A SUBVERSÃO DA MATERNIDADE EM A FILHA PRIMITIVA, DE VANESSA PASSOS
Keywords:
Maternidade; Narrativa; Crítica Feminista; Ancestralidade; Resistência.Abstract
This article examines The Primitive Daughter by Vanessa Passos, highlighting how the author’s writing addresses issues of motherhood, identity, and ancestry through a feminist critical lens. The protagonist, identified merely as "mother," embarks on a journey of self-discovery and resistance to the patriarchal system that seeks to silence and define women. Motherhood is portrayed in an ambiguous light, serving as both a space of subjugation and reinvention. The absence of proper names for the characters symbolizes the loss of identity for Black women, whose histories and ancestries are often erased. Structural and symbolic violence against Black women runs throughout the work, with writing becoming a tool for resistance and the assertion of a new identity. The reflection on motherhood challenges the myth of maternal instinct, proposing a demystification of the traditional maternal role. In her quest for self-identity, the protagonist confronts societal expectations and, through writing, seeks to distance herself from the fate imposed upon her to reinvent her own existence.
Downloads
References
BADINTER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
BAIA, Luara Paula Vieira. Maternidade tem cor?: vivências de mulheres negras sobre a experiência de ser mãe. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, 2020. 120 f.
BARTHES, Roland. O Prazer do Texto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1973.
BEAUVOIR, Simone de. (1949). O segundo sexo: a experiência vivida. Trad. de Sérgio Milliet. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.
BEAUVOIR, Simone de. (1949). O segundo sexo: fatos e mitos. Trad. de Sérgio Milliet. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 2. ed. Trad. de Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
CANDIDO, Antonio. A personagem do romance. In: CANDIDO, Antonio; ROSENFELD, Anatol; DE ALMEIDA PRADO, Décio; GOMES, Paulo Emilio Salles. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2009. p. 51-75.
CIXOUS, Hélène. O riso da Medusa. Journal of Women in Culture and Society, v. 1, n. 4, p. 875-893, Universidade de Chicago, 1976.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro. São Paulo: Boitempo, 2019.
DELEUZE, Gilles. La Litérature et la Vie. Critique et Clinique, Minuit, Paris, 1993, pp. 11-17.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. UFBA, 2008.
FINK, Bruce. O sujeito lacaniano: entre a linguagem e o gozo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
FOUCAULT, Michel. A grande estrangeira: sobre literatura. Tradução de Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.
FOUCAULT, Michel [1969]. A arqueologia do saber. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.
FREUD, S. A negação. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2014.
GONZALVEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
hooks, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. 1. ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.
IACONELLI, Vera. Manifesto antimaternalista: Psicanálise e políticas de reprodução. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2023.
KILOMBA, Grada. Memórias de plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
KRISTEVA, Julia. Revolution in poetic language. Nova Iorque, EUA: Columbia University Press, 1984.
LORDE, Audre. Irmã Outsider: Ensaios e Conferências. 1. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
MACHADO, Maria Helena P. T.; BRITO, Luciana; SILVA, Iamara; GOMES, Flávio. Ventres livres? gênero, maternidade e legislação. São Paulo: UNESP, 2021.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso em análise: sujeito, sentido, ideologia. 2.ed. Campinas: Pontes, 2012.
PASSOS, Vanessa. A filha primitiva. São Paulo: José Olympio, 2022.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Editora da UNICAMP, 1995.
RAMOS, Maria Bernadete. Ao Brasil dos meus sonhos: feminismo e modernismo na utopia de Adalzira Bittencourt. Estudos feministas, v.10, n.1, p. 11-37, 2002.
ROTH, Cassia. A miscarriage of justice: women’s reproductive lives and the law in early twentieth-century Brazil. Stanford: Stanford University Press, 2020.
SCOTT, Joan Wallach. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação & Realidade. Tradução: Guacira Lopes Louro, Revisão de Tomaz Tadeu da Silva. Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul./dez. 1995.
TODOROV, Tzvetan. A Literatura em Perigo. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
WOOLF, Virginia. (1929). Um teto todo seu. Tradução de Bia Nunes de Sousa, Glauco Mattoso. 1. ed. São Paulo: Tordesilhas, 2014.
XAVIER, Elódia. Que corpo é esse? O corpo no imaginário feminino. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2021.