SUBJECTIVE PRECARITIES: politicising mental health in contemporary times
DOI:
https://doi.org/10.9771/ccrh.v37i0.62212Keywords:
Subjective precariousness, Mental health, Neoliberal culture, PoliticizationAbstract
The article discusses the notion of subjective precariousness in order to contribute to a sociological understanding of mental health problems today. Subjective precariousness is a typical individual condition arising from the transformations of contemporary capitalist societies, which have established and sacralised categories such as uncertainty, instability, adaptation, autonomy, self-realization, provisionality, fluidity, mobility, speed, flexibility and risk. We aim to show that, beyond socio-economic factors that explain the incidence of mental health problems, the concept of life intrinsic to the neoliberal imaginary can contribute to the interpretation of the phenomenon. Initially, we presented how neoliberalism has become a culture, in terms of the production of social values that guide individual ways of life. Next, we analyse how subjective precariousness becomes a social norm against which the individual is urged to confront in isolation. Finally, we highlight alternative and diverse collective experiences that can confront subjective precariousness. In this way, we intend to politicize mental suffering as a social experience, unlike the explanations of psychiatry and neoliberal culture, which tend to reduce it to the individual.
Downloads
References
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas. In: ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. São Paulo: Zahar, 1985. p. 99-138.
ALBERT, Bruce. Agora somos todos índios. Folha de S.Paulo, São Paulo, p. A3, 23 abr. 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/04/agorasomos-todos-indios.shtml. Acesso em: 3 dez. 2024.
ALEXANDER Grothendieck: Allons-nous continuer la recherche scientifique? (CERN, 27/01/1972). [S. l.: s. n.], 6 dez. 2014. Publicado pelo canal Classiquedeter. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZW9JpZXwGXc&ab_channel=norecess. Acesso em 10 jun. 2024.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-III). 3rd ed. Washington: APA, 1980.
AMORIM, A. Da lógica manicomial às políticas de redução de danos: um estudo de caso sobre o CAPS AD no Estado de Mato Grosso. 2023. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2023.
ANDRADE. D. P. O que é o neoliberalismo? A renovação do debate nas ciências sociais. Sociedade e Estado, Brasília, DF, v. 34, n. 1, p. 211-239, jan./abr. 2019.
ARTAUD, Antonin. Van Gogh, o suicidado pela sociedade. Rio de Janeiro: Achiamé, 2017.
BASCHET, Jérôme. Covid-19: o século XXI começa agora. In: PELBART, Peter Pál; FERNANDES, Ricardo Muniz (org.). Pandemia crítica: outono 2020. São Paulo: Ed. SESC: N-1, 2021. p. 105-107.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BOCCARA, Guillaume. Geoffroy de Lagasnerie, la dernière leçon de Michel Foucault: Sur le néolibéralisme, la théorie et la politique. Nuevo Mundo Mundos Nuevos, Paris, jun. 2013. Disponível em http://nuevomundo.revues.org/65544 Acesso em: 20 maio 2024.
BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Ève. Le nouvel esprit du capitalisme. Paris: Gallimard, 2011.
BOULOS, Guilherme Castro. Estudo sobre a variação de sintomas depressivos relacionada à participação coletiva em ocupações de sem-teto em São Paulo. 2016. Dissertação (Mestrado em Psiquiatria) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-06062017-084608/publico/GuilhermeCastroBoulos.pdf. Acesso em: 3 dez. 2024.
BOURDIEU, Pierre. Contre-feux: propos pour servir à la résistance contre l’invasion néolibérale. Paris: Raisons d’Agir, 1998.
BARROS, Alexandre César de Amorim. Da lógica manicomial às políticas de redução de danos: um estudo de caso sobre o CAPS AD no Estado de Mato Grosso. 2023. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2023.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
BUTLER, Judith. Vida precária: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
CASTEL, Robert. Les métamorphoses de la question sociale: une chronique du salariat. Paris: Fayard: 1995.
CASTRO, Eduardo Viveiros de. O que está acontecendo no Brasil é um genocídio. In: PELBART, Peter Pál; FERNANDES, Ricardo Muniz (org.). Pandemia crítica: outono 2020. São Paulo: Edições Sesc; N-1, 2021. p. 397-401.
COHN, Gabriel. Males privados, sociologia pública: o legado de Wright Mills. Revista Brasileira de Sociologia, Fortaleza, v. 1, n. 1, p. 13-34, jan./jul. 2013. Disponível em: https://rbs.sbsociologia.com.br/index.php/rbs/article/view/20. Acesso em: 3 dez. 2024.
CORBANEZI, Elton. Produtivismo acadêmico e saúde mental. A Terra é Redonda, [s. l.], 2021a. Disponível em: https://aterraeredonda.com.br/produtivismo-academico-esaude-mental/. Acesso em: 27 set. 2024.
CORBANEZI, Elton; RASIA, Jose Miguel. Apresentação do dossiê: racionalidade neoliberal e processos de subjetivação contemporâneos. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 25, n. 2, p. 287-301, 2020. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/40864. Acesso em: 3 dez. 2024.
CORBANEZI, Elton. Saúde mental, depressão e capitalismo. São Paulo: Ed. Unesp, 2021b.
CORBANEZI, Elton. Saúde mental, pandemia, precariedades: subjetivações neoliberais. Revista Sociedade e Estado, Brasília, DF, v. 38, n. 2, p. 1-22, 2023.
CORBANEZI, Elton. Transtornos depressivos e capitalismo contemporâneo. Caderno CRH, Salvador, v. 31, n. 83, p. 335-353, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/20059. Acesso em: 3 dez. 2024.
DANOWSKI, Deborah. Não tem mais mundo para todo mundo. In: PELBART, Peter Pál; FERNANDES, Ricardo Muniz (org). Pandemia crítica: inverno 2020. São Paulo: Edições Sesc: N-1, 2021. p. 22-30.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. Commun : essai sur la révolution au XXIe siècle. Paris: La Découvert, 2015.
DEJOURS, Christophe. Souffrances en France: La banalisation de l’injustice sociale. Paris: Seuil, 1998.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2010.
DELEUZE, Gilles. Post-Scriptum sobre as sociedades de controle. In: DELEUZE, Gilles Conversações: 1972-1990. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
DESCOLA, Phillippe. Nós nos tornamos um vírus para o planeta. In: PELBART, Peter Pál; FERNANDES, Ricardo Muniz (org.). Pandemia crítica: outono 2020. São Paulo: Edições Sesc; N 1, 2021. p. 443-446.
EHRENBERG, Alain. La fatigue d’être soi: dépression et société. Paris: Odile Jacob, 1998.
EHRENBERG, Alain. La société du malaise. Paris : Odile Jacob, 2012.
EHRENBERG, Alain. Les changements de la relation normal-pathologique: à propos de la souffrance psychique et de la santé mentale. Esprit, [France], n. 304, p. 133-156, maio 2004a.
EHRENBERG, Alain; LOVELL, Anne M. Pourquoi avons-nous besoin d’une réflexion sur la psychiatrie? In: EHRENBERG, Alain; LOVELL, Anne M. La maladie mentale en mutation: psychiatrie et société. Paris: Odile Jacob, 2001. p. 9-39.
EHRENBERG, A. Remarques pour éclaircir le concept de santé mentale. Revue française des affaires sociales, [France], n. 1, p. 77-88, 2004b.
ELIAS, Norbert.O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
FANON, Frantz. Alienação e liberdade: escritos psiquiátricos. São Paulo: Ubu, 2020.
FAUSTINO, Deivison. Frantz Fanon e as encruzilhadas: teoria, política e subjetividade. São Paulo: Ubu, 2022.
FISHER, Mark. Realismo capitalista: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo? São Paulo: Autonomia Literária, 2020.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FRANCO, Fábio Luís. Fazer precarizar: neoliberalismo autoritário e necrogovernamentalidade. Caderno CRH, Salvador, v. 34, p. 1-15, 2021.
GABARRON-GARCIA, Florent. História da psicanálise popular. São Paulo: Ubu, 2023.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Ed. Unesp, 1991.
GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1996.
HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2017.
HARVEY, David. O neoliberalismo: história e implicações. São Paulo: Loyola, 2008.
HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva: Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia, 2009.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
KRAMER, Peter D. Listening to Prozac: a psychiatrist explores antidepressants drugs and the remaking of the self. New York: Viking Press, 1993.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LATOUR, Bruno. Imaginer les gestes-barrières contre le retour à la production d’avant-crise. AOC, [s. l.], 30 mars 2020. Disponível em https://aoc.media/opinion/2020/03/29/imaginer-les-gestes-barrieres-contre-le-retour-a-laproduction-davant-crise/. Acesso em: 26 abr. 2024.
LAVAL. Christian. A pandemia de Covid-19 e a falência dos imaginários dominantes. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 25, n. 2, p. 277-286, maio/ago. 2020. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/39870. Acesso em: 3 dez. 2024.
LAVAL. Christian. Precariedade como “estilo de vida” na era neoliberal. Parágrafo, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 100-108, jan./jun. 2017. Disponível em: https://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/recicofi/article/view/566. Acesso em: 3 dez. 2024.
LE PETIT Robert: dictionnaire alphabétique et analogique de la langue française. Paris: Dictionnaires Le Robert, 2001. 1 CD-ROM.
LINHART, Danièle. La comédie humaine du travail: de la déshumanisation taylorienne à la sur-humanisation managériale. Toulouse: Érès, 2015.
LINHART, Danièle. Modernisation et précarisation de la vie au travail. Papeles del CEIC, [España], n. 43, marzo 2009a. Disponível em: http://www.identidadcolectiva.es/pdf/43.pdf. Acesso em: 20 maio 2024.
LINHART, Danièle. Pourquoi travaillons-nous?: une approche sociologique de la subjectivité au travail. Toulouse: Érès, 2008.
LINHART, Danièle. Travailler sans les autres? Paris: Seuil, 2009b.
LÓPEZ-RUIZ, Osvaldo. Os executivos das transnacionais e o espírito do capitalismo: capital humano e empreendedorismo como valores sociais. Rio de Janeiro: Azougue, 2007.
LOREY. Isabell. State of insecurity: government of the precarious. London: Verso, 2015.
LÖWY, Michael. Crise climática e alienação. A Terra é Redonda, [s. l.], 2023. Disponível em: https://aterraeredonda.com.br/crise-climatica-e-alienacao/. Acesso em: 10 jun. 2024.
MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1969.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Pandemia de Covid-19 desencadeia aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. OPAS, Brasília, DF, 2022. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/2-3-2022-pandemia-covid-19-
desencadeia-aumento-25-na-prevalencia-ansiedade-edepressao-em. Acesso em: 10 jun. 2024.
PEREIRA, Mario Eduardo Costa. O DSM e a crise da psiquiatria. Cult: dossiê: o poder da psiquiatria. São Paulo, ano16, n. 184, p. 38-45, out. 2013.
ROBCIS, Camille. Désaliénation: politique de la psychiatrie: Tosquelles, Fanon, Guattari, Foucault. Paris: Seuil, 2024.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2019.
SGUISSARDI, Valdemar; SILVA JUNIOR, João dos Reis. O trabalho intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico. 2. ed. Uberlândia: Navegando, 2018.
SILVA, Franklin Leopoldo. A experiência universitária entre dois liberalismos. Tempo Social, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 1-47, maio 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ts/a/BrT3DJBMDk4qY4zbvZrDQh/?lang=pt#. Acesso em: 4 dez. 2024.
SILVA, Carmen. Sete verbos para conjugar o morar. In: PELBART, Peter Pál; FERNANDES, Ricardo Muniz (org.). Pandemia crítica: outono 2020. São Paulo: Edições Sesc: N-1, 2021. p. 283-287.
STANDING, Guy. O precariado: a nova classe perigosa. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
STIEGLER, Barbara. Il faut s’adapter: sur un nouvel impératif politique. Paris: Gallimard, 2019.
THATCHER, Margaret. Interview. Sunday Times, Londres, 3 May, 1981. Disponível em: https://www.margaretthatcher.org/document/104475. Acesso em 17 dez. 2024
TOSQUELLES, François. Uma política da loucura e outros textos. São Paulo: Ubu, 2024.
WACQUANT, Loïc. Três etapas para uma antropologia histórica do neoliberalismo realmente existente. Caderno CRH, Salvador, v. 25, n. 66, p. 505-518, set./dez. 2012. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19427. Acesso em: 4 dez. 2024.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. World mental health report: transforming mental health for all. Switzerland: WHO, 2022. Disponível em https://www.who.int/publications/i/item/978r9240049338. Acesso em: 17 maio 2024.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde indicado de outra forma, é licenciado sob uma atribuição do tipo Creative Commons BY.
O periódico Caderno CRH on-line é aberto e gratuito.