Não às minhas cicatrizes
um grito decolonial - música "Amarelo" - Emicida
Mots-clés :
Decolonialidade, Crítica Cultural, Produção ArtísticaRésumé
As profundas marcas da colonização, da escravidão e da ditadura estão presentes na história do Brasil e nas subjetividades dos sujeitos. Contudo, essas mazelas não definem identidades. Este é o grito potente que o rapper Emicida traz na canção AmarElo (2019), cujo refrão entoa “permita que eu fale: não às minhas cicatrizes”. Propomos analisar o trabalho musical sob a perspectiva epistemológica do pensamento decolonial e da crítica social. Investigaremos: de que forma o compositor constrói a interseccionalidade na obra? Em quais aspectos os discursos presentes na música dialogam com a temática base do artigo? Discutindo os conceitos de colonialismo, colonialidade, eurocentrismo, decolonialidade e crítica sociocultural respondemos às questões-chave, compreendendo a complexidade construtiva desta obra e a importância desta para um novo agenciamento artístico, fora do eixo demarcador colonial.
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Références
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