A Prevalência Da Hormonioterapia Não Assistida Na População Transgênero
Um estudo realizado em um ambulatório especializado de Florianópolis
Palavras-chave:
Pessoas Transgênero, Automedicação, Terapia de Reposição Hormonal, Identidade de Gênero, Populações VulneráveisResumo
Este estudo tem como objetivo definir a prevalência da hormonioterapia não assistida e suas possíveis associações com os fatores sociodemográficos da população transgênero atendida em um ambulatório especializado em Florianópolis. Este é um estudo do tipo transversal com dados coletados de 485 prontuários eletrônicos da população transgênero atendida no Ambulatório Trans da rede pública de saúde de Florianópolis entre os anos de 2015 a 2021. Com base nas análises estatísticas realizadas, verificou-se que a prevalência da automedicação hormonal foi de aproximadamente 31,8%, com ênfase entre mulheres trans e travestis quando comparadas ao grupo de homens trans (RP=3,652; IC:2,712 - 4,918). Além disso, a prevalência da prática foi maior também entre trabalhadores informais, que não receberam apoio familiar e que possuíam um menor contato com profissionais da área da saúde.
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