PROCESSO TRANSEXUALIZADOR E A (IM)POSSIBILIDADE DE COBERTURA NO ÂMBITO DA SAÚDE SUPLEMENTAR

CONSIDERAÇÕES ÉTICO-JURÍDICAS A PARTIR DO FUNDAMENTO DO ACESSO À JUSTIÇA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rds.v6i1.64611

Palavras-chave:

Direito à saúde, Transexualização, Acesso à justiça

Resumo

O presente estudo decorre de uma análise investigativa, cujo objetivo consiste em elencar, a partir de fundamentos jurídicos e de normas deontológicas, os entraves ligados ao processo de transgenitalização no âmbito da saúde suplementar, face o atual estado regulatório da norma. Investiga-se, por conseguinte, os impactos decorrentes da ausência de disciplina normativa em torno do tema, e os principais desafios à concretização do direito à redesignação sexual como forma de exercício do direito fundamental à saúde. O artigo possui natureza essencialmente bibliográfica, consubstanciado em referencial teórico avançado. Do ponto de vista metodológico, este possui natureza qualitativa, utilizando-se do método hipotético-dedutivo. Os resultados apontam para a constatação do dever legal das operadoras de saúde em assegurar a cobertura dos procedimentos. Ainda assim, observa-se que a judicialização tem sido o principal instrumento para garantir tal direito, o que expõe uma desigualdade estrutural, dado que o acesso depende, muitas vezes, da capacidade de ingressar com ações judiciais.

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Biografia do Autor

Bruno Santos Neves, Universidade Católica do Salvador

Mestrando em Direito - Bioética, Alteridade e Meio Ambiente pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Católica do Salvador (UCSal); Graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal); Pesquisa Gênero e Raça pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBa); Membro ouvinte do Grupo de Pesquisa Conversas Civilísticas, pela Universidade Federal da Bahia (UFBa); Membro ouvinte do Grupo de Pesquisa Direito e Sexualidade pela Universidade Federal da Bahia(UFBa); Pesquisador pelo Grupo de Pesquisa em Rede CebidJusBioMed - na linha de Bioética, Biodireito e Direito Médico (UNEB/UCSal/CNPq); Publica com frequência na linha de pesquisa sobre Minorias, Vulnerabilidades, Bioética e Biodireito em editoras e revista;

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Publicado

2025-07-01

Como Citar

NEVES, B. S. PROCESSO TRANSEXUALIZADOR E A (IM)POSSIBILIDADE DE COBERTURA NO ÂMBITO DA SAÚDE SUPLEMENTAR: CONSIDERAÇÕES ÉTICO-JURÍDICAS A PARTIR DO FUNDAMENTO DO ACESSO À JUSTIÇA. Revista Direito e Sexualidade, Salvador, v. 6, n. 1, p. 104–121, 2025. DOI: 10.9771/rds.v6i1.64611. Disponível em: https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/revdirsex/article/view/64611. Acesso em: 30 set. 2025.