A Prevalência Da Hormonioterapia Não Assistida Na População Transgênero

Um estudo realizado em um ambulatório especializado de Florianópolis

Autores

  • Rodrigo Coelho Martins Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL https://orcid.org/0000-0001-7930-6560
  • Rose Marie Mueller Linhares Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

Palavras-chave:

Pessoas Transgênero, Automedicação, Terapia de Reposição Hormonal, Identidade de Gênero, Populações Vulneráveis

Resumo

Este estudo tem como objetivo definir a prevalência da hormonioterapia não assistida e suas possíveis associações com os fatores sociodemográficos da população transgênero atendida em um ambulatório especializado em Florianópolis. Este é um estudo do tipo transversal com dados coletados de 485 prontuários eletrônicos da população transgênero atendida no Ambulatório Trans da rede pública de saúde de Florianópolis entre os anos de 2015 a 2021. Com base nas análises estatísticas realizadas, verificou-se que a prevalência da automedicação hormonal foi de aproximadamente 31,8%, com ênfase entre mulheres trans e travestis quando comparadas ao grupo de homens trans (RP=3,652; IC:2,712 - 4,918). Além disso, a prevalência da prática foi maior também entre trabalhadores informais, que não receberam apoio familiar e que possuíam um menor contato com profissionais da área da saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rose Marie Mueller Linhares, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

Graduada em Medicina, Mestre e Doutora em Ciências Médicas pela Universidade Feral de Santa Catarina (UFSC)

Especialista em Endocrinologia Pediátrica pela

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Referências

ADAUY, Arlette et al. Terapia hormonal en persona transgénero según world professional association for transgender health (WPATH) (1) y guías clinicas de la endocrine society. (2). REV CHIL OBSTET GINECOL, p. 16, 2018.

CARRARA, Sérgio et al. Body construction and health itineraries: a survey among travestis and trans people in Rio de Janeiro, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, n. 4, p. e00110618, 2019.

CORRÊA, Fábio Henrique Mendonça. et al. Pensamento suicida entre a população transgênero: um estudo epidemiológico. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 69, n. 1, p. 13–22, jan. 2020.

FERNANDEZ, John David; TANNOCK, Lisa R. Metabolic Effects Of Hormone Therapy In Transgender Patients. Endocrine Practice, v. 22, n. 4, p. 383–388, abr. 2016.

KRÜGER, Alícia et al. Characteristics of hormone use by travestis and transgender women of the Brazilian Federal District. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 22, n. suppl 1, p. e190004, 2019.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS. 1 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 36 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf. Acesso em: 26 nov. 2022.

MONTEIRO, Simone; BRIGEIRO, Mauro. Experiências de acesso de mulheres trans/travestis aos serviços de saúde: avanços, limites e tensões. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, n. 4, p. e00111318, 2019.

NASCIMENTO, Fernanda Karla et al. Brazilian transgender children and adolescents: Attributes associated with quality of life. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 28, p. e3351, 2020.

OKANO, Sérgio Henrique Pires et al. Characteristics of a Population with Gender Incongruence Assisted at a Specialized Outpatient Service in the City of Ribeirão Preto. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia / RBGO Gynecology and Obstetrics, v. 44, n. 03, p. 258–263, mar. 2022.

OWEN-SMITH, Ashli A et al. Association Between Gender Confirmation Treatments and Perceived Gender Congruence, Body Image Satisfaction, and Mental Health in a Cohort of Transgender Individuals. The Journal of Sexual Medicine, v. 15, n. 4, p. 591–600, abr. 2018.

ROCON, Pablo Cardozo et al. ACESSO À SAÚDE PELA POPULAÇÃO TRANS NO BRASIL: NAS ENTRELINHAS DA REVISÃO INTEGRATIVA. Trabalho, Educação e Saúde, v. 18, n. 1, p. e0023469, 2020.

SILVA, Maria Aparecida da; LUPPI, Carla Gianna; VERAS, Maria Amélia de Sousa Mascena. Trabalho e saúde na população transexual: fatores associados à inserção no mercado de trabalho no estado de São Paulo, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 5, p. 1723–1734, maio 2020.

SILVA, Ricardo Araújo da et al. Uso de hormônios não prescritos na modificação corporal de travestis e mulheres transexuais de Salvador/Bahia, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, n. 2, p. 503–514, fev. 2022.

SILVA, Rodrigo Gonçalves Lima Borges da; BEZERRA, Waldez Cavalcante; QUEIROZ, Sandra Bomfim de. Os impactos das identidades transgênero na sociabilidade de travestis e mulheres transexuais. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 26, n. 3, p. 364, 26 dez. 2015.

THÉ, Ana Carolina; VASCONCELLOS, Fernanda Lima de; DINIZ, Erik Trovão. Abordagem Clínica do Paciente Transgênero. In: VILAR, Lucio (ed.). Endocrinologia Clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2020. Cap. 55. p. 1102-1114.

THOMAZI, Guilherme Lamperti; AVILA, Simone; TEIXEIRA, Luciana Barcellos. Ambulatório T da Atenção Primária à Saúde de Porto Alegre: política pública de inclusão e garantia de direito à saúde de pessoas trans. Sexualidad, Salud y Sociedad (Rio de Janeiro), n. 38, p. e22302, 2022.

UNAIDS. TODXS. Cartilha de Saúde LGBTI+: políticas, instituições e saúde em tempos de COVID-19. 1 ed. Brasília: UNAIDS, 2021. 60 p. Disponível em: https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2021/04/2021_04_16_CartilhaSaudeLGBT.pdf. Acesso em: 26 nov. 2022.

World Health Organization: WHO. Gender incongruence and transgender health in the ICD. Disponível em: https://www.who.int/standards/classifications/frequently-asked-questions/gender-incongruence-and-transgender-health-in-the-icd. Acesso em: 26 nov. 2022.

World Professional Association for Transgender Health: WPATH. Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero. 7 ed. Brasil: WPATH, 2012. 131p. Disponível em: https://www.wpath.org/media/cms/Documents/SOC%20v7/SOC%20V7_Portuguese.pdf. Acesso em: 26 nov. 2022.

Downloads

Publicado

2025-06-28

Como Citar

Coelho Martins, R., & Mueller Linhares, R. M. (2025). A Prevalência Da Hormonioterapia Não Assistida Na População Transgênero: Um estudo realizado em um ambulatório especializado de Florianópolis. Cadernos De Gênero E Diversidade, 11(2), 688–701. Recuperado de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/cadgendiv/article/view/51954

Edição

Seção

Seção Temática