COLONIALIDADE DO SABER E PESQUISA SITUADA: UM DIÁLOGO METODOLÓGICO A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA DE PESQUISA FEMINISTA-INTERSECCIONAL
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.13.1%20e%202.62902Keywords:
Metodologia, Pesquisa situada, Interseccionalidade, Colonialidade, FeminismoAbstract
O presente artigo surge como uma possibilidade de diálogo entre o conceito de colonialidade do saber e a proposta metodológica de pesquisa situada. Para isso, trazemos para o horizonte de reflexão uma experiência de pesquisa localizada no grupo Agora é que são elas: a pandemia de COVID-19 contada por mulheres, além de pressupostos teóricos trabalhados por autores e autoras como Haraway, Quijano, Favero, Collins e Grosfoguel. Procuramos apontar, por meio de um diálogo reflexivo, para a indissociabilidade do sujeito que pesquisa de sua produção, bem como algumas pistas para a realização da pesquisa na perspectiva situada. Além disso, ressaltamos a importância de trazer para a discussão acadêmica o tensionamento dos pressupostos universais de imparcialidade e neutralidade, os quais compõem grande parte das pesquisas hegemônicas em psicologia.
Downloads
References
ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: Uma carta para mulheres escritoras do terceiro mundo.Revistas de estudos feministas. V. 8, n. 1, 2000.
BARTRA, Eli. Acerca de la investigación y la metodología feminista. In: GRAF, Norma Blazquez; PALACIOS, Fátima Flores; Maribel Ríos, EVERARDO. (coord.). Investigación feminista: epistemología, metodología y representaciones sociales. México: UNAM, Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades: Centro Regional de Investigaciones Multidisciplinarias Facultad de Psicología, 2012.
COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo, v.5, n.1, 2017. Disponível em: http://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/recicofi/article/view/559/506 .
FAVERO, Sofia. Pesquisando a dor do outro: os efeitos políticos de uma escrita situada. Pesqui. prát. psicossociais, São João del-Rei , v. 15, n. 3, p. 1-16, set. 2020.
GRAF, Norma Blazquez. Epistemología Feminista: Temas Centrales In: GRAF, Norma Blazquez; PALACIOS, Fátima Flores; Maribel Ríos, EVERARDO. (coord.). Investigación feminista: epistemología, metodología y representaciones sociales. México: UNAM, Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades: Centro Regional de Investigaciones Multidisciplinarias Facultad de Psicología, 2012.
GROSFOGUEL, Ramón. Dilemas dos estudos étnicos norte-americanos: multiculturalismo identitário, colonização disciplinar e epistemologias decoloniais. Ciencia e cultura. São Paulo. V. 59, Nº.2, 2007.
GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado [online]. 2016, v. 31, n. 1, pp. 25-49. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/xpNFtGdzw4F3dpF6yZVVGgt/abstract/?lang=pt
HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, p. 7-41, 2009.
HOOKS, B. Teoria feminista: da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019.
MACEDO, Gabriele Damasceno et al. Meio rural sob a perspectiva de gênero: Narrativas de mulheres no período da pandemia de covid-19. SEMANA INTEGRADA DE INOVAÇÃO, ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 2022, Pelotas. Anais do Congresso de Iniciação Científica. Pelotas: UFPel, 2022.
MIGNOLO, Walter. El pensamiento decolonial: despredimiento y apertura. In: CASTRO-GÓMES, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre editores; Universidade Central; Instituto de Estudios Socialies Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana; Instituto Pensar, p. 25-47, 2007.
OCAÑA, Alexander Ortiz; LÓPEZ, María Isabel Arias; CONEDO, Zaira Esther Pedrozo. Decolonialidad de la educación: emergencia urgencia de una pedagogía decolonial. 1a. ed. – Santa Marta : Universidad del Magdalena, 2018.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e Ciências Sociais. Perspectivas Latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 227-278.
SCOTT, Joan W. O enigma da igualdade. Revista Estudos Feministas, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 11, 2005. DOI: 10.1590/S0104-026X2005000100002. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2005000100002. Acesso em: 31 maio. 2024.
SILVA, F. P. da; BALTAR, P.; LOURENÇO, B. Colonialidade do Saber, Dependência Epistêmica e os Limites do Conceito de Democracia na América Latina. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, [S. l.], v. 12, n. 1, 2018. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/repam/article/view/15980. Acesso em: 12 de dez. 2023.
SOARES, Helen Carvalho Gomes. et al. Metodologias de pesquisa: Uma reflexão a partir da pesquisa Agora é que são elas. In: SEMANA INTEGRADA DE INOVAÇÃO, ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 8, 2021, Pelotas. Anais do Congresso de Iniciação Científica. Pelotas: UFPel, 2021. [online]. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/pandemiadecovid19contadapormulheres/files/2024/04/resumo-metodologia-cic.pdf Acesso em: 12 fe. 2024.
WALSH, Catherine. Pedagogías Decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo II. Quito: Abya-Yala. 2017.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autoras/es que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autoras/es mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
2. Autoras/es têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autoras/es têm permissão e são estimuladas/os a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.