, n. 3, p. 505-513, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.12933/therya-15-330. Acesso em: 14 jan. 2025.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA (ABEEÓLICA). Página inicial. Disponível em: https://abeeolica.org.br/.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA (ABEEÓLICA). Brasil permanece em 6º lugar no ranking mundial de energia eólica. Disponível em: https://abeeolica.org.br/brasil-permanece-em-6o-lugar-no-ranking-mundial-de-energia-eolica/.
AGUIAR, Ludmilla M. S.; BUENO-ROCHA, Igor D.; OLIVEIRA, Guilherme; PIRES, Eder S.; VASCONCELOS, Santelmo; NUNES, Gisele L.; FRIZZAS, Marina R.; TOGNI, Pedro H. B. Going out for dinner—The consumption of agriculture pests by bats in urban areas. Plos One. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0258066.
ATAÍDE JR., Vicente de Paula. Capacidade processual dos animais: a judicialização do direito animal no Brasil. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2022.
BARROS, Marília. Pesquisadores querem reduzir mortes de morcegos nos parques eólicos. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/pesquisadores-querem-reduzir-mortes-de-morcegos-nos-parques-eolicos/.
BARROS, Marília Abero Sá de. Interações entre morcegos e turbinas eólicas no Agreste do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. 2019. Tese (Doutorado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35815.
BATES, Mary. Morcegos são os verdadeiros super-heróis do mundo animal. National Geographic, 2021. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2021/11/morcegos-sao-os-verdadeiros-super-herois-do-mundo-animal. Acesso em: 2 fev. 2025.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm.
BRASIL. Lei nº 15.097, de 10 de janeiro de 2025.
Disciplina o aproveitamento de potencial energético offshore; e altera a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, a Lei nº 14.182, de 12 de julho de 2021, e a Lei nº 14.300, de 6 de janeiro de 2022. Diário Oficial da União, Brasília. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2025/lei/l15097.htm.
BRASIL. Raiva humana. Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/raiva-humana.
CAORSI, Valentina et al. Anthropogenic substrate-borne vibrations impact anuran calling. Scientific Reports, v. 9. 2019. DOI: 10.1038/s41598-019-55639-0. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41598-019-55639-0.
CARVALHO, Fabio Lucas. Por que as pás de turbinas eólicas estão ficando pretas? Saiba como essa inovação pode transformar a geração de energia eólica! Click Petróleo e Gás, 2024. Disponível em: https://clickpetroleoegas.com.br/por-que-as-pas-de-turbinas-eolicas-estao-ficando-pretas-saiba-como-essa-inovacao-pode-transformar-a-geracao-de-energia-eolica/. Acesso em: 2 fev. 2025.
CUNHA, Graziela Sousa da; SILVA, José Alderir da; SILVA, William Gledson e. Os efeitos adversos da energia eólica no Brasil: Uma perspectiva crítica. Princípios. v. 43, n. 170, p. 136–155, 2024. DOI: 10.14295/principios.2675-6609.2024.170.007. Disponível em: https://revistaprincipios.emnuvens.com.br/principios/article/view/487.
DOLLINGER, Arielle. Devouring 1,000 mosquitoes an hour, bats are now welcome guests as Zika fears rise. The New York Times. jul. 2016. Disponível em: https://www.nytimes.com/2016/07/05/nyregion/devouring-1000-mosquitoes-an-hour-bats-are-now-welcome-guests-as-zika-fears-rise.html.
FERREZ JR."Série Energia": Energia eólica enfrenta desafios socioambientais no Nordeste. Jornal da USP, 27 dez. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/noticias/serie-energia-energia-eolica-enfrenta-desafios-socio-ambientais-no-nordeste/.
GAULTIER, Simon P.; LILLEY, Thomas M.; VESTERINEN, Eero J.; BROMMER, Jon E. The presence of wind turbines repels bats in boreal forests. Landscape and Urban Planning, v. 231. 2023. DOI: 10.1016/j.landurbplan.2022.104636. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0169204622002857.
MOREIRA, Mafalda. Parques eólicos: o vilão das aves e morcegos. Revista de Ciência Elementar. 2019. Disponível em: https://rce.casadasciencias.org/rceapp/art/2019/057/.
NOVA ENERGIA. O papel da energia eólica na matriz energética mundial. 2023. Disponível em: https://www.novaenergia.com.br/blog/energia-eolica-matriz-energetica-mundial/. Acesso em: 2 fev. 2025.
OLIVEIRA, Stefan Vilges de. Onde habita o morcego vampiro? Comunica UFU, 2022. Disponível em: https://comunica.ufu.br/noticias/2022/02/onde-habita-o-morcego-vampiro#:~:text=O%20morcego%20vampiro%20Desmodus%20rotundus,como%20presas%20os%20seres%20humanos.
PERROW, Martin R. et al. Effects of the construction of Scroby Sands offshore wind farm on the prey base of Little tern Sternula albifrons at its most important UK colony. Marine Pollution Bulletin, v. 62, 2011. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X11003341.
REIS, Nélio Roberto dos et al. Sobre os morcegos brasileiros. In: REIS, Nélio R. dos; PERACCHI, Ariano L.; PEDRO, Wagner A.; LIMA, Isaac P. (Org.). Morcegos do Brasil. Londrina, 2007.
REWI - RENEWABLE ENERGY WILDLIFE INSTITUTE. Guia de Energia Eólica e Vida Selvagem. Capítulo 4: Minimizando o risco de colisão com a vida selvagem durante as operações. Minimização: Redução. Atualizado em: 27 dez. 2022. Disponível em: https://rewi.org/guide/chapters/04-minimizing-collision-risk-to-wildlife-during-operations/minimization-curtailment/. Acesso em: 2 fev. 2025.
SENADO FEDERAL. Projeto de Lei nº 576, de 2021. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/146793.
SKEATE, Eleanor R.; PERROW, Martin R.; GILROY, James J. Likely effects of construction of Scroby Sands offshore wind farm on a mixed population of harbour Phoca vitulina and grey Halichoerus grypus seals. Marine Pollution Bulletin, v. 64. 2012. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X12000525.
SILVA, Jose Alderir. Energia Eólica no Brasil: Avanços e Desafios. Princípios, [S. l.], v. 42, n. 167, p. 179–202, 2023. DOI: 10.4322/principios.2675-6609.2023.167.010. Disponível em: https://revistaprincipios.emnuvens.com.br/principios/article/view/274.
VOIGT, Christian C. et al. Toward solving the global green–green dilemma between wind energy production and bat conservation. BioScience, v. 74, n. 4, p. 240–252, abr. 2024. DOI: https://doi.org/10.1093/biosci/biae023.
WANG, Shifeng; WANG, Sicong; SMITH, Pete. Ecological impacts of wind farms on birds: Questions, hypotheses, and research needs. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 44, p. 599-607, abr. 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1364032115000416.
ZIMMERLING, J.; FRANCIS, Charles. Bat mortality due to wind turbines in Canada: Bats and Wind Turbines. The Journal of Wildlife Management, v. 80, 2016. DOI: 10.1002/jwmg.21128. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/305678704_Bat_mortality_due_to_wind_turbines_in_Canada_Bats_and_Wind_Turbines.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de Direito Animal

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamentodo trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.