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Ementa do dossiê "Marxismo e a busca pela psicologia concreta no século XXI”

2025-10-27

A revista Germinal: marxismo e educação em debate está organizando o dossiê “Marxismo e a busca pela psicologia concreta no século XXI”, a ser publicado em abril de 2026, no volume 18, número 01. O dossiê é coordenado pelas professoras Giselle Modé Magalhães (UFSCAR), Angelina Pandita Pereira (UFBA) e pelo professor Hélio da Silva Messeder Neto (UFBA), designados pelo comitê editorial da revista. 

Segue abaixo a ementa que preparamos para o dossiê.

Frente a um contexto de pós-verdade, que acinzenta os contornos entre as disputas no interior da ciência e sua redução a meras narrativas singulares sobre os fenômenos, torna-se urgente a busca e a defesa de uma ciência concreta. Uma ciência que se implique com seu papel de busca pela verdade, que seja capaz de revelar os traços essenciais dos fenômenos da realidade e de orientar ações para a sua transformação.

No campo da psicologia, desde a década de 1920, Politzer e Vigotski, por caminhos distintos, denunciaram a fragmentação desse campo, manifestada na ausência de unidade quanto à definição de seu objeto e métodos de estudo. Essa fragmentação resulta em uma série de problemas, entre os quais se destacam análises que, embora alcancem o status de ciência, permanecem limitadas à imediaticidade dos fenômenos, desvinculando-os de sua produção histórica e das relações materiais de produção da vida que os determinam. Desde então, os problemas apontados por esses autores permanecem e, em certa medida, se agravam. Afinal, se os critérios para delimitar o que seria a ciência psicológica nunca foram plenamente definidos, no contexto da pós-verdade torna-se ainda mais desafiador distinguir a pseudociência daquilo que pode ser legitimamente reconhecido como científico. Esse cenário intensifica a necessidade de defender a retomada do projeto de construção de uma psicologia concreta, como proposto por Vigotski em 1929.

Destacamos, ainda, que não se trata de uma disputa restrita ao campo das ideias, mas da compreensão de que, em uma sociedade capitalista, na qual  os laços sociais são rompidos e os sujeitos são atomizados por meio de diversos mecanismos de exploração e opressão, impõe-se a esses indivíduos uma série de sofrimentos e obstáculos ao seu desenvolvimento. Nesse contexto, a psicologia se apresenta como uma área do saber necessária para construir conhecimentos que nos ajudem a resistir a essa realidade e a transformá-la.

Desta forma, com o intuito de contribuir com essa tarefa,  dedicamos este número ao tema Marxismo e a busca pela psicologia concreta no século XXI. Serão aceitos manuscritos que abordem: a necessidade de uma psicologia concreta neste momento histórico; o estado da arte sobre a construção de uma psicologia concreta; a formação da subjetividade no capitalismo contemporâneo e seus mecanismos de exploração e opressão; psicologia concreta e violência; contribuições da psicologia concreta para a educação inclusiva; fundamentos epistemológicos para a construção de uma psicologia concreta e suas consequências para a práxis revolucionária; discussões sobre múltiplos processos de (des)humanização na sociedade capitalista e possibilidades de enfrentamento não adaptacionista; a formação de subjetividades revolucionárias.

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Publicado: 2025-09-30

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