Brecha de gênero na indústria da música e o Girls Rock Camp como máquina de guerra

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Palavras-chave:

Máquina de guerra, Indústria Criativa, Indústria da Música, Brecha de gênero

Resumo

A indústria da música é complexa e competitiva, e o cenário é ainda mais difícil para profissionais mulheres e de gênero dissidente. A brecha de gênero é um desafio, mas iniciativas públicas e privadas mobilizam esforços para modificar o cenário. Uma iniciativa, atuante há onze anos no país, é o Girls Rock Camp Brasil (GRCB). Destinado a meninas de sete a dezessete anos, seu objetivo é o empoderamento feminista usando a música como ferramenta por meio de práticas coletivas. Ao longo de uma semana, meninas de sete a dezessete anos formam bandas e realizam tarefas juntas; praticam um instrumento (bateria, baixo, guitarra, teclado ou voz), escrevem uma canção, ensaiam e fazem um show ao vivo; também criam nome, logotipo e figurino para o grupo. O projeto mobiliza centenas de voluntárias, e o rápido preenchimento de inscrições chama a atenção. Devido a esse potencial mobilizador e ao seu ar transgressor, esta pesquisa se concentra em analisar o GRCB e propor aproximação entre este e a máquina de guerra, conceito filosófico proposto por Gilles Deleuze e Félix Guattari (1997), entendendo o Camp como uma poderosa e imaginativa forma de confrontar o status quo na indústria musical.

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Biografia do Autor

Adrienne Pinheiro Reyes, UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa

Mestra em Comunicação e Indústria Criativa (UNIPAMPA, 2023); Especialista em Música (Faculdade Santa Marcelina, 2020); Graduada em Desenho Industrial - Programação Visual (UFSM, 2011).

Gabriel Sausen Feil, Universidade Federal do Pampa

Professor da Universidade Federal do Pampa. Doutor em Educação (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009); Mestre em Educação nas Ciências (Unijuí, 2005); Graduado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (Unijuí, 2004).

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Publicado

2025-08-20

Como Citar

Pinheiro Reyes, A., & Sausen Feil, G. (2025). Brecha de gênero na indústria da música e o Girls Rock Camp como máquina de guerra. Cadernos De Gênero E Diversidade, 11(3), 772–798. Recuperado de https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/cadgendiv/article/view/58874

Edição

Seção

Artigos