Pode a clínica psicológica escutar uma bicha preta?

Relato de experiência cartográfica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i22.61630

Resumo

Este artigo reposiciona a questão de Gayatri Spivak para convocar a clínica psicológica ao questionamento da sua escuta de bichas pretas, a partir de uma crítica à sua tradição majoritariamente ancorada nas matrizes coloniais brancas cis-hetero-cêntricas. Trata-se de uma experiência cartográfica construída a partir de encontros clínicos com uma bicha preta, cujos dados foram analisados a partir da Encruzanálise enquanto cosmograma metodológico que permite a análise dos processos de subjetivação em seus entrecruzamentos micropolíticos e macropolíticos. Amplia-se, assim, a escuta clínica para captar trânsitos e interseções entre temáticas como racismo e homofobia, solidão, objetificação e sexualização, além de resistências ativas enquanto dimensão estético-política de enfrentamento às opressões interseccionadas. A experiência clínica ultrapassa a dimensão meramente individual e abre margens para questionamentos sobre o papel da clínica psicológica com pessoas LGBTQIAP+.

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Biografia do Autor

Deivison Warlla Miranda, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (2023). Atua como Psicólogo e Supervisor Clínico na área de Saúde Mental.

Antônio Vladimir Félix-Silva, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

Doutor em Ciências Psicológicas pela Universidade de Havana (Cuba). Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (PPGPsi/UFDPar).

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Publicado

2025-09-04

Como Citar

Miranda, D. W. ., & Félix-Silva, A. V. (2025). Pode a clínica psicológica escutar uma bicha preta? Relato de experiência cartográfica. Revista Periódicus, 1(22), 01–30. https://doi.org/10.9771/peri.v1i22.61630

Edição

Seção

Fluxo contínuo