GRUPO DE MULHERES RAÍZES DO CERRADO: TRABALHO, LUTAS E SABERES

Autores

  • Ana Cláudia Campos Universidade Federal de Mato Grosso https://orcid.org/0000-0003-3789-3394
  • Maria Aparecida Rezende Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.13.1%20e%202.62651

Palavras-chave:

mulheres negras camponesas, extrativismo do cumbaru, emancipação, feminismo comunitário, gênero

Resumo

Esta investigação explora, por meio do feminismo comunitário, os conceitos de gênero e patriarcado, e parte da compreensão de que a vivência e a experiência das mulheres negras camponesas são fundamentais para a construção de saberes e práticas que promovem a sustentabilidade e a resistência frente às diversas formas de opressão.  À luz da fenomenologia merleau-pontyana, entrevistamos cinco integrantes do Grupo de Mulheres Raízes do Cerrado e acompanhamos de perto o trabalho e outras atividades realizadas pelo coletivo. Apesar da sobrecarga, essas mulheres ensinam a relevância de um trabalho comprometido com agroecologia, economia solidária e preservação do cerrado. Atuam de modo coletivo, uma dando força para a outra, num diálogo profícuo entre elas, vão alcançando a consciência crítica de si e do mundo.

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Biografia do Autor

Ana Cláudia Campos, Universidade Federal de Mato Grosso

Mulher camponesa, integrante do Grupo de Mulheres Raízes do Cerrado do município de Nossa Senhora do Livramento/MT e professora de Educação Básica na Escola Estadual José de Lima Barros/SEDUC/MT. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2008) e especialização em Gestão Escolar pela mesma universidade (2015). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso na linha de pesquisa Movimentos Sociais, Política e Educação Popular.

Maria Aparecida Rezende, Universidade Federal de Mato Grosso

Graduada em Pedagogia pela UNEMAT, mestra e doutora pela UFMT. Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UFMT. Membro do Grupo de Pesquisa de Movimentos Sociais em Educação – GPMSE e do Grupo de Estudos Educação & Merleau-Ponty – GEMPO. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em educação indígena, educação escolar indígena e educação de jovens e adultos.

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Publicado

2025-08-13

Como Citar

CAMPOS, A. C.; REZENDE, M. A. GRUPO DE MULHERES RAÍZES DO CERRADO: TRABALHO, LUTAS E SABERES. Revista Feminismos, [S. l.], v. 13, 2025. DOI: 10.9771/rf.13.1 e 2.62651. Disponível em: https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/62651. Acesso em: 28 nov. 2025.

Edição

Seção

DOSSIÊ; Gênero e feminismos em comunidades tradicionais e racializadas