O RACISMO LINGUÍSTICO COMO BASE DA LÍNGUA PORTUGUESA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ell.v0i78.55607

Palavras-chave:

Racismo, Linguística, Racialidade

Resumo

O presente artigo consiste em investigar a relação entre as estruturas formais da língua portuguesa e uma política de formação da consciência racial brasileira. Para tanto, o aspecto linguístico é analisado através de um comparativo entre formas gramaticais da língua portuguesa e da língua inglesa. Com o auxílio da perspectiva da língua enquanto objeto vivo (ILARI, 2006), os estudos sobre assujeitamento (Butler, 2017) são apresentados como elementares para construção do aspecto etnolinguístico das línguas sob análise. As análises linguísticas, alinhadas ao pensamento étnico-dissidente, apontam para a existência de uma relação entre as estruturas formais da língua portuguesa e o racismo linguístico, estabelecida enquanto política racial de base da língua portuguesa.   

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Denise, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Atua na área de educação e relações étnico-raciais, com ênfase em interseccionalidades de raça e gênero. Desenvolve pesquisas em educação intercultural e religiões de matrizes africanas e afro-indígenas e feminismo interseccional. Professora Associada do Departamento de Educação (DED) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Docente Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades (PPGECI-UFRPE/FUNDAJ) nas linhas de pesquisas 1- Movimentos Sociais, Práticas Educativo-Culturais e Identidades e 3 - Políticas, Programas e Gestão de Processos Educacionais e Culturais. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Raça, Gênero e Sexualidades "Audre Lorde" (Geperges Audre Lorde). Membro do Coletivo de Acadêmicas Negras Luiza Bairros (CAN Luiza Bairros) Pós-Doutoramento em Educação no Departamento de Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob a supervisão do Prof. Dr. Antonio Novae. E na área social atua como Iyalorixá do Ilê Axe Alagbede Orun. https://www.instagram.com/mulhernegra/ https://orcid.org/0000-0003-4629-2224

Referências

ALCÂNTARA, Cíntia. As classes formais do português brasileiro. Letras de hoje, v. 45, n. 1, 2010. Disponível em: [https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/6852]. Acesso em: 10/02/2023.

ALVES, Michele. As diferenças entre gênero gramatical e gênero semântico na recuperação de antecedentes pronominais em português brasileiro. Diacrítica, v. 33, n. 2, 2019. Disponível em: [https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5056]. Acesso em: 11/01/2023.

ASAD, Haider. Armadilhas da identidade: raça e classe nos dias de hoje. Tradução por Leo Vinicius Liberato. 1. ed. São Paulo: Veneta, 2019.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BUTLER, Judith. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Tradução por Rogério Bettoni. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

______. Language, poder e identidad. Trad. Javier Sáez e Beatriz Preciado. Madri: Editorial Síntesis, 2004.

______. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução por Renato Aguiar. 1. ed. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CARVALHO, Danniel. As genitálias da gramática. Revista da ABRALIN, v. 19, n. 1, 2020. Disponível em: [https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1693]. Acesso em: 11/01/2023.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Trad. Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

FREYRE, Gilberto. O Escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX. 2. ed. São Paulo, Nacional, 1979. v. 370. (Brasiliana).

FURLIN, Neiva. Sujeito e agência no pensamento de Judith Butler: contribuições para a teoria social. Sociedade e Cultura, 16, n. 2, 2014. Disponível em: [https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/32198]. Acesso em: 12/04/2023.

GARCEZ, Pedro; JUNG, Neiva. Mercantilização da linguagem no capitalismo recente: diversidades e mobilidades. Trabalhos em linguística aplicada, v. 60, n. 2, 2021. Disponível em: [https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8666196]. Acesso em: 31/03/2023.

HALL, Stuart. Cultura e Representação. Trad. William Oliveira e Daniel Miranda. Rio de Janeiro: Apicuri, 2016.

ILARI, Rodolfo. Linguística Românica. 3 ed. São Paulo: Ática, 1999.

LIMA, Hildomar & REZENDE, Tânia. Políticas e planejamento oficiais de manutenção da ideologia linguística colonial do déficit. Working Papers em Linguística. Florianópolis, v. 23, n. 2, 2022. Disponível em: [https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/84182]. Acesso em: 22/03/2023.

LOPES, Luiz; FABRÍCIO, Branca. Por uma linguística responsiva às teorizações queer. Cadernos de Linguagem e Sociedade, v. 21, n. 2, 2020. Disponível em: [https://periodicos.unb.br/index.php/les/article/view/35701/28604]. Acesso em: 24/03/2023.

OLIVEIRA, Érika. Histórias para descolonizar o Pensamento. Psicologia & sociedade, v. 29, 2017. Disponível em: [https://www.scielo.br/j/psoc/a/mTtZkjShQhJkrgg6CMPfxKn/?format=pdf&lang=pt]. Acesso em: 20/03/2023.

PARK, Joseph. In Pursuit of English: Language and Subjectivity in Neoliberal South Korea. Oxford: Oxford University Press, 2021.

PRECIADO, Paul. Un Apartamento em Urano: Crónicas del cruce. Barcelona: Editora Anagrama, 2019.

RAMOS, Dernival; CRUZ, Edna. Língua, poder e identidade em Ngugi wa Thiong'o e. Kanavillil Rajagopalan. Linha d’água. São Paulo, v. 25, n. 1, 2012. Disponível em: [https://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/37375]. Acesso em: 27/03/2023.

RESENDE, Viviane; RAMALHO, Viviane. Análise de Discurso Crítica, do modelo tridimensional à articulação entre as práticas: implicações teórico metodológicas. Linguagem em (dis)curso, v. 5, n. 1, 2004. Disponível em: [https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/307]. Acesso em: 20/02/2023.

NASCIMENTO, Gabriel. A linguagem como zona do não-ser na vida de pessoas negras no sul global. Gragoatá, v. 28, n. 60, 2023. Disponível em: [https://doi.org/10.22409/gragoata.v28i60.53299]. Acesso em: 04/05/2023.

______. O negro-tema na Linguística: rumo a uma descolonização do racialismo e do culturalismo racialista nos estudos da linguagem. Polifonia, v. 27, n. 46, 2020. Disponível em: [https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/9560]. Acesso em: 04/05/2023.

______. Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. Belo Horizonte: Letramento, 2019.

SAUSSURE. Ferdinand. Curso de linguística geral. Trad. Antônio Chelini, José Paulo Paes e lzidoro Blikstein. 26. ed. São Paulo: Cultrix, 2004.

TAPAJÓS, Ayla; CASTRO, Fábio. Indígenas se mobilizam contra o marco temporal em diversas partes do país. WWF. [Sl], 2023. Disponível em: [https://www.wwf.org.br/?86081/Indigenas-se-mobilizam-contra-o-marco-temporal-em-diversas-partes-do-pais#:~:text=Ind%C3%ADgenas%20se%20mobilizam%20contra%20o,partes%20do%20pa%C3%ADs%20%7C%20WWF%20Brasil&text=As%20organiza%C3%A7%C3%B5es%20ind%C3%ADgenas%20preparam%20uma,%C3%A0%20demarca%C3%A7%C3%A3o%20de%20suas%20terras]. Acesso em: 04/06/2023.

Downloads

Publicado

2024-09-28

Como Citar

OLIVEIRA, A. V.; BOTELHO, D. M. . O RACISMO LINGUÍSTICO COMO BASE DA LÍNGUA PORTUGUESA. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 78, p. 406–426, 2024. DOI: 10.9771/ell.v0i78.55607. Disponível em: https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/estudos/article/view/55607. Acesso em: 5 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Linguagem e Racismo