DISTOPIAS CONTEMPORÂNEAS DE AUTORIA FEMININA DE LÍNGUA INGLESA

A LUTA DAS PROTAGONISTAS EM UM CONTEXTO DISTÓPICO

Autores

Palavras-chave:

Autoria Feminina; Resistência; Memória; O conto da aia; Vox, Female authorship; Resistance; Memory; The Handmaid’s Tale; Vox

Resumo

Neste artigo, traçaremos uma análise literária da memória como força de resistência quando regimes totalitários tentam ao máximo apagá-la. As análises de O conto da aia (2017) e de Vox (2018a) contarão com o apoio da crítica literária feminista, de estudos históricos e distópicos, demonstrando como a memória é ferramenta narrativa essencial, para situar o leitor no presente e contrastá-lo com o passado, quanto para evidenciar sentimentos das protagonistas. Ao visualizar o passado por meio da rememoração, as narradoras-protagonistas conseguem acreditar, mesmo que por pouco tempo, que é possível escapar dos sofrimentos a que são submetidas e proteger suas filhas de destinos semelhantes. A memória, construída socialmente, depende de uma perspectiva ideológica e sociocultural. Nas narrativas distópicas, onde direitos são reduzidos e a população é controlada, memória e história são manipuladas. Trazemos uma nova perspectiva para os estudos sobre distopias, ao relacionarmos a obra pioneira de Atwood ao recente trabalho de Dalcher.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ATWOOD, Margaret. O conto da aia. Tradução de Ana Deiró. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.

BACCOLINI, Raffaella. Gender and Genre in the Feminist Critical Dystopias of Katherine Burdekin, Margaret Atwood, and Octavia Butler. In: BARR, Marleen (org.). Future Females, the Next Generation: New Voices and Velocities in Feminist Science Fiction. Boston: Rowman and Littlefield, 2000. p. 13-34.

BACCOLINI, Raffaella. The Persistence of Hope in Dystopian Science Fiction. PMLa, v. 119, n. 3, 2004, p. 518-521. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/25486067. Acesso em: 17 jul. 2021.

BACCOLINI, Raffaella. At the root of totalitarianism: misogyny and violence in women’s dystopias. In: DEPLAGNE, Luciana Calado; CAVALCANTI, Ildney (orgs.). Utopias sonhadas/distopias anunciadas: gênero e cultura queer na literatura. João Pessoa: Editora UFPB, 2019. p. 45-59.

BACCOLINI, Raffaella; MOYLAN, Tom (org.). Dark Horizons: science fiction and the utopian imagination. Nova York; Routledge, 2003.

BARTHES, Roland. Aula: aula inaugural da cadeira de semiologia literária do Colégio de França. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 1977.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. Tradução de Sérgio Milliet. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

BYRNE, Paula. A verdadeira Jane Austen: Uma biografia íntima. Trad. Rodrigo Breunig. 1ª ed. Porto Alegre: L&PM, 2018.

CAVALCANTI, Ildney. Às margens das margens, o futuro do futuro: o espaço-tempo utópico em Body of Glass, de Marge Piercy. III Seminário Internacional Mulher e Literatura, outubro, 2007. Disponível em: http://www.uesc.br/seminariomulher/anais/PDF/Mesas/ILDNEY%20CAVALCANTI.pdf. Acesso em: 16 out. 2021.

COUTINHO, Eduardo F. Literatura comparada: reflexões sobre uma disciplina acadêmica. Revista brasileira de literatura comparada, v. 8, n. 8, p. 41-58, 2006.

DALCHER, Christina. Vox. Tradução de Alves Calado. São Paulo: Arqueiro, 2018a.

DALCHER, Christina. About Me. 2018b. Disponível em: https://christinadalcher.com/about-me/. Acesso em: 28 dez. 2021.

FIGUEIREDO, Carolina Dantas de. Memória e poder nos regimes distópicos. Papéis: Revista do Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens - UFMS. Campo Grande, v. 19, n. 38, p. 83-98, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/papeis/article/view/2990/2408. Acesso em: 27 nov. 2021.

FIGUEIREDO, Eurídice. História literária, cânone e crítica feminista. In: FIGUEIREDO, Eurídice. Por uma crítica feminista: leituras transversais de escritoras brasileiras. Porto Alegre: Zouk, 2020. p. 85-97.

FONTES, Natalia. O Conto da Aia: heroínas e distopias. In: MARTINS, Edson Ferreira; BOTELHO, Patrícia Pedrosa. (Orgs.). Da cidade antiga à contemporânea: (in)tolerâncias, utopias e distopias. Araraquara: Letraria, 2022, p. 292-307. E-book. Disponível em: https://www.letraria.net/da-cidade-antiga-a-contemporanea/. Acesso em: 02 fev. 2022.

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo: n-1 Edições, 2013.

FRIEDMAN, Norman. O ponto de vista na ficção: O desenvolvimento de um conceito crítico. Tradução de Fábio Fonseca de Melo. Revista USP. São Paulo, n. 53, p. 166-182, março/maio 2002. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/33195/35933. Acesso em 07 set. 2020.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Verdade e memória do passado. In: GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006. p. 39-47.

GAIMAN, Neil. Introdução. In: BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451: a temperatura na qual o papel do livro pega fogo e queima. Tradução de Cid Knipel. 3. ed. São Paulo: Globo, 2020.

MORE, Thomas. A utopia. Tradução de Luís de Andrade. 1. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1972. v. 10.

MOYLAN, Tom. Scraps of the untainted sky: science fiction, utopia, dystopia. Boulder: Westview Press, 2000.

PERROT, Michelle. Práticas da Memória Feminina. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 9, n. 18, ago./set. 1989, p. 9-18.

PINTO, Céli Regina Jardim. Feminismo, História e Poder. Revista de Sociologia e Política. Curitiba, v.18, n. 36, jun. 2010, p. 15-23. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsocp/a/GW9TMRsYgQNzxNjZNcSBf5r/?lang=pt&format=pdf. Acesso em 25 nov. 2021.

SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. A construção social da memória. In: SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. Memória colectiva e teoria social. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012.

WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. Tradução de Bia Nunes de Sousa, Glauco Mattoso. 1. ed. São Paulo: Tordesilhas, 2014.

WOOLF, Virginia. Profissões para mulheres e outros artigos feministas. Tradução de Denise Bottmann. – Porto Alegre: L&PM, 2019.

Downloads

Publicado

2024-08-01

Como Citar

Oliveira, N. F. de, & Silva, C. P. . (2024). DISTOPIAS CONTEMPORÂNEAS DE AUTORIA FEMININA DE LÍNGUA INGLESA: A LUTA DAS PROTAGONISTAS EM UM CONTEXTO DISTÓPICO. Inventário, (33), 15–31. Recuperado de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/inventario/article/view/60671

Edição

Seção

Artigos