(Des)transição?
Gênero, corpo e aparência na identificação trans
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i22.55105Resumo
Esse artigo introduz de forma crítica duas reportagens sobre destransição de gênero para reconceituar o processo de transição a partir de reflexões filosóficas oriundas do campo da moda. A transgeneridade tematizada pela psicologia e medicina – representada pelos manuais do DSM-5, CID-10 e CID-11 – é situada no campo do desvio e da patologia, o que prescreve a corpos trans procedimentos de correção tutelados por uma equipe médica. Se por um lado os procedimentos estéticos de pessoas cisgênero não enfrentam o mesmo controle e burocracia, o enquadramento inquestionado ao binarismo de gênero e a submissão aos papéis normativos podem não aliviar as sensações de inadequação de pessoas trans, cujo sofrimento se atualiza no desejo de voltar atrás. Ao identificarmos intervenções corporais de temporalidades distintas como características de todas as sociedades, assim como da efemeridade das imagens de moda capazes de suscitar tanto recusa quanto desejo, defendemos que as idas e vindas do processo de exploração da aparência e do gênero não podem ser compreendidas como falha ou arrependimento, mas como expressão de um modo de ser caracterizado pela desidentificação com a norma cisgênera.
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