Tecnologia e fetichismo na crítica da economia política

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/gmed.v16i3.63566

Palavras-chave:

Marx, Tecnologia, Fetichismo, Subsunção do trabalho ao capital, Plataformização do trabalho

Resumo

O artigo se propõe a analisar o lugar da tecnologia na crítica marxiana da economia política. Para tanto, parte-se de uma discussão sobre a natureza e a forma social da tecnologia, como dimensão distintiva da sociabilidade humana, e sobre a sua conversão, na modernidade, em uma segunda natureza, a partir dos conceitos de trabalho alienado e de fetichismo do capital, e da crítica da ideologia do progresso. No momento seguinte, faz-se uma exposição de categorias como a da subsunção formal e real do trabalho ao capital, e dos conceitos de manufatura e grande indústria, que permitem compreender a constituição de um estofo material adequado ao capital por meio da subsunção da ciência e da tecnologia à dinâmica de acumulação. Dessa análise se extrai aportes teóricos para a análise do processo contemporâneo de inovação tecnológica, que servirão para sustentar, por fim, a importância da crítica da economia política para a análise de fenômenos sociais recentes, notadamente a chamada plataformização do trabalho.

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Biografia do Autor

Gustavo Mello, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)

Doutor em Sociologia e Pós-Doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutor em Sociologia pela Universidade de Campinas (Unicamp). Professor do Departamento de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Membro do Grupo Estudos Críticos em Processos Sociais, e Pesquisador do CNPq. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8149571973918042. Orcid:  https://orcid.org/0000-0002-4281-995X. E-mail: gustavo.m.mello@ufes.br.

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Publicado

2024-12-26

Como Citar

Mello, G. (2024). Tecnologia e fetichismo na crítica da economia política. Germinal: Marxismo E educação Em Debate, 16(3), 29–51. https://doi.org/10.9771/gmed.v16i3.63566