O BRASIL NOS CONTEXTOS INTERNACIONAL E DOMÉSTICO: CRISES E RESILIÊNCIA DO NEOLIBERALISMO (2003-2015)
Resumo
O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre a trajetória recente da economia política brasileira, problematizando tanto o vetor internacional quanto o doméstico, contribuintes para o presente esgarçamento de capacidades estatais e que obstaculizam a formulação de uma estratégia coesa de desenvolvimento, pautada pelo crescimento com distribuição de renda. Uma premissa assumida neste artigo é a de que a manutenção de uma estratégia ou orientação socialdemocrata e desenvolvimentista, gozando de políticas distributivas vigorosas e inversões públicas em setores essenciais com perspectiva de longo prazo, fica severamente cerceada pelos marcos da ortodoxia neoclássica convencional, limitando a margem para o planejamento governamental. Tendo isto em vista, cinco (5) questões serão abordadas: se o Brasil viria seguindo uma estratégia de desenvolvimento após o término do ciclo virtuoso do preço das commodities, na primeira década do século XXI; se seria possível afirmar o declínio da variedade de capitalismo de Estado no Brasil, após a presente crise; como tal crise estaria afetando o ordenamento corporativo brasileiro contemporâneo; se tal crise estaria impactando na capacidade do poder público nacional de implantação de políticas de longo prazo; e, finalmente, se as políticas sociais e inclusivas viriam perdendo espaço ante a ortodoxia financeira e rentista. A hipótese aqui assumida é de que o Brasil, efetivamente, adotou uma estratégia de cunho neodesenvolvimentista e socialdemocrata como resposta à crise financeira sistêmica internacional, irrompida em 2008. Não obstante, a crise endógena na qual o país adentrou, a partir de 2014, estaria esfacelando tal estratégia, pelo progressivo sufocamento das capacidades estatais de intervencionismo. A metodologia, por fim, encontrar-se-á baseada em uma interlocução qualitativa entre dados empíricos arrolados e uma literatura multidisciplinar, compreendendo trabalhos referenciados da Ciência Política, da Sociologia Econômica, da Sociologia Política, da Economia e da Economia Política do Desenvolvimento.
Palavras-chave: Brasil; Capacidades Estatais; Neoliberalismo; Economia Política; Crise.
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