O JUDEU DE BERNARDO SANTARENO

E SEUS PARALELOS ENTRE A INQUISIÇÃO E O SALAZARISMO

Autores/as

Palabras clave:

O Judeu, Bernardo Santareno, Inquisição, Estado Novo, Escrita de Si

Resumen

A peça O Judeu (1966) acompanha a vivência do dramaturgo António José da Silva (1705-1739), também conhecido como o Judeu, um artista de origem judaica perseguido pela Inquisição portuguesa. Tendo isso em mente, o fato de o autor, Bernardo Santareno (1920-1980), se utilizar dessa história para criticar o Estado Novo português (1933-1974), especialmente o seu período Salazarista, intrigou e motivou a pesquisa que teve como produto a monografia adaptada neste artigo. Utiliza-se, então, os conceitos de Escrita de Si (KLINGER, 2006) e Literatura Testemunhal (ROTH, 2022) para discutir como o autor, através do protagonista e do personagem Cavaleiro de Oliveira – comentador-narrador da peça inspirado no escritor português setecentista Francisco Xavier de Oliveira (1702 - 1783) – escreve a si e coloca a sua voz a partir do que os três compartilham: foram artistas perseguidos em seu tempo que usaram a arte como escape e resistência. Essa análise é efetuada também a partir de outros núcleos de personagens apresentados na obra, como as mulheres da vida de António José da Silva e o Estudante Pálido, e dos paralelos que podem ser traçados da Inquisição com o Salazarismo e as críticas que trazem.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

CURY, J. J.; LOPONDO, L. Inquisição e Salazarismo: um estudo do gestus em "O Judeu" De Bernardo Santareno. Línguas & Letras, [S. l.], v. 6, n. 10, p. 51–59, 2000. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/779. Acesso em: 21 dez. 2024.

KLINGER, Diana Irene. Aproximações. In: KLINGER, Diana Irene. Escritas de si, escritas do outro: autoficção e etnografia na narrativa latino-americana contemporânea. Rio de Janeiro: UERJ, 2006. p. 17-27.

KLINGER, Diana Irene. A escrita de si: uma história. In: KLINGER, Diana Irene. Escritas de si, escritas do outro: autoficção e etnografia na narrativa latino-americana contemporânea. Rio de Janeiro: UERJ, 2006. p. 26-30.

LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. São Paulo: Mediafashion, 2016.

NEDEL, Paulo Augusto. Enforcados, queimados e exilados: As Bruxas de Salém e O Judeu. Uberlândia: Letras & Letras, v.36, n.2, 2020.

REBELLO, Luiz Francisco. Do fim da guerra à queda do fascismo. In: REBELLO, Luiz Francisco. Breve História do Teatro Português. Lisboa: Publicações Europa-América, 2000. p. 140-155.

RODRIGUES, Geisi Mara. A Narrativa Testemunhal e o Enredamento Traumático no Psiquismo. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, v. 17, n. 4, p. 858-871, dez. 2014.

ROTH, Philip. Conversa em Jerusalém com Aharon Appelfeld. In: ROTH, Philip. Por Que Escrever? São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 260-281.

ROTH, Philip. Escrevendo Sobre Judeus. In: ROTH, Philip. Por Que Escrever? São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 71-90.

SANTARENO, Bernardo. O Judeu. Lisboa: ÁTICA S.A., 1991.

SILVA, Eduardo Neves da. A Representação Ficcional do Comediógrafo Antônio José da Silva em O Judeu, de Bernardo Santareno. Revista Letras Fafibe, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 1-6, 2011.

Publicado

2024-12-28

Cómo citar

Dantas, E. (2024). O JUDEU DE BERNARDO SANTARENO: E SEUS PARALELOS ENTRE A INQUISIÇÃO E O SALAZARISMO. Inventário, (34), 195–217. Recuperado a partir de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/60660

Número

Sección

Artigos