OS FILHOS SÃO A HERANÇA DO SENHOR. POLÍTICA E RELIGIÃO NO ABC PAULISTA
DOI:
https://doi.org/10.9771/ccrh.v38i0.59022Palabras clave:
Família, Política, Afeto, Religião, ABC PaulistaResumen
O objetivo deste artigo é contribuir para a análise dos comportamentos políticos entre famílias de trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicas, moradores da região do ABC Paulista. Para tal, recorre-se a resultados obtidos em duas pesquisas realizadas em momentos distintos, com recortes empíricos ligeiramente diferentes e metodologias que lançaram mão de etnografia, survey e entrevistas biográficas. A primeira pesquisa relaciona a possível manutenção das memórias de militância sindical ao período da aposentadoria e do distanciamento do engajamento político-militante, a segunda aborda a questão da transmissão e herança geracional de princípios e valores políticos em famílias de trabalhadores metalúrgicos. Em ambos os casos se está relacionando famílias, como domínio do social, e política, como elemento de socialização, para compreender a constituição/manutenção de comportamentos políticos. A religião surgiu como imposição do campo, e se apresentou como uma variável interveniente no processo de gestão do comportamento político, impactando a negociação de elementos afetivos entre as famílias, bem como no que tange às memórias políticas empreendidas e herdadas. E, além disso, capaz de gerar transformações nos modos de entender e reagir aos acontecimentos presentes e passados ligados às ações e percepções políticas entre os participantes de ambos os estudos.
Descargas
Citas
ALMEIDA, A. de. Um encontro de origens diversas: a presença de migrantes e imigrantes na composição da classe trabalhadora do ABC Paulista. Tempos Históricos, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 57-66, 2012. DOI: 10.36449/rth.v1i1.6797. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/temposhistoricos/article/view/6797. Acesso em: 12 fev. 2025.
ALMEIDA, R. da S. R.; MACHADO, C. A. M. Sentidos do Partidarismo: Construindo uma Tipologia Multidimensional de Eleitores. Dados, 67 (3), 2024, p. 1-47. https://doi.org/10.1590/dados.2024.67.3.328
ALMEIDA, R. de. Religião na metrópole paulista. RBCS, 19 (56), 2004, p.15-27. https://doi.org/10.1590/S0102-69092004000300002
ALMEIDA, R. de. Evangélicos à direita. Horizontes Antropológicos, 26 (58), 2020, p. 419-436. https://doi.org/10.1590/S0104-71832020000300013
ALMEIDA, R. & BARBOSA, R. Transição religiosa no Brasil. In. ARRETCHE, M. Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. São Paulo: Editora da Unesp; CEM, 2015.
ANSART, P. A gestão das paixões políticas. Curitiba: Ed. UFPR, 2019.
BOHN, S. R. Evangélicos no Brasil: perfil socioeconômico, afinidades ideológicas e determinantes do comportamento eleitoral. Opinião pública, 10, 2004, p. 288-338. https://doi.org/10.1590/S0104-62762004000200006
BORBA, J., e CARDOSO, G. R. Os estudos de comportamento político na ciência política brasileira: caracterização do campo, apontamentos sobre a literatura e trabalhos de referência. BIB - Revista Brasileira De Informação Bibliográfica Em Ciências Sociais, (89), 2019, p. 1-33. Disponível em: https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/479
BURITY, J. The Brazilian Conservative Wave, the Bolsonaro Administration, and Religious Actors. Brazilian Political Science Review, 15 (3), 2021, p. 1-19. https://doi.org/10.1590/1981-3821202100030005
BURITY, J. Duas formas de religião pública e democracia nas eleições de 2022. Revista Intolerância Religiosa, v. 3, p. 1-14, 2023.
CALHOUN, C. Putting Emotions in Their Place. In. GOODWIN, J. et al. Passionate Politics. Emotions and Social Movements. Chicago: The University of Chicago Press, 2001. p. 45-57.
COMIN, A. A., e BARBOSA, R. J. Trabalhar para estudar: sobre a pertinência da noção de transição escola-trabalho no Brasil. Novos Estudos CEBRAP, (91), 2011, p. 75-95. https://doi.org/10.1590/S0101-33002011000300004
% DOS BRASILEIROS são católicos, 31%, evangélicos e 10% não têm religião, diz Datafolha. Globo.com, Rio de Janeiro, janeiro de 2020. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/13 >. Acesso em: 01 de agosto, 2023.
FELTRAN, G. de S. O valor dos pobres: a aposta no dinheiro como mediação para o conflito social contemporâneo. Caderno CRH, 27(72), 495-512, 2014. https://doi.org/10.1590/S0103-49792014000300004
FILLIEULE, O. Propositions pour une analyse processuelle de l’engagement individual. Revue Française de Science Politique, v. 51, n.1-2, 2001, p. 199-215.
GOODWIN, J. et al. Introduction: Why Emotions Matter. In. __________. Passionate Politics. Emotions and Social Movements. Chicago: The University Of Chicago Press, 2001. p. 1-26.
HUMPHREY, J. Sindicato: um mundo masculino. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, 2(1), p. 47-52, 1983.
JASPER, J. M. The emotions of protest. Chicago: the university of Chicago press, 2018.
KALIL, I. O. Quem são e no que acreditam os eleitores de Jair Bolsonaro. São Paulo: Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, 2018.
KOURY, M. G. P. Pela consolidação da sociologia e da antropologia das emoções no Brasil. Sociedade e Estado, 29 (3), 2014, p. 841–866. https://doi.org/10.1590/S0102-69922014000300009
LACERDA, M. B. O novo conservadorismo brasileiro: de Reagan a Bolsonaro. Porto Alegre: Zouk, 2019.
LEITE LOPES, J. S.; HEREDIA, B. A. (Orgs.). Movimentos cruzados, histórias específicas: estudo comparativo das prá-ticas sindicais e de greves entre metalúrgicos e canavieiros. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2019.
LE QUENTREC, Y. Unhappiness and Happiness of Female Activists: Trade Union Work Faced with Domestic Work. Nouvelle Revue de Psychosociologie, 18, 2014, p. 147-161. https://doi.org/10.3917/nrp.018.0147
GIUGNI, M. Biographical consequences of activism. In: The Wiley-Blackwell Encyclopedia of Social and Political Movements. David A. Snow, Donatella della Porta, Bert Klandermans, and Doug McAdam (Ed.). Oxford: Wiley-Blackwell, 2013. p. 138-144. doi: 10.1002/9780470674871.wbespm013
MACHADO, A. H. Os evangélicos e a política no Brasil: posições, alinhamentos e tensões (1960-1976). 2016, 416 p. Tese (Doutorado em História). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
MARIANO, R. Sociologia do crescimento pentecostal no Brasil: um balanço. Perspectiva Teológica, 43 (119), 2011, p. 11-36. DOI: 10.20911/21768757v43n119p11/2011
MARTINS, H. H. T. de S. Igreja e movimento operário no ABC: 1954-1975. São Paulo: Hucitec; São Caetano do Sul: Prefeitura de São Caetano do Sul, 1994.
MARTINS, J. de S. Subúrbio: vida cotidiana e história no subúrbio da cidade de São Paulo. São Caetano, do fim do Império ao fim da República Velha. São Paulo: Hucitec; Prefeitura de São Caetano do Sul, 1992.
MAYER, N. Sociologie des comportements politiques. Paris, Armand Colin, 2010
MELUCCI, A. The new social movements: a theoretical approach. Social Science Information, 19(2), 1980.
MELUCCI, A. Um objetivo para os movimentos sociais. Lua Nova, n. 17, 1989. https://www.scielo.br/j/ln/i/1989.n17/
MUXEL, A. Moi, toi et la politique: amour et convictions. Paris, Seuil, 2008.
MUXEL, A. La politique au fil de l’âge. Paris, Presses de Sciences Po, 2011.
NEGRO, A. L. Linhas de Montagem: o Industrialismo Nacional-desenvolvimentista e a Sindicalização dos Trabalhadores. São Paulo: Boitempo, 2004.
OLSON, M. A lógica da ação coletiva. Os benefícios públicos e uma teoria dos grupos sociais. São Paulo: Edusp, 1999.
PALMEIRA, M. G. S. e HEREDIA, B. M. A. Os comícios e a política de facções. Anuário Antropológico, [S. l.], 19(1), p. 95-125, 2018. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6587. Acesso em: 13 fev. 2025.
PERCHERON, A. La socializacion politique. Paris, Armand Colin, 1993.
PIERUCCI, A. F. Religião como solvente: uma aula. Novos Estudos CEBRAP, (75), 2006, p. 111-127. https://doi.org/10.1590/S0101-33002006000200008
PIERUCCI, A. F. As bases da nova direita. Novos Estudos Cebrap. n. 19, p. 26-45, dez. 1987.
PRANDI, R., e SANTOS, R. W. dos. Quem tem medo da bancada evangélica? Posições sobre moralidade e política no eleitorado brasileiro, no Congresso Nacional e na Frente Parlamentar Evangélica. Tempo Social, 29(2), 2017, p. 187-214. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2017.110052
PMSBC. Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo. Solenidade na Câmara homenageia a Igreja Ebenezer, 2018. Disponível em: <https://www.camarasbc.sp.gov.br/noticia/ >. Acesso em 22 de janeiro de 2025.
RIBEIRO, E. et al. Tolerância política e ativismo de protesto no Brasil: efeitos comportamentais do apoio a direitos políticos. Revista Brasileira De Ciência Política, (38), 2022, p. 1-26 https://doi.org/10.1590/0103-3352.2022.38.255478
RIBEIRO, A. L. Uma Tipologia do Pentecostalismo Católico: a RCC em ondas. Revista Fragmentos de Cultura - Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, Goiânia, Brasil, 21(2), p. 171-188, 2012. DOI: 10.18224/frag.v21i2.1881.
RIVERA, P. B. Pluralismo Religioso e Secularização: Pentecostais na periferia da cidade de São Bernardo do Campo no Brasil. Revista de Estudos da Religião, (1), 2010, p. 50-76. Disponível em: https://www.academia.edu/52698869/Pluralismo_Religioso_e_Seculariza%C3%A7%C3%A3o_Pentecostais_na_
periferia_da_cidade_de_S%C3%A3o_Bernardo_do_Campo_no_Brasil
SADER, E. Quando novos personagens entram em cena. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
SAFATLE, V. Circuito dos Afetos: Corpos políticos, Desamparo, Fim do Indivíduo. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
SANTOS JUNIOR, J. e MENEZES, M. A. À margem da história? Mulheres metalúrgicas e a memória das greves do ABC (1978–1983). In: LEITE LOPES, J. S. e HEREDIA, B. A. (orgs.). Movimentos cruzados, histórias específicas. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2019. p. 227-266.
SARTI, C. A. A família como espelho. São Paulo: Cortez, 2003.
SETTON, M. G. J. A particularidade do processo de socialização contemporâneo. Tempo Social, São Paulo, 17 (2), 2005, p. 335-350. https://doi.org/10.1590/S0103-20702005000200015
SILVA, M. G. V. Ferrazópolis: um bairro, duas gerações e a política. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
SOUZA-LOBO, E. A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. São Paulo: Perseu Abramo, 2011.
THOMPSON, E. P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998
TOURAINE, A. Os novos conflitos sociais. Para evitar malentendidos. Lua Nova, n. 17, 1989, p. 5-18. https://doi.org/10.1590/S0102-64451989000200002
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde indicado de outra forma, é licenciado sob uma atribuição do tipo Creative Commons BY.
O periódico Caderno CRH on-line é aberto e gratuito.