Formação docente em perspectiva

relato de uma experiência transgressiva e decolonial na Tríplice Fronteira

Autores

Palavras-chave:

Formação docente; Fronteira; Multi/plurilinguismo

Resumo

A discussão da diversidade linguístico-cultural da fronteira precisa figurar na formação de todos os docentes. No IFPR – Campus Foz do Iguaçu, que oferta formação docente para a área de Física, foi desenvolvido um projeto com essa prerrogativa. A condição multi/plurilíngue desse contexto e suas implicações pedagógicas não constam, entretanto, na estrutura oficial do curso. Na intenção de promover uma formação docente outra, práticas pedagógicas transgressivas se fizeram necessárias. Objetivamos, com o presente artigo, apresentar o percurso e análise de tais práticas e como elas podem contribuir para que os professores desenvolvam práticas pedagógicas anti-hegemônicas, decoloniais (QUIJANO 2009; MIGNOLO, 2010; WALSH, 2013) e culturalmente sensíveis (LADSON-BILLINGS, 1993; ERICKSON, 1987), nas escolas do cenário multilíngue/multicultural de fronteiras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Elena Pires-Santos, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Possui graduação em Português e Francês pela Universidade Federal de Uberlândia (1972), mestrado em Letras pela Universidade Federal do Paraná (1999) e doutorado em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2004) e pós-doutorado pela UNICAMP e pela UFSC. É professora Associada C da Unioeste, dos Cursos de Letras Português/Espanhol e Português/Inglês, do Mestrado/Doutorado em Sociedade, Cultura e Fronteiras, do Mestrado e doutorado em Letras e do Profletras, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná.Atualmente é coordenadora do GT da ANPOLL Transculturalidade, Linguagem e Educação. É líder do Grupo de Pesquisa Estudos Interdisciplinares: Políticas Linguísticas, Diversidades e Fronteiras e é membro da linha pesquisa Linguagem, Cultura e Ensino e da Linha de Pesquisa Práticas Linguísticas, Cultura e Ensino, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Atua na área da Linguística Aplicada, com ênfase em pluralidade linguística e cultural, ensino, políticas linguísticas e formação de professores

Referências

ARIAS, Patricio Guerrero. Corazonar el sentido de las epistemologías dominantes desde las sabidurías insurgentes, para construir sentidos otros de la existencia (primera parte). Calle14: revista de investigación en el campo del arte. 4 (Julio-Diciembre). 2010a

CAVALCANTE Marilda Couto. Educação linguística na formação de professores de línguas: intercompreensão e práticas translíngues. In: LOPES, L. P. M. (Org.) Linguística aplicada na modernidade recente. festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013, p. 211-226.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Decolonizar la universidad. La hybris del punto cero y el diálogo de saberes. El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. p. 79-91, 2007.

CUSICANQUI, Silvia Rivieira. CHI´XINAKAX UTXIWA: uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores. Rio de Janeiro: N-1 Edições, 2021, 128p.

ERICKSON, Frederick. Transformation and School Success: The politics and culture of educational achievement. Anthropology & Education Quartely. 1987, p. 335-356.

FALS-BORDA Orlando. Una sociología sentipensante para américa latina (antologia). Bogotá, CLACSO/Siglo del Hombre Editores, 2009, 492 pp. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/262721578_Una_sociologia_sentipensante_para_America_Latina_antologia Acesso em 04/102022

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, v. 3, p. 343-348, 1987

MIGNOLO, Walter. Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonialidad. Argentina: Ediciones del signo, 2010.

LADSON-BILLINGS, Glória. The dreamkeepers: successful teachers ofafrican american children. san francisco: Jossey-Bass,1994.

MOITA LOPES. Luiz Paulo. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

PENNYCOOK Alastair. Uma linguística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo. (org.) Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p. 67-84.

PIRES-SANTOS, Maria Elena. Portunhol Selvagem”: translinguagens em cenário translíngue/transcultural de fronteira. Gragoatá 2017 p.523-39.

____________________________. Fatores de risco para o sucesso escolar de crianças “brasiguaias” nas escolas de Foz do Iguaçu: uma abordagem sociolinguística. 1999. Dissertação (Mestrado) – UFP, 1999.

____________________________. O cenário multilíngue/multidialetal/ multicultural de fronteira e o processo identitário “brasiguaio” na escola e no entorno social. 2004. Tese (Doutorado) – UNICAMP, Campinas, 2004.

_____________________________.; CAVALCANTI, Marilda. Couto. Identidades Híbridas, Língua(Gens) Provisórias – Alunos “Brasiguaios” Em Foco . Trabalhos em Linguística. Aplicada., Campinas, 47(2): 429-446, Jul./Dez. 2008. Disponível em https://www.scielo.br/j/tla/a/ykkZSktD38y6Y6GXfmXsyXB/?format=pdf. Acesso 14/01/2023.

_____________________________. Ambivalência de termos e conceitos: projetado para a linguagem híbrida em contexto de fronteira. Línguas & Letras. 2010;11(20).

______________________________. Reflexões sobre a formação ampliada do professor de línguas para atuar em contexto multilíngue/multicultural de fronteira. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, v. 38, p. 202259480, 2022.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B. D. S.; MENESES, M. P. (Orgs.). Epistemologias do sul. Coimbra: Almedina, 532 p., 2009.

WALSH, Catherine. (Org.). Pedagogias decoloniais: práticas insurgentes de resistir, (re)existir e (re)viver. Tomo I. Quito, Equador: Ediciones Abya-Yala, 2013. 553 p.

_______________. Gritos, grietas y siembras de vida: Entretejeres de lo pedagógico y lo decolonial. Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir,(re) existir y (re) vivir, v. 2, p. 17-45, 2016.

________________. & TALLEI, Jorgelina. Sembrando y floreciendo la decolonialidad en/como praxis. Congreso Decolonialidad y Educación: esperanzar en tiempos de perplejidades, UNIFESP. www.youtube.com/giel. 2022.

VERTOVEC, Steven. Super-Diversity and Its Implications. Ethnic and Racial Studies, Estudios Étnicos y Raciales, Volumen 30, Número 6, 2007, 1024-1054. Disponível em https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01419870701599465. Acesso em 11/04/2021.

Downloads

Publicado

2025-09-03

Como Citar

PALHARINI PESSINI, M.; PIRES SANTOS, M. E. . Formação docente em perspectiva: relato de uma experiência transgressiva e decolonial na Tríplice Fronteira. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 79, p. 136–159, 2025. Disponível em: https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/estudos/article/view/60053. Acesso em: 27 set. 2025.