“ARE WE ALL BROWN”? SELFCLASSIFICATION, RACIAL HETEROCLASSIFICATION AND AFFIRMATIVE ACTION POLICIES IN CEARÁ

Authors

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v38i0.60346

Keywords:

Classification, Pardo, Black, Racial Quotas, Heteroidentification Commissions, Ceará

Abstract

The discussion around “pardo” (brown) as a racial category has been considered central to the improvement of affirmative action policies throughout the country (Costa and Schucman, 2022; De Jesus, 2021; Rios, 2018). In Ceará, the issue becomes even more important, as the state has the third largest self-declared “pardo” population in the country (64.7%). This article focuses on the analysis of the specificities of the social construction of “negro/pardo” in Ceará and its recent resignifications in view of the actions of heteroidentification commissions. It begins by analyzing cases made public in the Ceará press, in which the self- and heterodeclarations of racial identities of those entering through quotas were challenged. It continues with a theoretical discussion on how the issue of the “pardo” has been elaborated in Brazil and Ceará. It analyzes testimonies of sixteen undergraduate and graduate students from Ceará who self-identify as Black, who point to new problematizations and local specificities of being “pardo”. It concludes that theories about “pardo” should take seriously the importance of Afro-indigenous miscegenation in Ceará, the meaning of Whiteness in Ceará, and the emergence of vibrant Black Culture in its urban peripheries.

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Author Biographies

Geísa Mattos, Universidade Federal do Ceará

Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e do Departamento de Ciências Sociais, Universidade Federal do Ceará. Coordena a equipe de lideranças do Núcleo de Estudos em Raça e Interseccionalidades - NERI (@neriufc no Instagram). Desde 2019 vem atuando em rede com pesquisadores sediados nos Estados Unidos e na América Latina, desenvolvendo estudos comparativos sobre elites e relações raciais nas Américas. Co-editora do livro Autobiografias racializadas: exercícios para o letramento racial no Brasil (ed. Letramento, 2023). Coordenadora do projeto de pesquisa Pardos no Ceará (2023-2025). Coordenadora do programa de extensão Letramento Racial nas Escolas (UFC).

Sevy Santiago, Universidade Federal do Ceará

Graduando em Ciências Sociais na UFC. Trabalha em temas relacionados a relações raciais e políticas públicas e diversidade sexual e de gênero. Publicou, entre outros textos, o ensaio como co-autor: UM PUTA ARTIGO: quando o trabalho abre as penas; apresentado nos 1º Seminários Discentes do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC e publicado nos anais do evento.

 

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA:

Geísa Mattos – Conceitualização, curadoria de dados, análise formal, aquisição de financiamento, investigação, metodologia, administração do projeto, supervisão, validação, visualização e escrita (esboço original, revisão e edição).

Sevy Santiago – Conceitualização; investigação; recursos; escrita (esboço original).

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Published

2025-04-29

How to Cite

Mattos, G., & Santiago, S. (2025). “ARE WE ALL BROWN”? SELFCLASSIFICATION, RACIAL HETEROCLASSIFICATION AND AFFIRMATIVE ACTION POLICIES IN CEARÁ. Caderno CRH, 38, e025007. https://doi.org/10.9771/ccrh.v38i0.60346