Furtaram o meu Fusca. E agora?
Sobre regimes normativos e de mobilidades na cidade
DOI:
https://doi.org/10.9771/lj.v4i0.70760Palavras-chave:
roubo e furto de veículos, periferias urbanas, regimes normativos e de mobilidades, mundo do crimeResumo
O artigo visa compreender como operam os regimes normativos e de mobilidades presentes nas, e para além das, periferias paulistas. Argumento que as ordens plurais normativas não atravessam apenas o cotidiano nas margens, mas a transbordam e atravessam também as vidas diárias de diferentes parcelas da sociedade brasileira, de formas diferenciais. Com um viés autoetnográfico, o texto parte da experiência do furto de meu Fusca na cidade de Santos/SP, de minha posição dupla como “vítima” e pesquisadora desse tema, e das respostas dadas pelos diferentes atores que compõem um mosaico social múltiplo, sejam eles ligados ao “mundo do crime”, estatal, midiático ou de redes pessoais. O artigo busca dialogar não apenas com os campos dos estudos urbanos e do crime, mas também incorporando as contribuições do “giro móvel”. Assim, as noções de regimes normativos e de mobilidades nos auxiliam a compreender como as pessoas conseguem (ou não) se mover entre as instâncias normativas acionando seus capitais sociais e de redes. Por fim, o artigo também traz contribuições sobre o cenário de roubo e furto de veículos no Brasil, que é pouco explorado na literatura, apesar de estar conectado a um mercado legal e ilegal mais amplo.