A comunicação não violenta como caminho para a racionalização subversiva: uma tecnologia social que transforma as organizações públicas

Autores

Palavras-chave:

comunicação não-violenta, tecnologia social, racionalização subversiva, análise do discurso, organizações públicas

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o potencial subversivo dos códigos técnicos da Comunicação Não-Violenta (CNV), entendida como tecnologia social, no sistema de gestão burocrática de uma organização pública. Foi realizada uma pesquisa qualitativa e exploratória, com o método do estudo de caso, por meio da comparação das percepções de servidores que tiveram contato sistemático com a CNV com as dos que a desconheciam. O material coletado em 16 entrevistas semiestruturadas foi analisado por meio da análise do discurso. Como resultados, observamos que a aplicação dos códigos técnicos da CNV favoreceu a autoconfiança, a autorreflexão e a cooperação entre os indivíduos, enfatizando o potencial subversivo da CNV, em prol de contextos mais dialógicos e democráticos. A CNV traz novos repertórios técnicos sobre como proceder em situações específicas de interação, desconstruindo ou esvaziando de sentido padrões comportamentais arraigados em formas de comunicação alienante. Dessa maneira, acreditamos ser possível subverter o sistema técnico burocrático pela introdução de novos contextos de interação. Portanto, a pesquisa contribui para o detalhamento da aplicação da CNV nas organizações, além de apresentar uma moldura teórico-metodológica que pode ser utilizada em outras análises discursivas, especialmente, de aplicação de tecnologias sociais. 

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Biografia do Autor

Mariana Mayumi Pereira de Souza, Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal

Doutora em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora Associada da Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal. Participa do Grupo de Pesquisa em Ciências Humanas e Aplicadas (UFV - Campus Florestal) e do Núcleo de Estudos em Participação e Subjetividade (NEPS - CEPEAD/UFMG). Atua em pesquisa, extensão e docência na área de Administração, com ênfase em Estudos Organizacionais, Teoria Crítica da Tecnologia, Sustentabilidade e Gestão Social.

Adriana Ventola Marra, Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal

Doutora em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora Titular da Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal. Professora Titular da Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal. Pesquisadora do grupo Estudos de ciências humanas e aplicadas da UFV. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas e Comportamento Humano nas Organizações, desenvolvendo pesquisas nos seguintes temas: função gerencial, trabalho docente, gestão universitária, identidades, aposentadoria, envelhecimento, psicodinâmica do trabalho e significado do trabalho.

 

Publicado

2025-08-14

Como Citar

1.
Pereira de Souza MM, Ventola Marra A. A comunicação não violenta como caminho para a racionalização subversiva: uma tecnologia social que transforma as organizações públicas. Organ. Soc. [Internet]. 14º de agosto de 2025 [citado 28º de novembro de 2025];32(112). Disponível em: https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/57259

Edição

Seção

Artigos